Saturday, May 21, 2011

A. PEDRO RIBEIRO E SUSANA GUIMARÃES NAS "QUINTAS DE LEITURA"


A 117ª sessão das "Quintas de Leitura", ciclo poético promovido pela Câmara Municipal do Porto através da Fundação Ciência e Desenvolvimento, realiza-se no próximo dia 26 de Maio de 2011, às 22h00, no Café-Teatro do Teatro do Campo Alegre.

A sessão intitula-se "Vida no Campo" e tem um carácter vincadamente performativo, juntando dois grandes comunicadores: o geógrafo Álvaro Domingues e o poeta A. Pedro Ribeiro.

Depois do êxito de "A Rua da Estrada" (2009) e "Casas Kitadas" (2010), Álvaro Domingues vai, desta feita, surpreender-nos com uma conferência esquisita sobre "Vida no Campo".

Álvaro Domingues desvenda um pouco do que está na origem da sua dissertação performativa:

"Vida no Campo é esta vida difícil de não ter tido ainda tempo de ruminar o sentimento de perda de um certo rural profundo. Nos anos 50 do Séc. XX, Portugal atingiu o auge da população e do território mobilizado pela agricultura. Hoje, o PIB na agricultura não chega aos 4%. É esse o número que mede o que se denomina como desruralização .

Venha o Freud para explicar este mau luto pelo que se perdeu e ainda teima em persistir, como presente-ausente, na paisagem, em quem a olha e nos destroços que deixou.”

Na segunda parte, sobe ao palco A. Pedro Ribeiro, poeta situacionista libertário e tudo, que contará, nas leituras, com a cumplicidade de Susana Guimarães. A sua performance será, como habitualmente, marcada pelo tom audaz e provocatório que, estamos certos, agitará a plateia.

Este espectáculo será também uma noite cheia de música.

Na primeira parte, a tão esperada e reclamada actuação de "NOISERV", o indelével projecto do músico David Santos que já encantou salas emblemáticas como as do Music Box, Santiago Alquimista, Coliseu dos Recreios, Coliseu do Porto, Cinema S. Jorge, Casa da Música, Galeria Zé dos Bois, Mercado Negro, entre muitas outras. David Santos será acompanhado em palco pela ilustradora Diana Mascarenhas.

Oportunidade ainda para ouvir os "OPUS DIABOLICUM", habituais companheiros de estrada dos Moonspell. A banda de classical metal , formada por quatro violoncelistas e um percussionista/pianista, irá mostrar-nos que o TCA fica algures entre o Inferno e o Paraíso.

E, como diria o Poeta, "no FIM disto tudo um Azul-de-prata."


Bilhetes a 7,00 euros (com os habituais descontos) e a 10,00 euros (normal

Thursday, May 19, 2011

NUCLEAR NÃO, OBRIGADO!

70% dos portugueses contra construção de central nuclear em Portugal - Estudo
Lisboa, 19 mai (Lusa) - Cerca de 70 por cento dos consumidores particulares de energia discorda da construção de uma centrar nuclear em Portugal, cons...



70% dos portugueses contra construção de central nuclear em Portugal - Estudo
Lisboa, 19 mai (Lusa) - Cerca de 70 por cento dos consumidores particulares de energia discorda da construção de uma centrar nuclear em Portugal, considerando que existem riscos para a saúde pública e segurança, segundo um estudo divulgado hoje.

Intitulado "A Energia em Portugal", o estudo da Associação Portuguesa de Energia (APE) foi feito com recurso a inquéritos elaborado por uma empresa de estudos de mercado, e mostra que os 30 por cento de consumidores particulares que concordam com a construção de uma central nuclear em Portugal apontam como principal vantagem a produção de energia mais barata.

O estudo é divulgado dois meses depois do desastre nuclear na central de Fukushima, no Japão.

