Friday, January 28, 2011

VERGONHA

Governo não presta informações enquanto decorre o inquérito
Mais de 42 mil pessoas tiveram problemas para votar no dia 23
28.01.2011 - 09:26 Por Carlos Filipe, Luís Filipe Sebastião, Marisa Soares, Vera Ramalhete

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« anteriorO PÚBLICO fez uma ronda pelas 40 freguesias com mais votantes, que representam um universo de 1.289.902 inscritos. Dúvidas surgiram apenas entre quem tinha cartão de cidadão.
Entre filas, protestos e desistências, houve quem esperasse três horas para saber o seu número de eleitor (Foto: Adriano Miranda/arquivo)

A abstenção nas eleições presidenciais foi a maior de sempre, e talvez pudesse não ter sido assim se todos os que se dirigiram às assembleias de voto soubessem o seu número de eleitor. Numa ronda pelas 40 freguesias com maior número de eleitores em Portugal, que representam um universo de 1.289.902 inscritos, as estimativas feitas pelos autarcas deixam concluir que pelo menos 42 mil pessoas tiveram dificuldades em votar e recorreram às juntas. Destas, uma parte terá mesmo desistido, mas é impossível quantificar ao certo quantos acabaram por não depositar o seu voto na urna.

O número de pedidos de informação, feitos por eleitores que eram portadores do cartão do cidadão, estará subdimensionado. Não conta com os valores estimados por alguns autarcas como "centenas" e peca por defeito porque diversas juntas de freguesia simplesmente não contabilizaram os pedidos que receberam a partir do momento em que o Portal do Eleitor bloqueou. O período mais problemático foi das 11h às 18h e o pico foi às 13h20, quando o site registou cerca de 22 mil acessos num só minuto.

Problemas repetiram-se

Quase todos os autarcas contactados pelo PÚBLICO prepararam-se para o pior, mas nem por isso conseguiram dar resposta à avalancha de dúvidas. "Esta situação não é inédita. Já aconteceu nas três eleições de 2009 - europeias, legislativas e autárquicas", sustenta o presidente da Junta de Castelo Branco, Jorge Neves (PS). Nesse ano, havia 1,5 milhões de pessoas com o novo cartão. Agora, são 4,4 milhões.

"Divulgámos antecipadamente, no site da junta, nos locais públicos e até no Facebook,os cuidados a ter antes de votar", explica Marco Martins (PS), autarca de Rio Tinto, Porto. Mas de pouco serviu. Nesta freguesia, mais de 50 por cento das pessoas com aquele cartão não sabiam o número de eleitor.

O desconhecimento foi geral nas maiores freguesias do país. Perante o bloqueio do sistema informático do Ministério da Administração Interna, a solução adoptada pelas juntas foi recorrer às versões antigas dos cadernos eleitorais, em formato digital ou em papel. Em computadores - alguns até particulares -, distribuídos pelas mesas de voto e pelas instalações das juntas de freguesia, os funcionários conseguiram pesquisar os números de eleitor. Mesmo assim, não se livraram de protestos devido à espera prolongada. "Fomos várias vezes insultados, por causa da demora", lamenta o autarca de Algueirão-Mem Martins, Manuel do Cabo (PSD).

Houve quem desistisse, mas também quem tenha passado "três horas à porta da junta numa fila para saber o número de eleitor", garante Joaquim Teixeira (PS), da freguesia da Sé, Faro. Em quase todas as freguesias contactadas pelo PÚBLICO registaram-se casos de pessoas que não mudaram a morada ao fazer o cartão, mas às quais foi atribuído um novo número de eleitor, sem qualquer aviso. Com a alteração deste número, mudou a mesa de voto. "Com o frio que estava, muitas pessoas não se deslocaram para outra mesa e acabaram por desistir", acredita Maria Odete Gonçalves, autarca de Amora, no Seixal.

Vítor Machado (PSD), líder da Junta de Odivelas, atribui a responsabilidade à Direcção-Geral da Administração Interna, por não ter enviado a tempo uma carta com o número de eleitor para quem já tinha o cartão do cidadão. Mas só pelo facto de este dado não estar incluído no documento de identificação, este é "uma fraude", argumenta.

Apesar de não ter certezas quanto ao impacto deste problema na abstenção, Francisco Teixeira Lopes (PSD), presidente da Junta de Alcabideche, constata um recorde neste acto eleitoral: "Nunca tive aqui a percentagem [de abstenção] que houve este ano" - 60,28 por cento.

