Monday, April 30, 2007

ZEUS


Eu sei. Haverá um dia em que Zeus, humilde, será soberbo, subirá no verbo e dará o coração.

FUCK FUCK FUCK


revolução heterodoxa

fuck fuck fuck

nietzsche+marx+bakunine+guevara

quien eres, tio?

lights & sandes

coños de mierda

angie

where pretty women talk

Friday, April 27, 2007

SURREALISMOS



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Rompendo as amarras
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Friday, April 27, 2007 5:11 PM
Subject :
O MOVIMENTO SURREALISTA - Gilberto Lourenço Farias - 4º período, campus Nova Friburgo






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O MOVIMENTO SURREALISTA - Gilberto Lourenço Farias - 4º período, campus Nova Friburgo

"A melhor coisa que se pode fazer, no campo da metafísica, quem não é sábio ou santo, é estudar as obras dos que o foram e que, por haverem modificado o seu modo de ser, meramente humano, foram capazes de uma qualidade e de uma soma de conhecimentos mais do que meramente humanos." (Aldous Huxley, A filosofia perene)
"A imaginação está talvez a ponto de retomar seus direitos."
(André Breton)
"Os órgãos mais filosóficos do homem são as mandíbulas."
(Salvador Dalí)
"O homem está condenado à liberdade."
(Jean-Paul Sartre)
"Acabo por achar sagrada a desordem do meu espírito."
(Rimbaud)
"Não creio que o Surrealismo seja um movimento muito conhecido no Brasil..."
Eu também não creio. Na verdade, tenho dúvidas sobre as coisas e/ou movimentos que sejam muito conhecidos no Brasil. Nossa História dá exemplos significativos disso. A própria "proclamação da república brasileira" é um excelente modelo de referência de desconhecimento ou ignorância mesmo das coisas, quando o nosso povo assistiu bestializado, atônito e surpreso aquele evento da "proclamação". Sem conhecer o que aquilo representava verdadeiramente, pensando que se tratava mais de uma parada, um desfile militar em plena praça... Uma prova significativa e incontestável de que movimentos, fatos, coisas, etc., não são mesmo "muito conhecido no Brasil". De maneira que, lamentável e assustador, é esta "situação estapafúrdia", esquisita, esdrúxula, excêntrica, patética e faltando-me adjetivos: SURREALISTA MESMO do Brasil não ter conhecimento de nada, muito menos povo, mas público para o teatro que se encena sobre o seu chão diariamente, desde a chegada de Cabral. Faz-se necessário, aqui, abrir um parêntese para o mérito do existencialismo de Kierkegaard, que já nos alertava para os perigos da sociedade urbana moderna que viria a transformar o homem em "público", em "instância coletiva"... Então, de certa forma, olhando as coisas dessa maneira, tudo aqui no Brasil é contexto surrealista. Mas sem relação, agora, com outras situações estapafúrdias adicionadas com toques de ironia ou de desprezo como diz o autor. Sem deslocamentos de adjetivos, sem assassinato do sentido original por mera ignorância. Refiro-me a um contexto surrealista não estapafúrdio, não aquele distorcido pela burrice. Mas sim ao original, encarnado na personalidade Dalíniana. Um contexto genuinamente surrealista onde se encerram dois pólos antagônicos: o da luz e o da sombra. O primeiro, "alegre, ferozmente analítico e estrutural"; o segundo "morbidamente triste, cinza, imóvel", nas palavras do mestre. Então vamos, seguindo os passos de André Breton, contemplar esta paisagem brasileiramente surrealista para constatar que as árvores não estão plantadas no chão, mas no céu, e que "o Surrealismo jamais separou teoria e prática e a 'práxis surrealista', o seu entusiasmo, foram seus principais motores." Antecedentes do movimento
Tomando-se por referência o final da Belle Époque francesa, começa a surgir um movimento que passa a refletir o niilismo de uma nova geração marcada e destroçada pelos horrores da Primeira Guerra mundial (1914-1918). A figura de André Breton surge neste novo cenário funesto para condenar a hipocrisia da sociedade e de seus valores morais, do cristianismo, do conjunto de idéias nacionalistas. Breton, na verdade, reproduziu o discurso de Nietzsche, que já se antecipara na anunciação do inferno humano, clamando aos sete ventos que Deus havia morrido... Ao lado de Breton, os poetas Pierre Reverdy e Paul Valéry também trouxeram seus ânimos para o engendramento daquilo que viria a ser conhecido como movimento Dadaísta, que teve sua inspiração nas idéias e versos de Rimbaud. A partir de 1916, este movimento é levado para Zurique, através do poeta romeno Tristan Tzara, atraindo outros poetas e pintores, que se refugiaram no paraíso neutro da Suíça enquanto a carnificina dos campos de batalha da velha Europa seguia seu curso.