Em Espanha, a pouco mais de 100 quilómetros da fronteira com Portugal, está localizada a central nuclear espanhola de Almaraz.

No que respeita aos combustíveis derivados de petróleo, é possível constatar uma alteração no comportamento dos consumidores face a 2006, ano em que a APE fez a primeira edição do estudo.

Assim, nos últimos anos "passou a ser o preço, e não a localização, a principal condicionante na escolha dos postos de abastecimento pelos particulares e do fornecedor de combustíveis pelas empresas".

A incorporação de biocombustíveis é ainda pouco conhecida entre consumidores, no que respeita à sua inclusão no gasóleo rodoviário.

No entanto, "cerca de 28 por cento dos consumidores particulares estão dispostos a pagar mais por litro de gasóleo, consoante o maior teor de biocombustíveis incorporado. Destes, mais de 70 por cento estão dispostos a pagar um acréscimo até cinco por cento".

Entre as empresas, cerca de 34 por cento pagariam mais por litro de gasóleo consoante o maior teor de biocombustíveis incorporado. Destas, mais de 87 por cento estariam mesmo disponíveis a pagar uma subida até cinco por cento.

De acordo com estudo, "quase 70 por cento das empresas refere a inexistência de rede de gás natural como o principal motivo para a utilização de GPL".

Existindo rede, "a principal razão para as empresas não terem contrato de gás natural prende-se com os elevados custos de instalação", lê-se no documento.

Também os consumidores particulares apontam os elevados custos de instalação como o principal motivo para não terem contrato de gás natural.

No âmbito da mobilidade elétrica, cerca de 31 por cento dos consumidores particulares estão dispostos a pagar mais para a aquisição de um veículo elétrico, sendo que destes cerca de 60 por cento aceitariam a pagar até cinco por cento a mais.

A maioria dos consumidores considera também a possibilidade de adquirir um veículo elétrico nos próximos dois a três anos.

Sobre a possibilidade de fazer uma mudança de fornecedor de eletricidade ou gás, cerca de 60 por cento dos consumidores particulares mostraram-se recetivos ou muito recetivos.

Nas empresas, cerca de 44 por cento já mudaram de fornecedor de energia elétrica, maioritariamente da indústria, e cerca de 14 por cento trocaram de fornecedor de gás.

CSJ

Lusa/Fim

Wednesday, May 18, 2011

STRAUSS-KAHN, SÓCRATES E NÓS, REVOLUCIONÁRIOS


Voltei a envolver-me em polémicas de cortar à faca a propósito do Strauss-Kahn. E logo em Braga. A verdade é que estou muito susceptível. Reconheço que estou a ser ligeiramente populista mas não aceito a tese da cilada. Não tenho dúvidas que a credibilidade do FMI está em cheque. Então são estes os grandes senhores da finança, aqueles que nos sacam o ouro e a vida? Que exemplo e que ética nos pregam? Com que direito nos vêm impor poupanças, impostos, sacrifícios? E depois, meus amigos, perdoai-me mas não sou socialista. Tenho esse direito, não ando a defender os Sócrates e os Strauss-Kahns deste mundo.

Tuesday, May 17, 2011

RIBEIRO NAS QUINTAS COM SUSANA GUIMARÃES

12/05/11
"Vida no Campo" com performance e música



A 117ª sessão das "Quintas de Leitura", ciclo poético promovido pela Câmara Municipal do Porto através da Fundação Ciência e Desenvolvimento, realiza-se no próximo dia 26 de Maio, às 22h00, no Café-Teatro do Teatro do Campo Alegre.

A sessão intitula-se "Vida no Campo" e tem um carácter vincadamente performativo, juntando dois grandes comunicadores: o geógrafo Álvaro Domingues e o poeta A. Pedro Ribeiro.

Depois do êxito de "A Rua da Estrada" (2009) e "Casas Kitadas" (2010), Álvaro Domingues vai, desta feita, surpreender-nos com uma conferência esquisita sobre "Vida no Campo".

