tag:blogger.com,1999:blog-32055521740022197162023-11-16T02:43:39.010-08:00XAMÃSA. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.comBlogger754125tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-39223518451724875002012-03-20T18:04:00.001-07:002012-03-20T18:04:33.123-07:00ALVINEXHoje à tarde, iremos gravar mais uma emissão do Alvinex. Os convidados: António Pedro Ribeiro, poeta, diseur, agitador, que acabou de publicar um novo livro, CAFÉ PARAÍSO (edição Culture Print); Pedro Lucas, director da revista Men's Health; e por fim, mas não menos importante, teremos à conversa Carlos Ademar, ex-inspector da PJ que acaba de publicar «O Bairro - Um lugar onde a realidade ultrapas...sa a ficção» (edição Oficina do Livro) que «baseado numa história verídica, é o retrato intenso de um mundo onde o crime e a honestidade convivem diariamente, onde prolifera o sentimento de abandono a que foi votado quem ali cresceu, para onde foi viver quem não tinha alternativa e onde é real a coragem de suportar o estigma de um nome. Mais do que um romance, O Bairro é a metáfora de tantos vulcões existentes em redor das grandes cidades contemporâneas, cuja eventual erupção todos temos o dever de evitar». Gravação esta tarde, por isso, se quiserem deixar perguntas a algum dos convidados, têm à disposição a caixa de comentários aqui do facebook.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-4987492513852484822012-01-30T12:10:00.000-08:002012-01-30T12:11:59.057-08:00"CAFÉ PARAÍSO" SEGUNDO ÂNGELA BERLINDEpalavras de ângela berlinde durante a apresentação de “café paraíso”, n’”a brasileira”, em braga<br />Publicado em Dezembro 15, 2011 | Publicar um comentário <br />Ao Ribeiro<br /><br />Nunca serei fotógrafa o suficiente<br />para revelar a loucura e devaneio do poeta maldito<br />ou fazer o mais claro enquadramento das longas tardes<br />onde o poeta tudo roubou ao futuro do mundo.<br />Nunca serei gente suficiente<br />para o retratar.<br />Mas sei que há fotografias<br />que se não escrevem,<br />sendo só o tempo o seu dono<br />e a infinita passagem<br />a única e a mais justa forma<br />de os expressar.<br />Ribeiro fica nos cafés e na luz espelhada da Brasileira<br />na cor tão difícil que a liberdade mistura com os dias do mundo.<br />Há no seu coração um planeta a atravessar-lhe o coração,<br />como se o Poeta e o mundo pudessem ser uma narrativa<br />para partir de vez,<br />para o mais justo coração da humanidade.<br />Os livros de Pedro Ribeiro são o seu retrato mais grandioso,<br />como é o retrato de uma geração, de alguém nascido no mítico maio de 68.<br />Acreditemos em numerologia e aponte-se o dia de hoje, de regresso à Brasileira, como o dia em<br />que se lança o seu 10 º livro.<br />Guardaremos aí a estranheza e a feliz coincidência de hoje se celebrar o nascimento de Jim<br />Morrisson, uma intima inspiração do poeta aqui retratado, no desconforto das suas inquietações.<br />António Pedro Ribeiro não escreve apenas os livros, também os vive, chora, declama e, posso dizer<br />fotografa esse mundo.<br />Quem já não chorou com livros? Mas quem ainda não se espantou com a experiência de ter visto o<br />Ribeiro a declamar a sua poesia.<br />Quem seria Ribeiro se não fora a coragem de se ser também um dizeur, um artista performer?<br />Ribeiro é dos livros, mas também da voz e do grito, da música que se transforma em imagens. E só<br />por aí, Ribeiro já é do mundo, esse que acredita na humanidade.<br />Diante dos textos do Ribeiro uma insistente pergunta se impõe: como ler uma obra em que a<br />novidade se instaura no próprio código, na escrita em si? Escrita performática, inquietante que<br />clama por um novo leitor, que precisa se desprender dos moldes tradicionais de leitura e tornar-se<br />participante do ato de criação.