"A primeira noite dada apresentou um manifesto e números de música, dança, poesia e pintura. A reação do público foi de horror. (...) As poesias constituíam conjuntos de sons desprovidos de sentido, a música era feita de ruídos e as obras dos artistas plásticos foram expostas apenas para provocar uma reação de espanto nos espectadores e, normalmente, eram destruídas em cena."
"O que estamos celebrando é ao mesmo tempo uma cena bufa e uma missa de réquiem."
O manifesto dadaísta clamava pela ruptura entre arte e lógica buscando caminhos e possibilidades para a liberdade ampla e irrestrita de toda a forma de expressão, e encontrou na França um "apoio mais formalizado". Encontramos, assim, no espírito dadaísta – em sua anarquia e loucura generalizada, em seu desejo de desmistificar as manifestações artísticas, destruindo a imagem do artista "ornamento da boa sociedade" – os antecedentes de uma nova concepção voltada também para a continuidade do desprezo aos valores tradicionais da sociedade humana, todavia, agora, através de uma linguagem capaz de expressar de maneira significativa a condição do homem neste cenário absurdo de sua própria existência. Breton, já mais amadurecido, começa a pensar num outro tipo de movimento, mais tangível do que a mera negação pela negação. De maneira que, do corpo agonizante do dadaísmo, surge as primeiras manifestações daquilo que se poderia considerar o nascimento do Surrealismo, considerado o movimento mais significativo e controverso do período entre guerras, espalhou-se pelos principais recantos do mundo ocidental influenciando várias gerações.
Sob os escombros da realidade – A busca incessante de uma poesia mais densa
O surrealismo pretendia explorar a força criativa do subconsciente, valorizando um anti-racionalismo, a livre associação dos pensamentos, da imaginação, dos sonhos, da clarividência, norteado pelas teorias psicanalíticas de Freud, cujas descobertas e aprofundamentos neste campo encanta os primeiros surrealistas, principalmente Breton.
"Os trabalhos de Freud relativos aos sonhos e sua teoria do inconsciente forneceram material de extrema importância para a estruturação do movimento surrealista".O Manifesto do Surrealismo
"O maravilhoso é sempre belo, qualquer maravilhoso é belo, que seja belo somente o maravilhoso". (André Breton)
"O Manifesto do Surrealismo só vai aparecer em 1924, mas as bases e práticas surrealistas já haviam sido lançadas." Incorporado ao fantasma do Dadaísmo, recebeu deste "a vitalidade e a ousadia, que contribuíram para a definição do caminho..." Sua primeira manifestação ocorre em 1924 com a divulgação do panfleto "Um cadáver", que fez referência à morte de Anatole France, Nobel de literatura e cujo "estilo límpido e ceticismo consagrado tornaram-se um alvo perfeito para este manifesto. Numa linguagem violenta, afirmavam que acabava de morrer um pouco da servilidade humana". Já na época da elaboração deste manifesto, Breton era visto como mentor do grupo. O termo "Surrealismo" foi tomado do prólogo da peça Les mamelles de Tiresias, de Apollinaire, resumindo-se nas seguintes posições:
• Crítica à realidade e à razão, que se opunham às certezas da infância, da loucura e da imaginação. A palavra-chave neste contexto é "desrealização", referindo-se à uma concepção de arte não mais "mimética", e que se recusava em simplesmente copiar de maneira ingênua e acanhada a "realidade empírica" seguindo, assim, de certa maneira, os passos do cubismo e do expressionismo, correntes que também deixaram de visar a reprodução mais ou menos "fiel" desta mesma "realidade", ilusória e destoante da verdadeira aparência de um mundo absurdo. Nesta linha de raciocínio, podemos compreender, sem fugir do universo surrealista, que passamos por momentos de importância conjunta na Arte: o ser humano, na pintura moderna, é dissociado ou "reduzido" na visão do cubismo; deformado no expressionismo e eliminado no não-figurativo. Enfim, tudo a ver...
• Louvor às descobertas de Freud, no campo psicanalítico e com atenção particular ao fenômeno dos sonhos.
"É fato conhecido que os surrealistas desprezavam o romance; apenas o romance gótico alcança o 'domínio do maravilhoso', pois, segundo Breton, ele não é fantástico, o fantástico é que ele é real."É a expressão de um sentimento diante da vida ou mesmo de uma atitude espiritual que renegava ou pelo menos colocava em dúvida a visão do mundo que se desenvolveu e se solidificou a partir do Renascimento.
"Basta de jogos de palavras, de artifícios de sintaxe, de malabarismos formais, precisamos encontrar – agora – a grande Lei do coração, a Lei que não seja uma Lei, uma prisão, senão um guia para o espírito perdido em seu próprio labirinto." (Antonin Artaud – Carta aos Reitores)
"Uma vontade latente de subversão." (La Révolution Surréaliste)
"Ainda em 1924, aparece La Révolution Surréaliste, primeira revista do movimento, dirigida por Péret e Pierre Naville. O grupo de Breton sabe perfeitamente contra o que está lutando: contra a alienação da sociedade, contra a aceitação dos valores pátria, família, religião, trabalho e honra."
A finalidade da Revolução Surrealista, enquanto publicação, era o estabelecimento de uma nova Constituinte, "uma nova declaração dos direitos do homem". Não apenas para o cidadão europeu, mas para toda a humanidade. Constituição alicerçada no niilismo que predominava no pensamento de seus idealizadores. Fazia-se necessário acender as luzes dos "grandes faróis do Surrealismo: a poesia, o amor e a liberdade", para dissipar as trevas de um mundo arruinado em seus valores humanos, morais e sociais. Uma nova reconstrução de valores que permitiria ressuscitar a emoção, o sentimento, a criatividade e principalmente a liberdade incondicionada do espírito assassinado pela trama social e suas leis degeneradas, sua cultura estreita e sua moral hipócrita e vazia do sopro místico.
Artaud e o "ardor insurrecional"
Sob a direção de Antonin Artaud, foi criado um Bureau de pesquisas surrealistas destinado a recolher qualquer tipo de comunicação sobre as formas que podem tomar as atividades inconscientes do espírito. Foi ele responsável pela publicação de textos coletivos de "ardor insurrecional". "Abrir as prisões, licenciar o exército".
"Senhores: as leis, os costumes, concedem-lhes o direito de medir o espírito. Esta jurisdição soberana e terrível. Não nos façam rir." [Artaud – Cartas aos médicos-chefes dos asilos de loucos]
O domínio da linguagem
A indomável personalidade de Artaud, envolta numa alquimia de incompreensível misticismo inquietou ou enciumou Breton, que decide tomar as rédeas da Revolução Surrealista, "impondo preponderância aos domínios da linguagem", que deve passar – segundo o seu pensamento – para o "primeiro plano". A partir de 1925, durante um período de exaltação surrealista, novos simpatizantes entram em cena, como: Jacques e Pierre Prévert, Yves Tanguy e Marcel Duhamel, que abrem as portas do hermético endereço da Rue du Château. "O não-conformismo absoluto, a irreverência total e também o melhor bom humor reinavam aí..." Humano, demasiado humano – Nietzsche
"Na Rue du Château todos eram apaixonados por jazz, cinema, passeios noturnos, jogos coletivos, conversas e brincadeiras intermináveis."
A falta de "produção" literária surrealista por parte de Jacques Prévert e Queneau, e mais: a inclinação dos mesmos para visões mais populares, onde criariam obras magníficas, e Duhamel, após uma experiência no cinema e teatro, tomará a frente na direção da primeira grande coleção de romances policiais, a Série Noire São acontecimentos interpretados por Breton como um "início de vulgarização do movimento". Em 1926, Pierre Naville abandona o grupo para se integrar ao comunismo, tentando, ainda, convencer os companheiros a "deixarem as brincadeiras idealistas" para se tornarem militantes do partido, em seus destinos humanos...
"A legítima defesa"
"As experiências interiores não devem ser controladas de fora, nem mesmo pelo marxismo." (André Breton)A terceira publicação de La Révolution Surréaliste
"Somos teus mui fiéis servidores, oh Grande Lama! Concede-nos, envia-nos tua luz numa linguagem que nossos contaminados espíritos europeus possam compreender." (Antonin Artaud)
A atração pelo Oriente e o misticismo cada vez mais incorporado levaram Artaud a publicar, no número 3 da Revolução Surrealista, uma carta ao Dalai Lama, revelando-se seu "discípulo" seu "mui fiel servidor".
Acusado de manter atividades "jornalísticas e teatrais", perseguindo isoladamente "a estúpida aventura literária", Artaud defende-se com o texto "O blefe surrealista", reafirmando que o Surrealismo tem sua essência na magia e que a adesão dos outros integrantes ao comunismo, incluindo Breton, conduziu o movimento à morte.
"A liberdade do espírito deve passar pela liberdade social do homem."
É necessário que o indivíduo encontre o caminho livre, por assim dizer, para fazer a sua interpretação pessoal e solitária da própria vida. Em 1925, Breton tem contato com as idéias de Trotski sobre Lênin. Dois anos depois, ao lado de Péret, Aragon, Éluard e Pierre Unik engajam-se no partido comunista, voltados para o questionamento da atividade revolucionária.
"Nada pode justificar a miséria de uma população sujeita aos interesses de uma classe social. Os surrealistas, todavia, entendem que a condição humana se coloca além da condição social. Para 'transformar o mundo', como Marx desejava, era preciso 'mudar a vida', segundo Rimbaud."
"Em que parte do meu corpo está meu nome? Diga-me, por que quero destruir sua odiosa morada." (Shakespeare)
Nós mesmos temos de decidir como queremos viver a partir do momento em que nos sentimos alienados, num contexto absurdo e condenados à maldita sociedade. O sentimento de estranheza diante do mundo, segundo Sartre, nos conduz a uma sensação de desespero, tédio, vazio e absurdidade.
"Para Breton e seus amigos, foi muito difícil aceitar 'o primado da matéria sobre o espírito' e dedicar-se à tarefa de lutar, prioritariamente, pela transformação social do mundo".
Chegamos, dessa maneira, a um impasse que conduziria ao fim do movimento, ou "ao fim de uma ilusão" nas palavras de Freud. Uma vez que para ser marxista não havia necessidade de pertencer ao Surrealismo. As vestimentas, agora, são vermelhas. Breton transforma-se num soldado do comunismo, e seu espírito está fragmentado... Num último desespero, tentará mostrar que sua força de combate situa-se em dois planos: o da poesia, afirmando que os poetas não seriam "inofensivos sonhadores", e estariam "dispostos a participar de debates revolucionários"; no outro, convencer aos militantes do partido comunista da "aberração que seria lutar por idéias sociais avançadas, conservando uma concepção retrógrada da arte".