Quatro dias depois das eleições, ainda há descontentamento. Tomás Pontes, vice-presidente da freguesia da Póvoa de Varzim, diz que "ainda hoje [ontem] apareceu gente a queixar-se de que não conseguiu votar".

Thursday, January 27, 2011

PADRE MÁRIO DE OLIVEIRA NA TVI


Duas informações:


1 Amanhã, sexta-feira, 28, vou estar em directo, na TVI, a convite do programa de M. L. Goucha. Dizem-me que entrarei por volta do meio-dia. A conversa em estúdio será precedida de um curto documentário de 10 m, realizado por dois repórteres TVI que, ontem passaram parte do dia comigo, aqui em Macieira e em Felgueiras.

Se acharem bem, divulguem, por favor.


2 Acabo de actualizar agora mesmo o

www.jornalfraternizar.pt.vu


Cliquem sobre o site e logo verão. Divulguem, igualmente, se assim entenderem.

Convosco, sempre, Mário

Saturday, January 22, 2011

ÍNDICE


Sábado, 22 de Janeiro de 2011

ÍNDICE

Convite, Adão a Eva, Allen Ginsberg a Peter Orlovsky, Arpad Szenes a Vieira da Silva, Billie Holiday a Louis McKay, Blaise Cendrars a Féla Poznonska, Carta do Marquês de Chamily a Mariana Alcoforado, Christo e Jeanne-Claude, D. H. Lawrence a Frieda von Richthofen, Bella Akhmadulina a Yevgeny Yevtushenko, muito antes de ter conhecido Boris Messerer, Elizabeth Taylor aos seus maridos, Ernesto Sampaio a Fernanda Alves, Federico Fellini a Giulietta Masina, Francis Bacon a John Edwards, Fred Astaire a Ginger Rogers, Gertrude Stein a Alice B. Toklas, Henry Miller a Anaïs Nin, Humphrey Bogart a Lauren Bacall, Jean-Paul Sartre a Simone Beauvoir, John Lennon a Yoko Ono, Johnny Cash a June Carter, Jorge a Mécia de Sena, Julio Cortázar às suas três mulheres, Lee Krasner e Jackson Pollock, Louis Malle a Candice Bergen, Lou Reed a Laurie Anderson, Marguerite Yourcenar a Grace Frick, Mary Renault a Julie Mullard, Picasso às suas mulheres, Rainer Maria Rilke a Lou Andréas-Salomé, Raymond Carver a Tess Gallagher, Salvador Dalí a Gala, Serge Gainsbourg a Jane Birkin, Ulisses lamenta-se a Penélope, William Godwin antes de se ter casado com Mary Jane Clairmont, Yves Montand a Simone Signoret, Declaração, Alexandre O'Neill a Nora Mitrani, André Gorz a Dorine Keir, Antonin Artaud a Génica Athanasiou, As ossadas de Mantova, Cesare Pavese a Tina Pizzardo, Charles Baudelaire a Jeanne Duval, Clyde Barrow a Bonnie Parker, Diego Rivera a Frida Kahlo, Drácula a Mina, Édith Piaf a Marcel Cerdan, Elvis a Priscilla Presley, Heinrich von Kleist a Henriette Vogel, Ian Curtis a Annik Honoré, Jim Morrison a Pamela Courson, Julius a Ethel Rosenberg, Kurt Cobain a Courtney Love, Lytton Strachey a Dora Carrington, Madalena a Jesus, Marilyn Monroe aos seus amantes, Maria Callas e Aristóteles Onassis, Marina Tsvetáeva a Serguei Efron, Oscar Wilde a Lorde Alfred Douglas, Percy Bysshe a Mary Shelley, Robert Mapplethorpe a Patti Smith, Salomé segura a cabeça de São João Baptista, Sid Vicious a Nancy Spungen, Stefan Zweig a Charlotte Altmann, Stig Dagerman a Anita Björk, Sylvia Plath a Ted Hughes, Woody Allen às suas ex-mulheres, Amor e Morte.

Publicada por hmbf em 20:24

http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com

Friday, January 21, 2011

QUEIMAI O DINHEIRO NA VOZ DA PÓVOA


Arquivo: Edição de 07-05-2009

SECÇÃO: Cultura

Entrevista a António Pedro Ribeiro


Voz Sem Dono
António Pedro Ribeiro nasceu no Porto, em Maio 1968, e vive em Vilar do Pinheiro, Vila do Conde. É Licenciado em Sociologia. Tem sete livros de poesia editados, destaque para: à mesa do homem só, Silêncio da Gaveta, 2001; Declaração de Amor ao Primeiro Ministro, Objecto Cardíaco, 2006; Sallon, Edições Mortas, 2007; Um poeta a Mijar, Corpos Editora, 2007. A 22 de Maio em Braga, na Centésima Página, apresenta o seu mais recente livro “Queimai o Dinheiro”.