<br />Nessa nova perspectiva de leitura, o texto não pode apenas ser visto, necessita de ser contemplado,<br />ouvido, tateado, percebido sinestesicamente, o que nos reporta à insistência com que o ler aparece<br />nos livros do Ribeiro.<br />O texto é directo e não se deixa interromper, não se fixa em nada, extrapola as convenções e,<br />diferentemente do que se verifica na obra, “não tem mancha de ruído”, ou seja, não “se fecha sobre<br />o significado” (Barthes, 1988: 73).<br />Nos livros, é sempre muito duvidoso o que se dá e o que se recebe, mas também não importa, o que<br />importa é que a estrada é uma caligrafia e o pensamento do Ribeiro é um planeta, uma rota, um<br />mapa, uma mão, uma voz, uma revolução!<br />Qualquer dia entenderemos o que é ter vindo ao mundo para inscrever coisas na parte ainda vaga do<br />universo em que o poeta almejou uma revolução.<br />O poeta pára nos cafés à espera de mais mundo.<br />A Terra do Ribeiro são os cafés que o protegem das intempéries e dos verões escaldantes. Ter uma<br />terra é isso: é ter um lugar de plantio e de colheita do que se não esquece, tudo mais, por mais belo<br />que possa ser, é uma passagem, é um desaparecimento.<br />Na terra do Ribeiro pode-se medir o mundo.<br />É nos cafés onde emerge o desejo e o espanto, lembrando as impossíveis brisas e todas as baladas.<br />Na poesia do Ribeiro o mundo a escorre-lhe dos olhos<br />Nesta terra é um poeta e pouco mais, com um caderno pronto e urgente numa mão<br />e na outra um coração.<br />Ângela, a BerlindeA. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-48403671010436194992011-12-24T06:09:00.001-08:002011-12-24T06:09:57.727-08:00POESIA DE CHOQUE NA SIC NOTÍCIAS0 comentar 0 recomendar E-mail Primeiro nome Apelido E-mail destinatário Imprimir A+ A A- Porto, 19 mar (Lusa) -- Faça-se silêncio que se vai ouvir poesia: é assim todas as terceiras quintas-feiras de cada mês no Clube Literário do Porto, um dos emblemáticos palcos de tertúlias poéticas da cidade.*** Ana Marques Gonçalves (texto) e Filipe Pedro, Agência Lusa ***<br /><br />Porto, 19 mar (Lusa) -- Faça-se silêncio que se vai ouvir poesia: é assim todas as terceiras quintas-feiras de cada mês no Clube Literário do Porto, um dos emblemáticos palcos de tertúlias poéticas da cidade.<br /><br />O som introduz o que aí vem. Um CD passa um qualquer declamador, enquanto habitués, estreantes, homens, mulheres, góticos e antigos padres se vão amontoando no primeiro andar do Clube Literário do Porto: há uma casa cheia para ouvir "Poesia de Choque".<br /><br />Artistas e público conhecem-se, cumprimentam-se, partilham um copo de vinho, com a descontração a ser o mote, a poesia a ser o ponto de encontro e a música o cenário de fundo. A tertúlia começa mais de uma hora atrasada, porque não há espaço, nem cadeiras para tanta gente (cerca de 50 pessoas para uma única sala).<br /><br />Nas colunas, ouve-se os acordes de "The End", dos The Doors e os versos "It hurts to set you free/ But you'll never follow me" na voz do mítico Jim Morrison, numa antevisão do silêncio que se vai seguir, numa confirmação daquilo que António Alves da Silva disse à Lusa: "A poesia é um pouco omnipresente e omnisciente, está com quem vive a poesia, não escolhe propriamente".<br /><br />Este espetador é estreante, ao contrário de Hermínia Bacelar, mulher de Letras, que há 14 anos atrás se iniciou na poesia no saudoso Púcaros, que durante 15 anos foi uma sala de poesia do Porto.