Álvaro Domingues desvenda um pouco do que está na origem da sua dissertação performativa:

"Vida no Campo é esta vida difícil de não ter tido ainda tempo de ruminar o sentimento de perda de um certo rural profundo. Nos anos 50 do Séc. XX, Portugal atingiu o auge da população e do território mobilizado pela agricultura. Hoje, o PIB na agricultura não chega aos 4%. É esse o número que mede o que se denomina como desruralização .

Venha o Freud para explicar este mau luto pelo que se perdeu e ainda teima em persistir, como presente-ausente, na paisagem, em quem a olha e nos destroços que deixou.”

Na segunda parte, sobe ao palco A. Pedro Ribeiro, poeta situacionista libertário e tudo, que contará, nas leituras, com a cumplicidade de Susana Guimarães. A sua performance será, como habitualmente, marcada pelo tom audaz e provocatório que, estamos certos, agitará a plateia.
Este espectáculo será também uma noite cheia de música.


Na primeira parte, a tão esperada e reclamada actuação de "NOISERV", o indelével projecto do músico David Santos que já encantou salas emblemáticas como as do Music Box, Santiago Alquimista, Coliseu dos Recreios, Coliseu do Porto, Cinema S. Jorge, Casa da Música, Galeria Zé dos Bois, Mercado Negro, entre muitas outras. David Santos será acompanhado em palco pela ilustradora Diana Mascarenhas.

Oportunidade ainda para ouvir os "OPUS DIABOLICUM", habituais companheiros de estrada dos Moonspell. A banda de classical metal , formada por quatro violoncelistas e um percussionista/pianista, irá mostrar-nos que o TCA fica algures entre o Inferno e o Paraíso.

E, como diria o Poeta, "no FIM disto tudo um Azul-de-prata."



Bilhetes a 7,00 euros (com os habituais descontos) e a 10,00 euros (normal).

Monday, May 16, 2011

MANIFESTO

MANIFESTO DO RENASCIMENTO

António Pedro Ribeiro

Nascemos. Estamos aqui. Não devemos nada a ninguém. Não pagamos. Nada temos a ver com o FMI, com o Banco Central Europeu, com a Comissão Europeia. Ninguém nos perguntou se queríamos aderir à então CEE. Aliás, a coisa não passa disso. De uma união económica e financeira. Nada mais. Aliás, tudo se resume ao económico e ao financeiro. A linguagem económica e financeira já mete nojo. E depois querem que nos sacrifiquemos, que andemos sempre poupadinhos a contar os trocos. Que porra de vida é esta? Em que é que eles-banqueiros, especuladores, grandes empresários, políticos do sistema- querem que nos tornemos? Em autómatos? Em seres sem coração, sem alma?
Nascemos. Estamos aqui. Não aceitamos. Não aceitamos mais. Não somos mercadorias. Temos algo de divino. A vida é nossa. O mundo é nosso. A rua é nossa. Não aceitamos mais que eles nos venham dizer o que fazer e o que pensar. Não aceitamos mais que eles nos espetem a prisão e a castração nos cornos. Nascemos. Estamos aqui. Viemos ao mundo. Isso basta-nos. Não temos que prestar contas a ninguém. Somos mulheres, homens. Não venham com fados, fatalismos, niilismos. Podemos começar tudo de novo. É para isso que estamos aqui. Para erguer um novo mundo. Não temos de pedir licença a ninguém. Não temos de pagar dívida nenhuma. Nascemos. Estamos aqui. Expulsemos os pregadores da morte, dos mercados, da finança. Ocupemos a praça. Já perdemos tudo o que tínhamos a perder. O novo mundo está aqui.