António Ribeiro
A Voz da Póvoa – O título é o fósforo que incendeia os poemas do livro?


António Pedro Ribeiro – “Queimai o Dinheiro”, está claramente ligado ao livro. O dinheiro e tudo o que gira à volta da economia de mercado é cada vez mais como um deus. Há um discurso económico das estatísticas, das percentagens, das bolsas, dos mercados, que domina tudo. Há uma linguagem quase hermética que poucos dominam. O livro funciona como uma denúncia.


A.V.P. – A forte carga política que o livro tem pretende mexer consciências?


A.P.R. – Tem uma parte claramente politizada, rebelde, anti-capitalista, onde vou buscar muita coisa aos surrealistas, aos situacionistas e a Nietzsche. Há muitos textos poéticos que vão contra esta sociedade de rebanho, de merceeiros que temos. Isto está tudo nas mãos de banqueiros e especuladores bolsistas. Temos ladrões nos bancos e nas bolsas e ninguém é punido.


A.V.P. – Para um poeta de intervenção a denuncia deve ser uma luta permanente?


A.P.R. – Hoje faz mais sentido que nunca. Não nos mesmos moldes do antes do 25 de Abril, porque há novos dados. O capitalismo não é o mesmo, mas a luta é. Neste livro há também poemas e textos que são mais ligados às deambulações nocturnas, ao jogo sensual e sexual, muito claramente à mulher, com uma parte mais mística ligada ao sentido da procura do amor.


A.V.P. – Transportas esta ideia do livro para o palco dos recitais?


A.P.R. – Tenho feito intervenções com a poesia de choque e tento transpor isso para o palco. Às vezes de uma maneira mais teatral, utilizando elementos cénicos, queimando notas falsas. Já tenho tido manifestações de pessoas que vem falar comigo no fim. Há sempre quem não goste e até se sinta incomodado.


A.V.P. – Queimar o dinheiro é metafórico, ou é possível recuar ao tempo da troca?


A.P.R. – Tem um sentido metafórico, mas também levanta a questão da troca directa. O dinheiro é muito mais que uma moeda ou um papel. O dinheiro é um símbolo, um deus que parece estar acima de tudo, que comanda todas as relações. Poucas vezes conseguimos escapar à sua influência. Talvez em algumas relações de amor, de amizade ou fraternidade. Tornou-se uma espécie de monstro que está em todo lado. Domina todas as outras ciências. Subjuga todas as artes.


A.V.P. – A sua poesia é muito referenciada, os mestres estão sempre presentes...


A.P.R. – Tem a ver com o que leio. Ultimamente voltei ao Nietzsche, li pela primeira vez filósofos gregos como Platão e indirectamente Sócrates. Tenho a vantagem de ter muito tempo para ler. Isso naturalmente reflecte-se no que escrevo.


A.V.P. – Tal como Mário Viegas dizia, a poesia é mais forte que uma arma?


A.P.R. – Não sei se tem mais força que todas as armas, mas é poderosa. É a arma que os poetas têm e que as pessoas que contactam com a poesia podem ter. É uma arma que acaba por ter muito mais influência do que outras vias de luta.

"A Voz da Póvoa", entrevista por José Peixoto.

DEFENSOR ATACA CAVACO

No único jantar com apoiantes em Viana
Defensor ataca Cavaco por causa da proposta de revisão constitucional do PSD
21.01.2011 - 21:54 Por Margarida Gomes

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32 de 35 notícias em Política
« anteriorseguinte »Defensor Moura declarou esta noite que nunca pensou que ao colocar na agenda da campanha o problema da corrupção viesse a “atingir tão altos patamares de influência”.
Defensor Moura diz que os objectivos da campanha foram atingidos (Nelson Garrido (arquivo))

“Nunca pensei que este tema da corrupção fosse incomodar tantas pessoas e penso que o facto de ter sido posto em pleno debate na televisão foi um pontapé que foi dado numa bola que era preciso pôr a andar, foi uma pedrada no charco, foi um estalar de verniz que foi fundamental para que se discutisse este problema em todos os níveis da sociedade portuguesa”, disse num jantar com apoiantes em Viana do Castelo.