"Digamos que o contato com o marxismo aguçou a consciência social dos surrealistas, mas, para alguns, não foi suficiente para obscurecer a visão da repressão stalinista."
Nadja, o arquétipo da mulher surrealista: o mistério fugidio da identidade
Apesar deste período ser marcado por uma grande instabilidade no âmago do movimento, devido às manifestações de caráter político e social, todavia não impediu a elaboração de obras consideradas fundamentais para a história do Surrealismo. É nesta época que Breton também se destaca editando sua obra mais famosa: Nadja. Nesse romance, Breton encontra aquela que será o arquétipo da mulher surrealista, que o surpreende com frases perturbadoras, visões e imagens bizarras. Próxima da clarividência e a um passo da loucura.
"- Quem é você? – Eu sou a alma errante." Responde Nadja.
O surrealismo foi definido por Breton como automatismo psíquico puro pelo qual se propõe expressar, através de qualquer tipo de comunicação e/ou expressão, o funcionamento real do pensamento, sem interferência ou controle da razão, sem preocupações estéticas ou repressões morais. Resumindo: a libertação do espírito e a exploração dos recônditos do mundo interior. Nadja é vista como a materialização mais representativa desse universo surrealista. Definida com "um gênio livre, algo como um desses espíritos do ar que certas práticas de magia permitem momentaneamente visualizar, mas jamais submeter." Sua presença é perturbadora do início ao fim, que nos mantém fixados no reino do incrível.
Possuindo uma liberdade inigualável, Nadja, atinge o ponto mais alto das aspirações surrealistas com sua forma de vida, entregue por completo aos ritmos interiores e intuitivos, desprendida do cárcere terreno. Pouco afeita aos aspectos práticos da existência, vive à mercê das ruas e dos acasos; nas fronteiras da loucura para onde caminha sem saber e confiante (terminando num asilo de loucos). Quanto a Breton, resta-lhe admitir: "Nunca estive à altura do que ela me propunha." Proposta interpretada vagamente por ele como um meio de "amor", "o único e indubitável amor, que não pode ser senão à prova de tudo".
"É possível que a vida peça para ser decifrada como um criptograma (...) pode-se conceber a grande aventura do espírito como uma viagem desse gênero ao paraíso dos ardis", pondera Breton. Em Nadja, encontra-se a atração pelo enigma e o mistério fugidio da identidade; questões inquietantes sobre o relacionamento entre o ser humano e o mundo, e os impasses, paradoxos, limites e perplexidades do próprio Breton e do Surrealismo.
O desejo de transmutação em direção ao "maravilhoso" – A procura da pedra filosofal: a poesia
Com a descoberta de Nadja, a imagem da mulher é alçada a uma condição especial de transcendência nos caminhos de busca surrealista, assim como a própria linguagem escrita, que vinha abrir as portas para o desvelamento do "outro lado das aparências". O acaso, o imprevisto, o inesperado seriam sinais para o caminho que se trilhava em direção ao mundo interior do espírito.
O final da década de 1920 ficou, assim, marcado por esse novo alento em busca dos segredos perenes da vida. O interesse pelos estudos da alquimia, do esoterismo, da magia e da descoberta da pedra filosofal, que proporcionariam a transmutação em direção ao "maravilhoso": essência e "pedra de toque da poesia".
"A poesia é, com efeito, a ponte que liga o mundo da realidade cotidiana e o mundo maravilhoso, e essa ponte é a única para quem deseja conservar a lucidez." (Philosophie du Surréalisme)
"É dessa fusão, dessa sensação de estranhamento, que brota a poesia. É o estranhamento (dépaysement) que faz os olhos se abrirem para a realidade absoluta". "Breton proclamava que devem existir observatórios do 'céu interior' que são, naturalmente, observatórios presentes na realidade." O Segundo Manifesto
"Tudo nos incita a pôr termo à visão de uma natureza não humana e de um homem não natural." (Serge Moscovici)Nos últimos anos da década de 1920, alguns artistas plásticos aderiram ao Surrealismo, entre eles: Miró e Picasso, este, todavia, sem adesão completa ao movimento, sendo a pintura e as imagens objetos de interesse permanente dos surrealistas. Este Segundo Manifesto foi publicado em 1929, na edição final de La Révolution Surréaliste. Nessa publicação, Breton, vê o momento oportuno para responder às críticas de seus ex-companheiros.
"Tudo leva a crer que existe um certo ponto do espírito onde a vida e a morte, o real e o imaginário, o passado e o futuro, o comunicável e o incomunicável, o alto e o baixo deixam de ser percebidos contraditoriamente. Ora, é em vão que se procuraria dar à atividade surrealista um outro móvel que não fosse a esperança de determinação desse ponto." (Breton, Manifestes)
Nessa afirmação, Breton confessa ter lançado mão do pensamento hegeliano, e também no esoterismo hebraico através de reflexões do Zohar, o Livro do Esplendor – uma obra cabalística do século XVIII que, na essência, é uma meditação a respeito do Velho Testamento. Todavia, Breton adverte que seria errôneo situá-lo como místico, uma vez que o único dogma aceito pelo Surrealismo é "a revolta absoluta, a insubmissão total".
"Breton também critica os comunistas e sua óptica estreita, que esquece deliberadamente as possibilidades do homem, ao colocar a ação social como prioritária. Ele insiste na postura revolucionária, da qual não pretende abrir mão (...) A própria prática surrealista é questionada; a negligência no uso da escrita automática, a acomodação, a vaidade, a falta de rigor e pureza em que muitos escorregaram ao optar pelo recurso automático, como se ele fosse uma simplificação do ato de escrever 'literariamente'."A visão hermética
"Este segundo manifesto abre espaços para pesquisas esotéricas, em particular para a figura do alquimista Nicolas Flamel. O Surrealismo também procura a pedra filosofal, que deveria dar à imaginação afogada pela moral de tantos séculos sua verdadeira desforra. A mensagem surrealista deve ser confrontada com a mensagem esotérica. Temendo a vulgarização do movimento, o exibicionismo para o público, o esquema de concessões ao mundo, Breton pede 'A OCULTAÇÃO PROFUNDA, VERDADEIRA DO SURREALISMO'."
Devido a esses ataques explícitos, um grupo insatisfeito resolve crucificar Breton, com direito a uma auréola e coroa de espinhos sobre sua cabeça. Junto a essa imagem, um panfleto irônico, intitulado "um cadáver". Assinam, entre outros, Vitrac, Limbour, Baron, Queneau, Prévert e Desnos. A revista La Révolution Surréaliste chega ao seu fim.
Novos clarões de imagens insólitas e desconexas
Em 1930-1933, é lançada uma nova revista intitulada Le Surréalisme Au Service De La Révolution – ASDLR. Nesta época, conta com a presença de Salvador Dalí, Luis Buñel, René Char e Georges Sadoul.
"Buñel e Dalí deram impulso ao cinema surrealista, cujo precursor, Man Ray, dirigira L'étoile de mer, Retour à la raison e Lês mystères du château de Ré, nos quais o elemento onírico é fundamental, além da preocupação com a fotografia, um dos títulos de glória de Ray. Dalí constitui um nome importante do movimento, não só pela participação como roteirista, mas, sobretudo, pela obra pictórica."
"Se, como proclamou Arthur Cravan, 'todo artista tem o sentido de provocação', é preciso reconhecer que ninguém levou esse gesto mais longe do que Dalí, tanto na arte como em sua pessoa." (Breton)
A década de 1930
Em 1930, Aragon e Georges Sadoul, após participarem de um Congresso de Escritores Revolucionários, na Rússia, assinaram um documento abrindo mão da plena liberdade de exploração e expressão artísticas, abrindo mão, na verdade, da "marca registrada do Surrealismo". Esse fato gerou controvérsias e conflitos que se arrastaram dentro do grupo por vários meses. Aragon permaneceu comprometido com o comunismo, e a partir de 1932 a repressão stalinista contribuiu decisivamente para o alargamento do abismo intransponível entre surrealistas e comunistas. Outro incidente ocorreu em 1935, durante o Congresso dos Escritores para a Defesa da Cultura, organizado por comunistas que impediram ao máximo a participação dos surrealistas. Esses conflitos ideológicos levaram Crevel ao suicídio. Em 1935, Tzara aderiu ao comunismo e, logo após foi a vez de Éluard, em 1938. A década de 1930 assinala a internacionalização do movimento, com a entrada, entre outros, de Octavio Paz escritor mexicano. Três grandes textos de Breton, desse período, evidenciam que a pesquisa da linguagem, um dos fundamentos do Surrealismo, não foi abandonada e que "a escrita automática é isenta de mácula na sua concepção. Com Les vases communicants, Breton mostra a conjunção de sonho e realidade, que são vasos comunicantes, um dos temas essenciais do movimento surrealista". L'immaculé conception, de 1930 e escrito em parceria com Paul Éluard, apresenta textos automáticos e simulações de delírios. Trata-se de um trabalho de recriação de certos estados mentais patológicos, tentando mostrar como é tênue a distinção entre saúde e doença mental. O terceiro texto, L'amour fou, publicado em 1937, narra o encontro de Breton e uma mulher em 1934, e seu passeio por Paris à noite. O maravilhoso resvala para a realidade: essa noite estava prefigurada num poema automático de 1932 – 'Tournesol'. Poucos meses depois, Breton casa-se com Jacqueline Lamba, 'a todo-poderosa orquestradora da noite do girassol'. L'amour fou apresenta também um texto básico para a compreensão do projeto estético do Surrealismo, isto é, a noção de beleza convulsiva:
"A beleza convulsiva será erótico-velada, explosiva-fixa, mágico-circunstancial ou não será." (L'amour fou, p. 26)
Em 1938, Breton encontra-se com Trotski, no México, e em conjunto escrevem: "Por uma arte revolucionária independente". Passando a admirador e defensor do pensamento trotskista, aprofundando, assim, as divergências entre surrealistas e comunistas. A organização da FIARI (Federação Internacional da Arte Revolucionária Independente), idealizada por Breton, deveria ter como lema a luta contra o nacionalismo, uma vez que trabalhadores e artistas não necessitavam de pátria. Mas o despontamento do nacionalismo alemão, às vésperas da Segunda Guerra, destruiu de vez o projeto.
Após a guerra: "Só dos verdadeiros poemas pode sair o sopro da liberdade."