SINDICATO DOS JORNALISTAS CONTRA FUSÃO

2011/MAI/16
SJ preocupado com fusão de secções na Global Notícias
A fusão das secções de Economia do “Jornal de Notícias” e do “Diário de Notícias” numa estrutura centralizada destinada a produzir a informação económica para diferentes órgão da empresa Global Notícias preocupa o Sindicato dos Jornalistas (SJ).
Em comunicado divulgado esta segunda-feira, 16, o SJ adverte que esta iniciativa da Global Notícias "comporta sérios problemas, quer ao nível editorial e da identidade dos órgãos de informação envolvidos, quer das condições de trabalho dos jornalistas, quer da própria relação de trabalho", pelo que vai solicitar à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) que aprecie as consequências da operação em curso.

É o seguinte o texto, na íntegra, do comunicado do SJ:

Fusão de secções de Economia do JN e do DN preocupa SJ

1. A empresa Global Notícias, Publicações, SA, do grupo Controlinveste, decidiu transferir jornalistas que trabalham nas secções de Economia do “Jornal de Notícias” e do “Diário de Notícias”, com o objectivo de fundi-las numa estrutura centralizada que deverá produzir a informação económica para aquelas duas publicações, para um sítio informativo na Internet – “Dinheiro Vivo” – e para um suplemento semanal a distribuir também pelo JN e pelo DN, bem como para a TSF.

2. Tal como o SJ já tornou claro em comunicado no início de Abril, esta iniciativa da Global Notícias comporta sérios problemas, quer ao nível editorial e da identidade dos órgãos de informação envolvidos, quer das condições de trabalho dos jornalistas, quer da própria relação de trabalho, na medida em que:

a) A extinção das secções de Economia próprias e a sua fusão numa única estrutura correspondem a uma nova etapa no processo de desagregação das redacções, iniciado com extinção das secções de Reportagem Fotográfica;

b) Estas medidas fazem aumentar o receio de que está realmente em curso um plano de fusão das redacções, com prejuízo para a identidade própria que cada órgão de informação deve possuir, uniformização da informação e perda da diversidade informativa;

c) Os jornalistas colocados na estrutura pretendida ficarão na dependência simultânea de várias hierarquias editoriais e trabalhando para vários órgãos de informação, satisfazendo solicitações que podem ser diferentes, sobretudo quanto ao “estilo” e também quanto às técnicas jornalísticas;

d) Além de questionável do ponto de vista de subordinação hierárquica, o esquema de funcionamento pretendido pode traduzir-se em esforços adicionais desgastantes para os jornalistas, especialmente com a eventual necessidade de reescrita dos materiais de acordo com o “estilo” e as opções editoriais dos diferentes órgãos;

e) Embora se trate de uma unidade dentro da mesma empresa e não da transferência dos jornalistas abrangidos para uma nova empresa, tal operação carece sempre do acordo prévio entre a GN e os profissionais abrangidos.

3. Verificou-se, porém, que a empresa não só decidiu prosseguir o seu projecto mas também manteve uma posição intransigente em relação às legítimas exigências feitas por um significativo número de jornalistas, que justamente reclamavam a inclusão, no acordo de transferência, de uma cláusula reconhecendo o direito de regresso à Redacção de origem, criando assim um sentimento de insegurança muito grande relativamente ao futuro destes profissionais.

4. O caso ganhou contornos mais graves ao verificar-se que a transferência – que na realidade se pode considerar compulsiva – não foi antecedida por uma ordem escrita, colocando os jornalistas numa insuportável margem de insegurança quanto ao procedimento a seguir.

5. Face às preocupações acima referidas e ao comportamento da empresa, e sem prejuízo de outras formas de apoio, a Direcção do SJ:

1.º - Manifesta a sua preocupação com os riscos de despersonalização e descaracterização das publicações e a redução do pluralismo informativo resultantes da produção informativa centralizada e renova a sua solidariedade para com os jornalistas atingidos.

2.º Apela aos directores e aos conselhos de redacção dos órgãos de informação abrangidos para que reflictam sobre as consequências da iniciativa da empresa para a qualidade e a identidade das publicações, persuadindo a Administração a recuar na fusão das secções de Economia.