<br /><br />"O Porto é uma cidade de poetas, mas Portugal é um país de poetas. Portanto, não é nem mais nem menos do que outras cidades", refere a "espetadora e amante da poesia".<br /><br />Hermínia Bacelar acredita que no Porto a poesia encontrou um lugar único: "Já há muitos anos, há um público muito aficionado... acho que é essa a palavra. Como quem vai à tourada ou ao fado, há um público da poesia e é um público de todas as idades, que é outra coisa muito interessante, porque apanha as gerações todas".<br /><br />É uma assídua das sessões do Clube Literário, quatro por mês, divididas por Quartas Mal'Ditas, Quinta Essência, Poesia de Choque e Portugal Poético.<br /><br />"Penso que estes encontros de poesia são quase como o fado vadio, é poesia vadia, porque as pessoas que a vêm aqui dizer não são pagas e, portanto, são os amantes da poesia, aqueles que gostam de dizer e que gostam de ouvir se encontram para esse efeito", completa.<br /><br />Faz-se silêncio e começa a sessão. António Alves da Silva apresenta António Pedro Ribeiro, poeta e responsável pelas sessões do Clube Literário. "Sempre foi, sempre será assim para os poetas", diz. O quê? "A marginalização". Mas o que vê ali, naquela sala, é a massificação da poesia.<br /><br />"A poesia sempre marcou um papel na história deste país, mas perante o cenário atual atribulado da humanidade, de revoltas e contrarrevoltas, pelo menos certo tipo de poesia faz mais sentido", aponta António Pedro Ribeiro.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />AYG<br /><br />Lusa/Fim.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-73244440977601640792011-11-10T15:19:00.000-08:002011-11-10T15:24:32.438-08:00BANCOS LADRÕESOs bancos, nomeadamente o BCP e o BPI, recorrem ao dinheiro do Estado. Os bancos recorrem ao dinheiro dos nossos impostos. Os bancos, os aliados dos mercados, que nos roubam a vida ainda nos arrancam dinheiro através do Estado. A situação começa a ser realmente insuportável. Berlusconi caiu. É tempo dos outros começarem a cair.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-63386452451897316852011-11-04T15:21:00.001-07:002011-11-04T15:21:58.828-07:00O ÚNICO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjbQmkkXXTlZOOH0BR9sk1zUfWxr6YvdjahMNxMlHF15ccWk0mIY29_cxidLQIl_c5rrm_dOWlD3AdZ5PwRsOEkFEieGorEJWSaYYweqv4Rd4vJhYrF1WwCtaib2cUswS3CCoRbKQwRlY/s1600/head-rimbaud.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 246px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjbQmkkXXTlZOOH0BR9sk1zUfWxr6YvdjahMNxMlHF15ccWk0mIY29_cxidLQIl_c5rrm_dOWlD3AdZ5PwRsOEkFEieGorEJWSaYYweqv4Rd4vJhYrF1WwCtaib2cUswS3CCoRbKQwRlY/s320/head-rimbaud.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5671269427159435794" /></a><br />O ÚNICO<br /><br /> <br /><br />Tenho lido Max Stirner e sinto-me um espírito livre. Nada se sobrepõe à minha vontade. Danço com os deuses. Cada vez odeio mais os bancos, os mercados e os seus seguidores. Não jogo na bolsa. Não tenho conta bancária. Não alinho nas patranhas dos telejornais e das multinacionais. Detesto o "Continente" e o "Pingo Doce". Sou único. Não esperes de mim amabilidade nem gratidão. Fica com os gordos e com a "Casa dos Segredos". Sou único. Ninguém é igual a mim. Nem os meus mestres. Penso que a essência do homem está a ser assassinada pela finança. Não esperes de mim protestos só contra os cortes. Eu procuro a essência. Eu sou o homem que sonha, que imagina, que tem visões, que tem fantasmas. Não esperes de mim o cidadão comum. Estou farto do cidadão comum. Estou farto das preocupações do cidadão comum. Sou único, sou proprietário de mim e das minhas ideias. Não me