Com a França ocupada pelos alemães durante o conflito bélico, o movimento surrealista foi desmobilizado. Alguns de seus integrantes foram presos enquanto que outros se aliaram à resistência. Masson, Ernst e Breton conseguiram embarcar para os Estados Unidos. Péret seguiu para o México.
Nos EUA, Breton e Marcel Duchamp organizam a Exposição Surrealista de Nova Iorque, em outubro de 1942, arrecadando fundos em favor dos prisioneiros franceses. A atividade surrealista, em solo americano, ganha força com novos adeptos e a criação da revista VVV, dirigida por Duchamp, Breton, David Hare e Max Ernest. Breton casa-se com Elisa e Ernest com a pintora Dorothea Tanning. Já no México, Péret casa-se com uma outra artista plástica: Remédios Varo. Em 1943, Péret envia aos amigos refugiados nos Estados Unidos, um texto sobre poesia, mito e revolução, que será batizado por La parole est à Péret. Breton escreveu Arcane 17 e Ode a Charles Fourier. Tanto Péret como Breton apaixonam-se pela arte dos diversos povos indígenas das Américas. É publicado, na França, um volume de poesias em honra à Resistência intitulado: "L'honneur des poètes" (A honra dos poetas). Péret respondeu com o texto "Lê déshonneur dês poetes" (A desonra dos poetas), posicionando-se contra a poesia de circunstância, de texto-receita de ladainhas, afirmando: "Só dos verdadeiros poemas pode sair o sopro da liberdade". Em 1942, Breton escreveu uma série de textos que foram editados em 1946 no livro Manifestes du Surréalisme. Contextando abertamente todas as ideologias e sistemas. Lamentava a morte de Freud e se preocupa com o futuro da psicanálise, que de instrumento de libertação poderia passar à opressora.
Últimas aventuras
"O homem é apenas um pequeno fragmento do cosmos."
Tzara, agora membro do partido comunista, guardou do surrealismo apenas suas possibilidades materiais de relação com a ação social revolucionária, banindo seus vislumbramento metafísico e transcendental. Essa mudança de atitude desencantou seus ex-companheiros que permaneciam fiéis à causa mística do movimento. Levando Breton e outros à investirem furiosamente contra ele durante uma conferência sobre o Surrealismo e o após-guerra que, Tzara, proferia na universidade de Sorbonne. A palavra-chave de ordem seria: traição.
"Por essa ocasião, inaugurou-se a Exposição Internacional do Surrealismo, organizada por Duchamp e Breton, para mostrar as aspirações de um mito novo e, naturalmente coletivo..."
Em 1948, é lançado um jornal surrealista: 'Néon', que contou com a participação de Breton, Péret, Hérold, a pintora tcheca Toyen, Hans Arp, Bellmer, Ernest, Matta, Lam, Miro e Man Ray. Nessa época, novos autores são convidados e recomendados pelos surrealistas.
"No início dos anos 50, foram incorporados ao movimento Robert Benayoum e Ado Kirou, ligados à revista L'Age du Cinema, e também Jean Schuster, Gilbert Legrand, Michel Zimbacca, Jean-louis Bédouin e Allain Jouffrey."
"Anthologie de l'humeur noir", de Breton, escrito em 1940 e proibido pela censura de Vichy, durante a ocupação alemã, foi reeditado. O humor negro, termo criado pelo próprio Breton, é o humor do risco, aquele que repele a sentimentalidade e a poesia banal."
"Em 1952 foi inaugurada a galeria L'Étoile Scellée, o seu nome mantém correspondência com a tradição da alquimia. Nesse ano, os surrealistas assistiram às conferências de René Alleau sobre os textos clássicos da tradição esotérica. Para ele, a manipulação dos metais e a evolução espiritual estabelecem entre si relações de identidade e não de mera analogia. Breton não estava interessado em saber se os livros do passado chegaram completos ou não aos nossos dias, mas sim que tipo de influência causaram em poetas como Nerval, Baudelaire, Rimbaud, Lautréamont, Mallarmé, Jarry. Se o Surrealismo passou por esses autores, cruzou forçosamente com o esoterismo, procurando, nele, uma das fontes da poesia ..."
Verdadeiros criptogramas verbais: relicários do espírito infantil, contemplativo, que habita a alma da poesia
É fato que os poetas, em todas as épocas, foram os principais divulgadores do pensamento metafísico, da mística e do esoterismo. Utilizando-se de uma linguagem secreta, muitas vezes, para fugirem às perseguições ideológicas e religiosas. Sob a linguagem do poeta jaz a chave do tesouro... Essa linguagem especial e enigmática era, ao mesmo tempo, uma proteção contra a vulgarização ou mesmo um escudo contra a institucionalização de uma sensibilidade apropriada apenas aos que compreendiam o mecanismo existencial de uma maneira ímpar, apartado do modelo coletivo e cultural. As línguas do tronco cananeu, entre elas o árabe, o persa e o hebraico, por exemplo, em suas formas mais avançadas empregam raízes consonantais específicas para ocultar e revelar certos significados que são incompreensíveis à multidão de falantes comuns.
Nessa mesma linha de exemplificação, podemos nos reportar ao berço de nossa civilização ocidental, onde a deidade guardiã de Roma tinha um nome "incomunicável". Já em algumas regiões da Grécia antiga, os nomes sagrados dos deuses eram gravados em lâminas de chumbo que se lançavam nas profundezas do mar Adriático, com o fim de protegê-los contra a profanação. No campo das artes plásticas, algumas correntes passaram a interessar cada vez mais os surrealistas. Uma delas, art brut (conhecida no Brasil como arte do inscosciente), mereceu a criação, com Jean Dubuffet, da Compagnie e L'Art Brut,, encarregada de recolher exemplos de arte executada por pessoas isentas de cultura artística: loucos, reclusos, idosos, indivíduos para quem a arte é, essencialmente, uma livre expressão do inconsciente. Outra corrente, a arte gaulesa, é importante para o Surrealismo, ao explicitar sua própria riqueza, seus valores mágicos, o que reforça a proposta de ruptura com a tradição cultural grego-latina. Finalmente, a arte mágica, aquela que transmite a magia na qual foi concebida, como nos quadros de Hieronimus Bosche e nas gravuras alquímicas. Sobre o assunto, Breton e Gerard Legrand escreveram L'art magique, em 1975. O livro contém numerosos depoimentos de antropólogos, críticos, artistas plásticos e pesquisadores do esoterismo. O Surrealismo seria, no século XX, o mais digno representante da arte mágica, porque contém o 'condimento bizarro' (solicitado por Baudelaire), por que desafia o senso crítico, e seu imaginário, como nos antigos mitos, exige uma interpretação do Universo, uma integração do homem ao cosmos.
Novos jogos surrealistas foram inventados, talvez os mais requintados na história do grupo: Um no outro e Mapa de analogias. Os exemplos guardados indicam a proximidade dessa prática com a literatura; eles mostram com clareza a visão analógica do mundo, isto é, o próprio fundamento do Surrealismo. Saber jogar é conservar o espírito da infância, é ter os olhos limpos para a contemplação do Universo. Atividade coletiva, os jogos mantêm acesa a chama do grupo, abrem espaço para o lúdico, o acaso e a poesia."
Um único sobrevivente: "Seria o suicídio uma solução?"
Em 1945, Marx Ernst, que acompanhara o movimento surrealista desde o Primeiro Manifesto, aceitou a premiação da Bienal de Veneza sendo, por isso, expulso do grupo. O Surrealismo jamais aceitou ser encampado por iniciativas oficiais. Começa a surgir, a partir deste episódio, problemas mais graves de ordem pessoal entre seus integrantes. Tanguy morre em 1955, e em 59 Péret "o mais puro surrealista", segundo Breton. Logo depois, Dominguez e Paalen (artistas plásticos) e o poeta Jean-Pierre Duprey trilhavam o caminho do suicídio, fato que veio a marcar de maneira trágica os destinos do movimento. De seus principais fundadores, apenas Breton continuava sobrevivente. As novas reuniões mudam de endereço, localizando-se agora no café La Promenade de Vênus, com a participação de Joyce Mansour, Gilbert Legrand, José Pierre, Vincent Bounoure, Robert Benayoun, Radovan Ivsic, Jean Benoit, Jorge Camacho. Em 1961, o brasileiro Sérgio Lima apresentou, numa dessas reuniões, sua mostra de desenhos e aquarelas. Em Paris, duas grandes exposições temáticas são apresentadas: Eros (1959) e Desvio Absoluto (1965). Duchamp inaugurou, em Nova Iorque, no ano de 1960, a Surrealist Intrusion in the Enchanters' Domain.
O Surrealismo que não morre, em suas obras eternamente vivas
Ocorre uma divulgação do movimento em outros países da Europa, Portugal (1947). Na América Latina, surgem manifestações no Peru, México, Argentina, Colômbia e no Brasil (1962-64, por intermédio de Sérgio Lima). Como sempre, a cidade de São Paulo é a vitrine das novidades. Algumas obras publicadas nesse período: Piazzas e Paranóia (Roberto Piva, com fotos de Wesley Duke Lee); Amore (impresso litográfico com texto manuscrito, Sérgio Lima); Anotações para um apocalipse (Cláudio Willer). Paulo Antônio Paranaguá realizou o premiado e mais que esperado filme Nadja. De Paris, o próprio Breton passa a "supervisionar" a Exposição Surrealista de São Paulo, inaugurada em 1967, na Fundação Armando Álvares Penteado, contando com o apoio de Flávio de Carvalho e Maria Martins (artistas plásticos). A única edição de uma revista surrealista brasileira A PHALLA surge nesse mesmo ano (1967). Todavia, Breton não soube desse acontecimento, uma vez que já havia "partido", para sempre, em "busca do ouro do tempo". E não restava ninguém neste mundo que pudesse ou ousasse tomar o seu lugar. Em 1969, Jean Schuster assinou um documento dissolvendo o grupo. Permaneceu apenas o espírito surrealista, que continua em nosso mundo etéreo, incorpóreo, fantasmagórico, encarnado em suas obras "eternamente vivas". Referências bibliográficasBETTELHEIM, Bruno. Freud e a alma humana. São Paulo: Cultrix, 1997. BRETON, André. Nadja. Rio de Janeiro: Imago, 1990. CASTANEDA, Carlos. Uma estranha realidade. Rio de Janeiro: Record, 1988. DEVI, Indira e Dilip Kumar Roy. Peregrinos das estrelas. São Paulo: Cultrix, 1990. EDDÉ, Pere Emile. Byblos: Berceau de l'alphabet. Beyrouth: Dar Al-Kitab Al-lubnany, 1969. GUÉNON, René. O esoterismo de Dante. Lisboa: Vega, 1978. HUXLEY, Aldous. A filosofia perene. São Paulo: Cultrix, 1995. LIAÑO, Ignácio Gómez de. Dalí. Barcelona, Ediciones Polígrafa, 1982. NASR, Seyyd Hossein. Ensaios sobre la dimensión esotérica del Islam. Barcelona: Herder, 1985. RAIYD, Souhair. Al-tohra, entre a idolatria e a unidade divina (fontes sobre o "Zohar" ). Beyrouth: Dar Wu Al-Nafa'is, 1989. ROSENFELD, Anatol. Texto/ Contexto. São Paulo: Perspectiva, 1969. SIMPSON, Thomas Moro. Linguagem, realidade e significado. São Paulo: EDUSP, 1976. YATES, Francês A. Giordano Brno e a tradição hermética. São Paulo: Cultrix, 1993.