3.º - Vai solicitar à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) que aprecie com urgência as consequências da operação em curso para a diversidade e para o pluralismo informativos e que tome as medidas indispensáveis.

4.º - Renova a disponibilidade dos Serviços Jurídicos do Sindicato para continuarem a apoiar os seus associados na defesa dos respectivos direitos e interesses.

Lisboa, 16 de Maio de 2011

A Direcção

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Wednesday, May 11, 2011

UM POETA NO PIOLHO EM "A VOZ DA PÓVOA"


Arquivo: Edição de 21-01-2010

SECÇÃO: Cultura

Entrevista a A. Pedro Ribeiro


Poesia de Choque



A. Pedro Ribeiro nasceu no Porto, em 1968 e vive em Vilar do Pinheiro, Vila do Conde. É Licenciado em Sociologia. Foi fundador da revista literária Aguasfurtadas e colaborador de revistas e fanzines como a “Portuguesia”, “Cráse”, “Voz de Deus”, revista “Bíblia”, e “Conexão Maringá”, do Brasil. O último dos oito livros de poesia publicados tem o título, “Um Poeta no Piolho” e foi lançado em Dezembro de 2009. Pedro Ribeiro também diz poesia e faz performances poéticas e poético-musicais.


A Voz da Póvoa – Qual a razão de comemorar os 100 anos do Piolho com um livro?


A. Pedro Ribeiro – A ideia partiu do escritor Raul Simões Pinto, que me convidou a reunir os poemas escritos naquele café. Alguns poemas perderam-se, outros aparecem nos vários livros que fui publicando. Tem também poemas inéditos escritos no Piolho a partir de Junho último.


A.V.P. – Cafés como o Piolho são referências que começam a rarear nas cidades?


A.P.R. – O Piolho tem uma história de encontro de opositores ao regime, tanto da área política como artística. A tertúlia ainda se mantém viva. Já vivi naquele lugar grandes discussões literárias e políticas. O Piolho no Porto, a Brasileira em Braga, o antigo Diana Bar ou o Guarda Sol na Póvoa, são espaços que tem uma certa especificidade. Não é um lugar onde vais simplesmente beber uma cerveja ou tomar um café, tem uma história, uma vivência que vem de longe. Infelizmente alguns vão desaparecendo.


A.V.P. – A que se deve o facto de ultimamente publicar com mais regularidade?


A.P.R. – Tem a ver com o ritmo da escrita. Escrevo praticamente todos os dias e vou publicando nos meus blogs. Há sempre cinco ou dez pessoas que lêem. A partir daí faço uma selecção. Mas há sempre textos que ficam para trás e só mais tarde é que são recuperados e publicados em livro.


A.V.P. – O ritmo do espectáculo tem acompanhado o ritmo da escrita?


A.P.R. – As duas coisas estão ligadas, mas são distintas. A escrita é fundamentalmente um acto solitário, mesmo que estejas a escrever num lugar cheio de gente. Quando estou acompanhado não escrevo. Não troco um amigo por um texto ou um poema. Já o acto de estar em palco é dar alguma coisa. Não dependes só de ti, mas também das reacções do público. Boas ou más, lido com ambas.


A.V.P. – Os palcos de Paredes de Coura e do Teatro Campo Alegre, definem o poeta?


A.P.R. – Espero que sim, até porque fui dizer poemas meus e as reacções do público foram muito positivas. Talvez devido ao tipo de textos que seleccionei, com uma temática ligada à vida boémia, textos que falam do sexo, da mulher fatal, das gajas boas. São textos que resultam bem em certos sítios, para um certo público. Mas há lugares onde digo Mário Cesariny, Jim Morrison, Allen Guinsberg ou Nietzsche.


A.V.P. – Cita e recita muito Nietzsche é porque assim falava Zaratustra?