O candidato fez um balanço da sua campanha, cujos objectivos – segundo disse – foram atingidos e tratou de atacar Cavaco Silva. Assumindo como um homem corajoso, o candidato independente disse que é preciso ter coragem para muitas vezes apontar os erros aos mais altos níveis. “E ao estalar o verniz começaram-se a ver as fissuras e eu não precisei de fazer mais nada”, declarou para apontar depois o dedo aos “curandeiros” que rapidamente apareceram para tapar essas mesmas fissuras. Assim - sublinhou – “o que era fissura passou a um adorno de ouro, o que era erro passou a vantagem e o que era defeito passou a ser virtude”.

Aplaudido por diversas vezes pelos apoiantes, Defensor Moura prometeu que não vai deixar cair este balão que ainda está no ar e “obrigar a que sejam devidamente esclarecidas todas as questões que foram levantadas não por mim mas pela comunicação social”. A sala entusiasmou-se e respondeu com uma enorme salva de palmas.

Depois, criticou a “agressividade” manifestada ultimamente por Cavaco que não tem poupado críticas ao Governo pelas medidas que tomou em relação aos cortes salariais dos funcionários públicos, uma matéria relativamente à qual foi responsável. “E agora demarca-se dizendo que a culpa é do Governo, isto é inadmissível”, insurgiu-se
.
Defensor acusou ainda o Presidente da República de se manter calado sobre a proposta de revisão constitucional apresentada pelo PSD que põe em causa o estado social. E acenou com o cenário de eleições antecipadas.

“A oposição começa a ensaiar a criação de um Governo alternativo e de eleições antecipadas”, apontou, acrescentando: “É preciso que todos saibamos que neste momento há um sério perigo de uma proposta de revisão constitucional que foi apresentada há meses pelo maior partido da oposição é de facto um programa de Governo e não ouvimos ainda o candidato à Presidência da República demarcar-se dessa proposta”.

Para Defensor, a proposta constitui uma “agressão grande à Constituição no que se refere aos direitos definidos desde 1976, no Serviço Nacional de Saúde, na escola pública, da segurança social e do direito ao trabalho”. E rematou: “São coisas fundamentais da sociedade democrática que construímos depois do 25 de Abril e que essa proposta de revisão constitucional põe em causa seriamente”.


www.publico.clix.pt

Wednesday, January 19, 2011


Não devo mesmo nada a ninguém. Até estou em tribunal por afrontar o poder. Incomodo, como já alguém disse. Sou também um pouco jesuânico, na linha do padre Mário. As mulheres falam de mortes, cremações e cemitérios. Não penso na morte. Talvez o meu funeral venha a estar cheio de gente mas isso de nada me adianta. Passa uma ambulância. O autocarro vai para o hospital. A diferença paa com outros poetas e escritores é que eu vivo aquilo que escrevo. Nas sessões públicas em que tenho participado tenho sido provocatório, tenho mesmo apelado à revolta. Não tenho de me arrepender. É claro que não posso limitar-me a ser panfletário. Diz o outro que tenho de dar-me à comunidade. Já tenho dado muito de mim. Trabalhei de borla no partido, no JUP, no palco, na escrita, em muitos lugares. Não devo nada a ninguém. Apesar da timidez e das tendências depressivas, tenho sido o que quero ser. Sou um homem de pensamento em acção, envolvo-me com o mundo.

Friday, January 14, 2011


Há muito tempo que não vou ao Pinguim. Tenho de viver a minha vida. Tenho de recuperar a alma. Hoje estou em baixo. Há já algum tempo que não me sentia assim. Tenho de voltar ao palco. O ano já começou. É sempre a luta de acreditar ou não em mim. De raramente me sentir completo, de estar sempre a construir-me. Sou o homem em construção. Mas ás vezes caio. Haverá sempre esse lado desajeitado, esse homem tímido que não se integra, esse homem que precisa do palco como de pão para a boca. Para voltar a ser o "animal de palco", como dizem. Sempre este estar entre a glória e o fracasso, sempre estas quedas. E depois o país a arder. E, de novo, a chama a acender. Mesmo neste ser apático. Que às vezes parece esquecer-se dos nomes. Já não tem a memória prodigiosa de outrora. Começa a ficar farto de escrever sobre si mesmo. Falta-lhe o àlcool, sem dúvida. Contudo, é certo que tem perseguido o bem. Que tem sido, aparte certas provocações, um homem de bem, ao lado da Gotucha. Mas começa a ficar farto de escrever sobre si próprio. Lê muito, passa a vida a ler. Livros, jornais, revistas.
A arte de viver. É isso que realmente importa. Não tanto a política mas o estar alegre ou triste, deprimido ou eufórico, saber conduzir esse automóvel. Não se deixar envenenar pela economia e pelos mercados. Estar aqui vivo e não morto para a vida, apesar das inabilidades e das tendências depressivas.