Thursday, April 26, 2007

LUCIFER


Sinais de fugo

vulcões

gentes que fogem

em fúria

outras que caem

ao Hades

is this the end, beautiful friend,

or just the beginning of the new age?


Devo desposar-te,

minha mulher,

ó eternidade?

ou devo combater,

meu comandante?


quando um homem

procura a solidão

e regressa á infância

que pode esse homem encontrar

senão a luz, senão a vingança?


Quem é esse homem

que vem do incêndio

da cidade eterna?

Quem é esse homem

no meio das mulheres

e das outras merdas?


Quem é este

que tu queres

e volta de madrugada

a cair de bêbado

atraiçoado

a arder no canto

a subir no verbo

na tua palavra


Lúcifer

anjo de Deus

anjo de Bosch

anjo deboche

rei guerreiro

rei querido

Hamlet em delírio

bruxas

feitiços

o que é que conta isso

diante de ti

homem livre

espírito que dança

em busca do Graal.


A. Pedro Ribeiro, 6.4.2007, Braga, Forum.

O PRÍNCIPE MALDITO



Enviado por caine em 16/04/2007 14:55:34 (21 leituras) Poemas deste autor

Vinde, Poeta necrotérico
sob a influência
Misantropa, deletéria da vida e da morte
Na dicotomia das inorgâncias ciências
Da dor e dos abismos da alma cujo forte
Chamado a amiga antiga transmite fluências
As artes necromantes de Mefistófeles.
Oh, Poeta deserdado no Templo de Baco,
Flor do vale da sombra na legião de Anjos Caídos.
Príncipe Maldito!
Vá a câmara do Faraó
E suscite vossas palavras ao presente
Da angústia e da dor.
Eis, tua face
Cujos vermes a, então, corroem em alusão
Às verdadeiras ilusões de um homem.
Vide, Poeta Misantropo das artes secretas,
As verdades íntimas do Dragão da Castidade
E o verme deletério e itinerário da Irmandade
Operando nas tarefas dos iconoclastas,
A ciência Negra como Érebo.
Vá, Poeta Maldito com suas pragas
Contaminando seus rios e tão mórbido
Veneno de que a alma se enche.V
á, Cavaleiro da Meia-Noite sob os sóis dos herméticos
E com a euforia de Mil Serpentes.
E vá aos calabouços da alma revelar as sementes.

Davys Sousa(Caine)

Monday, April 23, 2007

WHISKY A GO GO




Whisky ou Whiskey ?
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GLOSSARIO--- SCOTCH--- A forma abreviada como eh conhecido o whisky escoces.--- BLENDED--- Combinacaoo de varios tios de malt whisky e uma porcao menor de grain whisky, que torna a bebida mais leve.--- BOURBON E TENNESSEE--- Tipico dos Estados Unidos, o bourbon eh elaborado com um minimo de 51 por cento de milho. O Tennessee eh a mesma bebida, mas como nao eh produzido no Kentucky nao usa a denominacao Bourbon.--- GRAIN WHISKY--- Feito a base de qualquer cereal,--- quase sempre milho o grain whisky eh destilado em alambiques continuos, diferente tecnicamente daqueles usados para a destilacao do malt whisky. Desse processo surge um liquido com maior graduacao alcoolica e sem muita personalidade. Tambem eh envelhecido em barris de carvalho por, no minimo, tres anos.--- MALT WHISKY--- Para chegar ao malte, os graos de cevada sao moidos e o amido transforma-se em maltose. Essa substancia fermenta e deixa surgir o alcool, que eh redestilado para eliminacao das impurezas. Tal produto ainda nao eh considerado malt whisky. Para ganhar essa classificacao, eh preciso que o malte envelheCAa no minimo tres anos em barris de carvalho. Muitas vezes esses barris serviam para armazenar bourbon ou sherry, o que da um sabor especial a bebida.--- RYE--- De origem norte-americana, este whiskey eh composto de 51% de centeio. Tambem eh conhecido como Canadian Whisky.--- ENVELHECIMENTO--- Tempo em que o destilado passa em barris de carvalho para concentrar o sabor e aroma. Alem disso, nesse periodo, ele adquire aquela coloracao amarela do whisky. Algumas pessoas acreditam que quanto maior o tempo de envelhecimento, melhor a qualidade do destilado.--- TURFA--- Um tipo de vegetal usado na secagem do grao da cevada. Da um sabor bem caracteristico ao malte. GRADUACA ALCOOLICA--- A quantidade de alcool existente na bebida: quanto mais alta a graduacao, mais forte ela eh. ON THE ROCKS--- Quando o drink eh servido com pedras de gelo.--- HISTORIA--- IRLAND OU ESCOCIA ?--- Alguns acreditam que no seculo 12 a Irlanda ja dominava a arte de destilar o malte. Outros atribuem a descoberta aos escoceses, pois a primeira e universalmente reconhecida mencao sobre a destilacao do malte aparece nos Anais do Tesouro Escoces, em 1494. La esta registrado que Frei John Carr recebeu 48 medidas de malte para produzir aquae vitae ou usquebaugh, palavra galica que significa agua da vida. Discussão a parte, uma coisa eh certa: o whisky eh a bebida nacional da Escocia e seu cartao de visita. Whisky mesmo, se escoces, pois quando produzido fora da Escocia, nao pode receber esse nome. A bebida produzida nos Estados Unidos e Irlanda, segue em linhas gerais o mesmo processo de fabricacao e leva o nome de whiskey. O whisky verdadeiro eh um destilado turfado, que se produz a partir de graos de cevada secos através de fumaça aromatizante e que sao envelhecidos no minimo durante 3 anos.--- OS BLENDS--- A causa da descoberta, como quase sempre acontece, foi a propria necessidade. Andrew Uner, filho de um velho destilador, descobriu que era possivel suavizar o forte malt whisky acrescentando um pouco de insipido destilado de cereal. Pronto, estava aberto o caminho para o desenvolvimento do scotch como hoje se conhece, um blended whisky, mistura de varios tipos de malt whisky e grain whisky, um destilado feito de cereal. Ao mesmo tempo, se montava o cenario para os grandes misterios com que as estilarias envolvem seus produtos ate hoje. Tudo gira em torno da seguinte questao: como chegar ao blended ideal? Cada destilaria guarda seu segredo a sete chaves. Eh praticamente impossível desvenda-lo, pois alguns surgem da combinacao de ate 50 malt whisky diferentes e outros tantos de grain whisky, que sao exportados para o mundo inteiro e nao sao poucos os fieis apreciadores da bebida. Para garantir tal preferencia, os escoceses sao rigorosos. Por exemplo, todos sabem que eh muito importante o envelhecimento do whisky em barris de carvalho, as vezes por mais de 20 anos. Afinal, eh por causa desse envelhecimento que o malt whisky adquire sua personalidade definitiva, absorvendo todo o aroma da madeira e ganhando aquela coloracao amarela: quanto mais envelhecido, melhor o resultado. A certeza de que isso realmente acontece pode ser comprovada por um detalhe curioso. Cada barril possui duas chaves, uma fica com o destilador e a outra eh do fiscal encarregado de supervisionar o tempo de permanência do liquido no deposito. A bebida so pode ser misturada e engarrafada se cumprir o prazo estipulado, pois ela nao continua seu processo de envelhecimento, depois de passar as garrafas.