A.P.R. – Estou a ler pela quarta vez esse livro. O Nietzsche fascina-me quando fala da superação do homem, que não é este homem pequeno das mercearias, das contas, dos orçamentos, do homem económico. Como diz o padre Mário de Oliveira, o homem é afecto e espírito, ou deveria ser sobretudo isso. Mas esse homem é destruído por esta sociedade capitalista. Mas há também o homem artista, que canta que dança, que está ai.


A.V.P. – Sente que o artista deve ser cada vez mais interventivo?


A.P.R. – O artista não tem que ser como os outros e levar aquela vida regrada e certinha. Deve ir mais longe, quebrar rotinas, ser um desalinhado. As pessoas podem não estar de acordo com tudo o que tu dizes ou escreves, mas aquilo mexe com elas. Esse é o objectivo.

www.vozdapovoa.com

Monday, May 9, 2011

A REVOLUÇÃO ESTÁ A CAMINHO


António Pedro Ribeiro apresenta a performance "A Revolução Está a Caminho- We Want the World and We Want it Now!" no bar Amigos SA, o antigo Púcaros (à Alfândega) na próxima quinta-feira, dia 5, pelas 23:00 h. Ribeiro diz poemas de Jim Morrison, Ian Curtis, Bob Dylan, Allen Ginsberg, entre outros.

DECLARAÇÃO DE AMOR AO PRIMEIRO-MINISTRO


Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro, A. Pedro Ribeiro
August 1, 2008
Tendo nascido no Porto, em 1968, A. Pedro Ribeiro vive actualmente em Vila do Conde.

Num acto de protesto contra os valores preconizados pela sociedade de consumo, marcada pelo materialismo e pela superficialidade, o autor decide anunciar a sua candidatura à Presidência da república, em 2005, «para abanar consciências e reclamar lugar para a liberdade mais absoluta» (sic).

Antes da publicação da obra supracitada, em Julho de 2005, A. Pedro Ribeiro tinha também publicado o Manifesto dos 37 o qual se torna emblemático por definir os objectivos e o padrão de escrita de A. Pedro Ribeiro.

«Aos 37 anos José Mário Branco escreveu o FMI. Aos 37 anos apetece-me dizer com os situacionistas que nada queremos de um mundo no qual a garantia de não morrer de fome, se troca pelo risco de morrer de tédio (citando Raoul Vaneigem in A Arte de Viver para a Geração Nova).

«Apetece-me dizer com André Breton que a ideia da Revolução é a melhor e a mais eficaz na salvaguarda do indivíduo (in La Révolution Surrealiste nº 4). Apetece-me estar com a subversão. Com a crítica radical à ditadura do consumível, da mercadoria, do quantitativo, do défice. Apetece-me estar do lado da liberdade, da liberdade absoluta, contra a ilusão da liberdade de compra e venda, da sobrevivência, da “sobrevida” que substitui a vida, do quotidiano insuportável, do tédio.

«Apetece-me estar com os poetas malditos. Com Rimbaud, com Baudelaire, com Nietzsche, com Sade, com Lautréamont, a infernizar tudo quanto é direitinho, conforme as normas, castração.

«(…) Apetece-me dizer que acredito na poesia e no amor, como formas subversivas. Que acredito em actos provocatórios, em agitações espontâneas que ridicularizam o instituído, no terrorismo político. Que a criatividade é o último reduto da rebelião.»

As duas epígrafes, que servem de introdução ao livro, denunciam a orientação do conteúdo, onde é exposta a rapacidade de uma classe detentora do poder para a qual o homem figura apenas um agente de produção:

«Os valores do mercado, a rentabilidade, o lucro, a eficácia dominam por todo o lado e substituem tudo o resto. Orientam as decisões dos governos, dirigem o funcionamento das famílias, impõem-se na escola, reinam nos media. Uma pessoa só será admitida para ocupar um lugar na sociedade se estiver apta a produzir e a comprar.»

