Tuesday, April 22, 2008

Este blog está a fazer um ano.

Sunday, April 13, 2008


"NÃO QUERO MORRER AOS QUARENTA", A. Pedro Ribeiro


No sábado passado, o saloon encheu, isto é, a sala da Sargadelos encheu, para ouvir os “manos” Calórica. A loiça ficou intacta, é certo, mas as palavras do António, foram, como sempre, provocantes. Para mim, o verso mais rebelde foi: “não quero morrer aos 40”. Poderíamos começar logo pelo advérbio de desobediência, “não”, ou pelo “não quero”, mas isso seria ficarmo-nos por uma ínfima parte da interessante frase.

Por um lado, a forma como estamos organizados em sociedade (grosso modo, o sistema capitalista e uma das suas expressões, a sociedade de consumo), sugere que a nossa vida é unicamente emprego, utilidade (“como vamos empregar/ ocupar o nosso tempo?”, “tempo só pode ser dinheiro”). Por outro lado, o sacrifício e a obrigação penosa (talvez de inspiração católica), está latente nalgumas expressões que usamos amiúde, no quotidiano, “tem que estar” ou “tem que ser”, geralmente em resposta a: “tudo bem com o senhor?” ou “vai para o escritório?”.

Certo dia, uma colega confessou-me que trabalhava, simultaneamente, em dois locais, não sabendo o que fazer nos seus dias de folga, angustiantes para si, embora tivesse marido e amigos, com quem poderia passear e divertir-se. E eu achei triste.

Recordo, pelo contrário, com um sorriso, o que disse um amigo meu, quando o questionaram sobre a idade: “Quarenta…”(fez uma breve pausa)”…mas bem vividos”.

Thursday, April 3, 2008

ALMA DE ROCK N' ROLL



ALMA DE ROCK N’ ROLL

Fiquei sem a carteira profissional
Fiquei sem emprego e sem mulher
Fiquei à margem da sociedade
Mas quando ouço o Jim Morrison
Há qualquer coisa que bate dentro
Qualquer coisa que me faz dançar
E então digo: malta, isto não é o fim
Malta, ainda ides ouvir falar de mim

Ando sempre sem dinheiro
A sociedade vê-me como um inútil
Mas quando ouço o Jim Morrison
Volto aos sonhos dos dezoito anos
E há qualquer coisa que arde nas entranhas
Qualquer coisa que mexe com o meu íntimo
Qualquer coisa que queima na veia
E então digo: malta, isto não é o fim
Malta, ainda ides ouvir falar de mim

As depressões fodem-me a cabeça
Fico sem palavras
Mas quando ouço os Led Zeppelin
Há uma coisa na cabeça que se abre
Há uma alma de rock n’ roll
Qualquer coisa que me faz acreditar
E então digo: malta, isto não é o fim
Malta, ainda ides ouvir falar de mim.