Tuesday, April 17, 2007

THE KING OF THE JUNGLE


AO PRIMEIRO






02. Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro . A. Pedro Ribeiro


Manifestos do Partido Surrealista Situacionista Libertárion.º na colecção: 2data de edição: Fevereiro de 2006ISBN: 972–8983–05-0n.º de págs: 56pvp. 8,075€ + iva = 8,50€
No passado ano de 2005 A. Pedro Ribeiro (Porto, 1968) manifestou-se contra tudo e contra todos, chegando a alardiar uma candidatura à Presidência da República para abanar consciências e reclamar lugar para a liberdade mais absoluta. Estabelecendo uma relação com a poesia equivalente à do militar com seu arsenal e estratégias, o autor faz da palavra uma arma inesgotável e vê no capitalismo o inimigo público número um. Politicamente incorrecto, A. Pedro Ribeiro com o seu manifesto incondicional é ainda um artista, conferindo aos textos um espaço de acção que a arte solidifica e ratifica. Realidade ou encenação, A. Pedro Ribeiro é tanto personagem dos seus escritos quanto a sociedade contemporânea que retrata. Para doer ou divergir, esta é a expressão de ruptura de quem, há meses atrás (Julho de 2005), publicou o seguinte «Manifesto dos 37»:«Aos 37 anos, José Mário Branco escreveu o “FMI”. Aos 37 anos, apetece-me dizer com os situacionistas que “nada queremos de um mundo no qual a garantia de não morrer de fome se troca pelo risco de morrer de tédio” (Raoul Vaneigem, A Arte de Viver para a Geração Nova).Apetece-me dizer com André Breton que “a ideia de revolução é a melhor e mais eficaz salvaguarda do individuo” (“La Révolution Surrealiste”, nº4). Apetece-me estar com a subversão. Com a crítica radical à ditadura do consumível, da mercadoria, do quantitativo, do défice. Apetece-me estar do lado da liberdade, da liberdade absoluta contra a ilusão da liberdade de compra e venda, da sobrevivência, da “sobrevida” que substitui a vida, do quotidiano insuportável, do tédio.Apetece-me estar com os poetas malditos. Com Rimbaud, com Baudelaire, com Nietzsche, com Sade, com Lautréamont a infernizar tudo quanto é direitinho, conforme às normas, castração.Apetece-me estar contra todas as formas de autoridade, opressão e dominação.Apetece-me estar do lado da rebelião.Apetece-me dizer que já pouco acredito nos partidos, mesmo nos de esquerda. Que lutar por lugares dentro da democracia burguesa é aceitar como irreversível a democracia burguesa e, portanto, afastar totalmente do horizonte a revolução, mesmo que se continue a falar na construção da sociedade socialista. E não há transições pacíficas para o socialismo. Como escreve António José Forte (António José Forte, Uma Faca nos Dentes):”Que diálogo pode haver entre o condenado à morte e o carrasco que o conduz ao patíbulo?”.Apetece-me dizer que acredito na poesia e no amor como formas sub-versivas. Que acredito em actos provocatórios, em agitações espontâneas que ridicularizem o instituído, no terrorismo poético. Que a criatividade é o último reduto da rebelião.»

Sunday, April 15, 2007

KINGS AND QUEENS


September 20th 2005
Last month I went to see the Doors with Kandi Cox. The Doors have their original keyboards player Ray Manzarek and original guitar player Robbie Kreiger.

The concert was awesome. SRO. People were getting drunk and dancing around acting like crazies. The security people and plain clothes cops were having problems keeping order. A typical Doors concert like back in the late 60's. I wasn't around then but I can imagine what it was like. I would go see them again. Kandi and I got back stage passes from one of the stagehands and after the concert we went back stage. The stage hand took us to a trailer and all he wanted was to see our boobs. We left. A few weeks later I attended the ED Expo at the Mandalay Bay Hotel. I signed just one day for Universal Entertainment (Eleanor and Tony Bucci), my booking agents. The Fan Fair was held at Sapphires Club. I went to that with my polaroid and some videos. The Fan Fair is really strange. The big boob girls seem to gravitate to one side of the club while the others are on the other side of the club. You can guess where most of the fans go. It was non-stop from start to finish. Photos of the expo are in the members area. We are allowed to do lap dances there and with the polaroids and lap dances I kept very busy. I think next year I am only going to do the Fan Fair. Tickets for the ED Expo are getting too expensive for the average fan to buy. There were not many people at the Expo this time. I am still in the process of moving but with all the tennis playing and working out at the gym everyday I have not had time to move everything over there yet. My new house does not have a swimming pool but I am thinking about having a pool put in. That's a combination of pool plus spa. A small pool with spa jets all aroung the pool that can heat up in about 30 minutes. Two weeks ago I went to NYC and went to the 2005 US Open. Fantastic. I saw all the major games from the quarterfinals through all the championships. I was hoping that Andre Agassi would beat Roger Federer but Federer is just too good. Photos of me at the US Open are also in the members section.


Minka.

Friday, April 13, 2007

GERALDINE-UHF



Com um grande abraço ao António e aos seus companheiros.


Pedro.

Thursday, April 12, 2007

O SOPRO ETERNO


10 Abril 2007

E tudo o vento levou...
E tudo o vento levou...A arrogância terminouE quem alto subiuDo seu trono caiuDo que pensava serApenas ficou o deverE já ninguém lhes poderá valer...Esse tempo acabouE nada significouForam tempos de glóriasDe almas maldosasImpiedosasPrepotentesPrevaricadorasQue guerras instigaramQue injustiças fabricaramQue roubos engendraramQue revoltas geraram... ao longo de tanto tempo!No fim...Esfumaram-se como o ventoNada... nada sobrou!E tudo o vento levou...
soprado às 00:00
textoComentarios(23);
23 almas sopraram! Junta o teu sopro a todos eles... espero-te


PUNK IS NOT DEAD!