Subcomandante Marcos EZLN

E também que:

«Estamos num tempo dos relojoeiros. O imperativo económico converte cada homem num cronómetro vivo, com o sinal distintivo no punho.»

Raoul Vaneigem in A Arte de Viver para a Geração Nova

A provocação inteligente e calculada de A. Pedro Ribeiro que, amiúde, o aproxima da ousadia vulcânica de Mário Cesariny ou da deliciosa e oportuna inconveniência de Luiz Pacheco, está presente em quase todos os poemas da obra, sendo estas características especialmente notórias na “Ode ao sacrifício ou Manifesto Autárquico para a Póvoa de Varzim”, onde se destaca um impressionante jogo de ideias, implícitas e explícitas, criado pelo violento contraste entre o discurso judaico-cristão dos primeiros quatro versos a colidir com um discurso frontalmente boémio, nos versos seguintes. Um verdadeiro xadrez de palavras e ideias a formar um autêntico vórtice verbal, cujo ritmo binário acentua o sarcasmo, eternamente presente na voz do Poeta.

A alternância entre o racional e o emocional coloca em evidência a ira de quem enxerga nos detentores de poder o expoente máximo da hipocrisia, de quem pretende fazer passar a mensagem de que se preocupa com as classes mais desfavorecidas, no sentido de conseguir o voto, e cujo verdadeiro rosto se manifesta no cinismo vampírico de quem suga o sangue dos mesmos eleitores – os quais como que formam uma casta à parte – até ficarem exangues, com cintos tão apertados (até ao último furo ou já com furos extras) como os espartilhos usados pelas mulheres até à primeiras décadas do século XX.

Senão vejamos:

O Presidente da República ama-nos
O primeiro-ministro sacrifica-se por nós
Sacrificai-vos vós também
E será vosso o reino dos céus

E continua…

O poeta Ulisses recebe o rendimento mínimo
Paga-me copos
E já não vende poemas nos cafés

…com a voz que denuncia como se calam as vozes dos poetas, com a esmola que lhes sacia o estômago, enquanto que aqueles que não se calam têm de continuar a vender os poemas pelos cafés para não morrer de fome.

O autor prossegue com a voz de trombeta do juízo final ao perseguir o objectivo de derrubar muros e silêncios de conveniências, ao vomitar palavras incómodas e ao acreditar na revelação da contradições de uma sociedade economicista, na qual coexistem fenómenos como o decretar da caça à pornografia na Internet com os lucrativos anúncios de prostituição, consentidos e perfeitamente legalizados na imprensa e na televisão. Em suma, trata-se de colocar a nu a prostituição dos estados e dos media. No lugar da Utopia, onde descrença no futuro prossegue a par da crença na religião da liberdade do Amor e do Prazer.

Pedro Ribeiro, um poeta ainda na semi-obscuridade, mas que já se afigura como o Dionysos da geração dos novos poetas.

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Cláudia Sousa Dias

OLHOS


olhos
olhos cansados
de ler
de escrever
de olhar
olhos que são
a vida
a cor
a luz

olhos.

Friday, May 6, 2011

OBAMA ASSASSINO

OBAMA ASSASSINO

Barack Obama é um assassino. Obama, ao lado de Sarkozy, Cameron e Berlusconi, mandou matar crianças e inocentes na Líbia. Obama não é melhor que Bush. Obama é um fanático religioso que prega o bem e o mal e que enganou muito boa gente. Obama não é melhor do que Bin Laden. Obama é um agente do império. É preciso derrubar Obama e os apóstolos do bem e do mal que Nietzsche denunciou. Temos um louco fanático na Casa Branca, temos a América a pão e circo. Temos Nero e Calígula na Casa Branca. Desmascaremos os profetas da morte. Combatamo-los em nome da liberdade e da vida. Até ao fim dos tempos.

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