Wednesday, April 11, 2007

A MÃO DE DEUS


Argentina


EU NÃO QUERO MORRER DE TÉDIO

Processo de candidatura de Sócrates à UnI foi concluído fora de prazo
O certificado do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, incluído no dossier de José Sócrates na Universidade Independente (UnI), que atesta as cadeiras até à altura concluídas pelo primeiro-ministro naquele estabelecimento de ensino, foi passado quase um ano depois de terminar o prazo fixado por lei para a instrução do processo de transferência para a UnI.
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Sócrates alterou registo biográfico no Parlamento para explicitar bacharelato
Luís Marques Mendes faz declaração após entrevista de Sócrates à RTP
Sócrates diz ser "alheio" aos erros na sua biografia de 1993

www.myspace.com/manacalorica

FELIZ EM PALCO


Sent: Monday, June 9, 2003 3:32 PM
Há sorrisos que nos fazem renascer. Caras que simpatizam connosco mesmo desconhecendo todo o nosso passado. Ainda assim as minhas relações de trabalho tendem a ser doentias. Não entendo. Noutro contexto tudo poderia ser diferente. Não sou, de modo algum, um "obreirista". E agora sinto-me, de novo, só e teso. Só, teso e de garganta seca. No café da loira boazona. Tanta glória e tanto deserto. Tens cá um cu e umas mamas. Mas não és minha. Sorris ao primeiro idiota que aparece. Só a mim é que não. E a outra que nem sequer me fala no tribunal...
Uma gaja deu-me a entender que eu era mais "sexy" em palco.
- Eras outra personagem, estavas a representar- disse.
- Sou feliz em palco. Só represento o que me vai na veia.
Feliz em palco. Devia andar mais vezes por lá. Se ando muito pela plateia torno-me sorumbático e as gajas não me ligam.

António Pedro Ribeiro, Junho de 2003.

Tuesday, April 10, 2007

THE REAL SHAMEN



Caro Pedro Ribeiro,

Após termos consultado o seu blog em xamachama.blogspot.com, pensamos que poderá considerar interessante ter conhecimento dos seminários básicos de Xamanismo que estamos a organizar em Mafra.

Intitulado "Com o apoio do tambor noutras realidades", este seminário é uma introdução às práticas, técnicas e conceitos do mundo xamânico. Acompanhados com o ritmo do tambor, os participantes irão aprender a viajar na realidade não comum, através do estado de consciência xamânico.

Este curso está integrado no programa da Quinta Mãe Terra para 2007, sendo apresentado por Walter e Eva Honegger, cujo trabalho pode consultar no artigo "O que é o xamanismo?" na revista Saúde Actual nº 23 de Março / Abril de 2007.

Em anexo pode encontrar informações detalhadas acerca deste evento, não obstante estarmos à sua disposição para nos contactar.

Caso não lhe interesse esta divulgação, nem receber outras do mesmo âmbito, pedimos o favor de o mencionar em resposta a este email.

Se, pelo contrário, partilhar da nossa opinião sobre os benefícios do Xamanismo para o desenvolvimento pessoal, bem como para o bem-estar individual e da sociedade, solicitamos que esta informação possa inclusivamente ser divulgada entre os seus colegas e amigos.

Com os melhores cumprimentos,

www.myspace.com/manacalorica


Monday, April 9, 2007

VANDALISMO OU REBELIÃO?


Os jovens também não saem incólumes desta chamada de atenção porque muito recentemente incendiaram um ecoponto por pura diversão. Actos de vandalismo e falta de civismo não combinam com a cidade da Cultura, do Lazer e do Turismo.


A revolta pode ser uma diversão pura e dura. (APR)

"A revolta interior é o caminho para a liberdade exterior" (Jim Morrison)

Sunday, April 8, 2007

KEEP ON ROCKING IN THE FREE WORLD


PENSO LOGO DIABO

Penso, não sei se existo...: "O Mestre das escaramuças"
«O primeiro-ministro tem jeito. Talvez mesmo talento e intuição. Decidiu, desde o primeiro dia, ... Por Rui Pedro Ribeiro às 21:28 Assunto: Política ...

Monday, April 2, 2007

AOS MEUS AMIGOS

AOS MEUS AMIGOS

Onde estais vós,
Meus amigos,
Que me beijais a cara?
Já partistes deste mundo
Ou continuais a caminhada?
Onde estão as conversas que nos elevam
E as gargalhadas sem medo
Que enfrentam os medíocres
E a corja mercantilizada?
Onde estais,
Irmãos de sangue,
Que bebeis da minha taça?
Camelot Elsenor
Aí celebramos a aliança.

Onde estais vós
Que sois eu
Só num bar até de madrugada?
Tentaram sempre aniquilar-nos
Encostar-nos à parede
Até à última cilada
Mas nós resistimos sempre
Ao cântico da sereia.

Onde estais, companheiros,
Agora que vos chamo
Do fundo do Totem
À beira do nada?
Bem sei que para nós
O caminho é doloroso
Mas o que nos guia
Não são as leis do mundo
Nem do mercado
Mas a luz ao fundo da guitarra.
Onde estais, amigos,
Porque não bebeis a taça?
Conquistadores do oculto
Pesquisadores da alma
O caminho somos nós
Mas a visão ainda não é Inteiramente clara.

Onde estais, irmãos de sangue,
Companheiros de noitada?
Abençoados malditos
Reis sem trono
Esperamos a última batalha.
Olhos de Deus
Voz de Satã
Iluminações
Até ao fim da estrada.

Vila do Conde, Pátio, 20.1.2007.A. PEDRO RIBEIRO

OS DONOS DA BOLA...ANÓNIMOS E FANTASMAS

FACE THE FACE
COM A FACA www.myspace.com/manacalorica

e devemos acrescentar www.povoaonline.blogspot.com , outros fantasmas.


Lembrança de uma tarde...
Tosta na "face" (em ingles) do Face!obrigado...
Escrito por Sidoninho a Domingo, Abril 01, 2007 1 Contribuições de Merda

Doninhos Team Rally 2007
A propósito da organização do Rally de Portugal 2007 e, aproveitando a aquisição do novo carro por parte do Doninho dos Pezinhos, temos o prazer de anunciar a equipa Portuguesa capaz de fazer frente às equipas de fábrica e levar de vencida o Rally de Portugal 2007.Contando com um novo veículo, adquirido recentemente, temos todas as condições para garantir um excelente resultado na edição deste ano desta competição.Mesmo sem ter tido muito tempo de habituação ao novo carro, o nosso piloto, assegurou-nos que a prática adquirida na condução do seu anterior veículo, é mais do que suficiente para garantir um lugar no pódio.Vejamos o modelo:Performance Fuel Delivery: InjectionBHP: 712.0Torque (lbs feet): 116.5RPM to which the Torque refers: 12250Maximum Speed: 427 km/hAcceleration (0-60): 0.4(estes valores são dados do banco de testes da Auto Fórmula 1, depois das alterações efectuadas para a participação na prova)Equipa:Piloto: Doninho dos PezinhosCaracterísticas: Frio e calculista, possui uma capacidade inata de conduzir nas mais adversas condições. Habituada a habitáculos com temperaturas muito elevadas, esta nova versão permite-lhe encarar a prova de forma mais suave.Especialista na condução com caixa de velocidades manual (mas com punho da manete alterado) revela-se um especialista em troços sinuosos e apertados, graças à condução diária pelas estradas de Beiriz.Possui também uma excelente condição física e uma capacidade de manusear o volante com destreza e rapidez, devido à antiga direcção do seu antigo veículo.Co-Piloto:Ricky AlbinoCaracterísticas:Especialista em línguas, foi convidado pela Doninhos Rally Team por causa do seu conhecimento das estradas do sul e Portugal. Tendo vivido anos em Lisboa e etc., tem no seu roadbook mental um vasto conhecimento das estradas portuguesas, sendo um óptimo companheiro no melhor trilho a seguir.Também possui uma incrível capacidade de ditar os tempos e incutir no piloto os melhores tempos de ataque e de poupança de material ao seu companheiro.Chefe Mecânicos:Toni Fórmula 1Características: Experiente em mecânica desde muito novo, foi o principal obreiro deste projecto. Com vastos conhecimentos do mercado automóvel foi capaz de montar um carro competitivo e vencedor recorrendo apenas a peças de sucata que só ele conhece e capazes de conferir ao veículo o índice competitivo necessário para uma prova desta dureza.Vídeo da Apresentação da Equipa
Escrito por Entidade Doninha a Sexta-feira, Março 30, 2007 4 Contribuições de Merda

Sir Donadoni
Doninho Bota, etc, etc.........................................................

SOU O HOMEM DA LIBERDADE


NADA, NENHUM GOVERNO, NENHUM PARTIDO, NENHUMA INSTITUIÇÃO OU RELIGIÃO ESTÁ ACIMA DA MINHA LIBERDADE"

(ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO)

SOU O HOMEM DA LIBERDADE


NADA, NENHUM GOVERNO, NENHUM PARTIDO, NENHUMA INSTITUIÇÃO OU RELIGIÃO ESTÁ ACIMA DA MINHA LIBERDADE"

(ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO)

NO QUARTO CRESCENTE

Viagem em Quarto Duplo

António Pedro Ribeiro/Rui Sousa

José Azevedo Nóbrega é o pseudónimo literário de Francisco Gonçalves, autor dos livros de poesia "A-Mei-O-Tempo" (Edições Apalavrados, 2005), "A Boca na Mão" (2003) e "Agueirinho" (Edições Silêncio da Gaveta, 2000), que tem prevista para 2007 a edição de "Viagem em Quarto Duplo". Azevedo Nóbrega nasceu há 49 anos em Vila Marim (Vila Real) mas há nove anos que está radicado na Póvoa de Varzim.
O poeta está na génese das célebres "segundas-feiras de poesia” do Café Pinguim, no Porto, ao lado de Joaquim Castro Caldas. Para Azevedo Nóbrega, o "Pinguim" teve uma importância enorme, pois gerou "um movimento de pessoas que veio dar um impulso a uma nova maneira de dizer poesia. Para o autor, a poesia não exige necessariamente a solidão, "mas a solidão pode levar à poesia. Quando a estrada é luminosa o sonho pode concretizar-se. A poesia tem muito de sonho, de realidade, mas sobretudo de imaginação", acrescentou. Fica também sempre a memória da infância: "à medida que vou envelhecendo vou tendo uma memória cada vez mais acesa do crepitar das ideias infantis, da ligação à terra. Há um certo saudosismo", explicou. O poeta mostra-se particularmente revoltado com a destruição da natureza. "Estamos numa sociedade de consumo, dos detritos e do desperdício. Esta imundície choca-me. É o próprio planeta que se revolta, que vomita vulcões, tempestades, tsunamis, furacões. É a Terra a revoltar-se contra a indignidade com que o Homem a trata. Está tudo ligado desde o buraco do ozono, ao efeito de estufa, aos incêndios florestais, aos altos preços do petróleo até aos lobbies farmacêuticos", esclareceu.O livro que está prestes a sair, "Viagem Em Quarto Duplo" é, segundo o poeta, mais marcado pela simplicidade. "O processo de escrita implica um trabalho mais burilado e exigente. Ainda estou a anos-luz de atingir o estado de graça. O talento precisa de ser trabalhado", confessou. É um livro sequencial, contínuo, que conta uma estória, através do Douro e das viagens reais de comboio entre Vila Real, Régua, Pocinho, Moncorvo e Duas Igrejas que se cruzam com viagens de avião. Para José de Azevedo Nóbrega, a poesia corresponde à plenitude, ao belo, ao encantamento, mesmo quando se utilizam palavras ou expressões violentas

in www.vozdapovoa.com

Sunday, April 1, 2007

THE BLACK SWAN

THE BLACK SWAN

Vens à cidade
E ela escapa-se-te
Por entre os dedos do último metro
Uma vez mais
O acaso que fere que queres
À deriva por fora da cartilha maternal
Apeado por um metro por um minuto
Por uma fita amarela
Nos braços da Aurora

Vens à cidade
E ninguém te espera
Nem sequer as mamas
Da gaja do lado
Cujas mãos folheiam um livro
Talvez até de Cesariny
Olha, afinal não,
É o “Discurso do Método” de Descartes
A razão a descartar o instinto e a loucura
Mas tu continuas a ser tu próprio
A aguentar o “Barco Bêbado”
As cheias do Douro
Com o ouro nos bolsos, para variar
À deriva por uma diva
À deriva a ferir a dama
Mas, apesar de tudo,
Permaneces íntegro integral
Até pediste um café
Enquanto que as gajas do lado
Se emborracham
Para contrariar o habitual
Vieste com Cesariny, com a liberdade, com o surreal
Mas o bar da poesia ficou alagado
Pelo rio da àgua
Pelo Rio da Câmara
E perdeste a vontade de rir

Sempre odiaste os grupos, os grupelhos organizados,
Os grupecos fechados
Embora até prefiras juntar-te às matilhas de fêmeas
Em detrimento dos machos
Porque são mais selvagens, mais livres, Mais próximas, mais naturais
E riem loucamente
E acariciam os cabelos loucamente
E fazem-te beber até ao fim
Como o teu amigo Jim
Até ao tasco fechar
Até ao barco se afundar
Na cidade onde nasceste
Onde já foste tudo e nada
“O nada que é tudo”
Rei e mendigo
Actor e espectador
Vítima e carrasco
Vens da noite e amas a noite
Vens do fracasso em busca da luz
Vens do cansaço em busca do Homem
Bebes porque só assim consegues viver
Vives porque só assim consegues beber
Entre mulheres e fantasmas
Entre delírios e gargalhadas
Entre a Pamela Anderson, a Mimi,A Minka e a baba dos cães
Entre as gajas das revistas
E as putas da rua
Ama-las a todas
Quere-las a todas
Excepto se forem feias
Excepto se forem frias
Excepto se forem vazias
Excepto se forem santas
Mas amas sobretudo a rainha de copas
E as tuas irmãs
Não sabes é, ao certo, quantas são
Algumas nunca as viste
Nem sabes quem são
Vives em Roma, em Atenas
E és completamente doido
Completamente fora
Por isso é que os guardiões do templo e os moralistas
Te querem manter cativo, em hospícios,
Longe da cidade
Porque sabem que tens o dom da palavra
E podes tornar-te perigoso
Sobretudo nos dias e noites em que tens visões
E procuras a tribo
Na infância e na adolescência controlavas-te
E fechavas-te numa espécie de redoma
E tinhas medo de Deus, da moral e de partir os vidros
Mas a tola é a mesma:Genial? Mágica? Maníaca? Demoníaca? Dionisíaca? Apolínea?-talvez, também.

Vens à cidade- ela pertence-te
Nada tens a temer
É a tua mulher- a dama de espadas
É tua como a lua como a cona
Como a rua do poema
E já perdeste o preconceito a vergonha
E já te apetece perderes-te com as gajas com as bacantes
No meio delas no meio do mar
Mas o amigo chama-te
O velho camarada de outras eras
Do outro que eras
E ainda és
E o camarada arranca a página da “Ilíada”
No meio das patas, dos marinheiros, dos travestis
E a rainha faz anos
O rei está doente
E até parece pecado
Quando te fazem perguntas
Acerca de Timor e da Indonésia
Do Suharto, do AlatasDo Ximenes, o Belo, e do Horta diplomata
Todos uns bons filhos da puta
Da puta não, que até a amas
Como à Madalena
É aqui que te tomam por culto, por santo,
Porque lês Sade, Nietzsche, Miller
E compras jornais
E todos eles estão em ti o Cesariny, o Oom e o Lisboa
Putas travestidas de mamas à mostra
Poema contínuo (como Herberto)
Em coma, na cona, em Roma
Vais chegar a casa às 7 da manhã
Como Satã na canção (na tua canção)
E o teu nome é mesmo Liberdade
És o anarquista do Vale
A caminho do Hades
será que hás-de
Cair na Graça
Ou em desgraça?
Puto de poema que nunca mais acaba
Puta do poema que me desperta
De qualquer forma, cavaleiro negro,
Não olhes para mim
Não me estendas a mão
Contigo não vou
Não sou teu
Nem por milhões
Nem por euromilhões
Vai, morte,Que me persegues,
Vai, sorte,Que me feres
Olha, voltaram a meter conversa
Com os meus versos
Falam-te de Fidel, de Chávez, da América Latina
Tornaste-te um intelectual respeitado
Por estas bandas
Esquerdista convicto
Bombista nas horas vagas
Afinal, os livros até te servem de alguma coisa
E o filme regressa
Sobes, de novo, ao palco,
Armado em estrela
Não consegues fugir à fama,
à ilusão maldita
Só no palco te sentes em cima
Amado odiado
Com fantasmas nos cornos, é certo,
Com moinhos e Dulcineias
Narciso incendeias
Mas permaneces em comunhão
Com aqueles que segues com aqueles que amas
Com a estrela que segues sempre
Rubra negra imensa maldita
Que te faz “intensamente livre”
Imensamente livre
Como o cisne, como o poeta,
O último dos românticos- como dizem na entrevista
Que nada tem a ver com o caramelo lá de cima
Ou talvez até tenha- já nem sei
Não quero saber

És o poeta, o cisne negro, the black swan,The end.

Porto, piolho-big ben, nov. 2006