tentes convencer. Tentas-me convencer todos os dias. Vens com essa treta todos os dias. Mas agora já não me levas. Sou único. Sou soberano de mim e dos meus reinos. Tenho ideias próprias. Não sou do povo. Tenho direito a ter ideias próprias, ouviste? Sigo o meu caminho. Sigo sozinho se tal for necessário. Não ando a mendigar amizades. Nunca gostei de grupos. Sou único. Rei do meu pensamento. Princípe das ideias. Larga-me. Estou farto de ti. Estás sempre a chamar-me. Estás sempre a prometer-me coisas. Nada tenho a ver com os governos da Europa e do país. Aliás, os governos da Europa e do país estão em cacos. De qualquer forma, nunca os apoiei, nunca votei neles. Deixa-me. Estou farto de falinhas mansas. Estou farto de propaganda. Sou de mim. Absolutamente de mim. Não me atires futebóis. Não me atires as gajas da TV. Sou um rochedo. Aqui, no Piolho, proclamo o meu reinado. Reinarei para lá da morte. Não sou dos eléctricos, nem dos metros, nem dos autocarros. Sou de mim. Nem sequer deveria pagar nada por coisa nenhuma. Os outros também não me pagam. Nem sequer sou português. Nasci aqui, nesta cidade, ponto final. Não sou de ninguém. Larga-me. Deixa-me pensar. Observo o que me rodeia mas estou a sós com os meus pensamentos. A caneta desliza no papel. Ontem o caderno ficou encharcado por causa da chuva torrencial. Poderia ter sido uma tragédia. Poder-se-iam ter perdido páginas imortais. Mas, enfim, sobrevivemos. Cavalgamos a folha de papel. Estamos aqui. Somos daqui. Não me venhas vender nada. Não me dês concursos, lotarias, euromilhões. Sou único. Não sou de ninguém. Não tenho de obedecer ao governo nem aos imbecis que votaram nele. Não elegi nenhum deputado. Até fui candidato mas não fui eleito. Nunca apoiei o Belmiro de Azevedo nem o Alexandre do "pingo Doce". Nunca apoiei os gajos dos milhares e dos milhões. Cometi erros mas ninguém me pode acusar de conivência com o capitalismo. Sempre que pude ergui a voz. SEmpre que pude atirei pedras. Estou com os indignados da América e do mundo inteiro. Quero dinamitar os bancos e a bolsa. Não, não me venhas com conversa. Estou farto de conversa. Hoje assumo-me plenamente eu. Sou Deus e mais do que Deus. Desejo as mulheres. Algumas mulheres. Sou o poeta incendiário. Não me atires moderação. Não sou o filósofo de Platão. Digo-te não! Não quero mais esta farsa. Aliás, hoje nem sequer preciso de cerveja. Sou o homem que nasce outra vez. Sou único, meu rei, meu Deus. Triunfo sobre ti e sobre o mundo. Já não me podeis ignorar, ó críticos. Vou tão longe que já não me apanhais. Nem tu, ó leitor. Merda para os macacos da "Casa dos Segredos". Merda para vós que vos refugiais em casa. Merda para tudo e para Deus. Permanecei na escravidão. Eu não vos sigo. Eu nunca vos seguirei. Estou farto. Eu sou. Eu penso.<br /><br /> <br /><br /> <br /><br />O HOMEM LIVRE E OS MACACOS<br /><br /><br /> <br />O homem caminha para o sub-homem, para a barbárie. O sub-homem reduz-se à economia. Os gritos dos indignados ultrapassam a economia. Questionam o poder financeiro, o dinheiro que vai para os bancos, para os mercados. Questionam desde o coração do império, desde a América. O império está à beira do colapso. Que legitimidade para falar têm estes lacaios do poder financeiro? Quem são Obama, Merkel, Sarkozy? Sub-homens, sub-mulheres, macacos. Envenenam o nosso raciocínio. Envenenam as nossas vidas. Tal como os comentaristas do regime, pagos pelo regime para sustentar intelectualmente o regime. Tal como a propaganda televisiva, via informação, via entretenimento. Querem que nos tornemos macacos iguais a eles. Os macacos que servem e os que são servidos. A barbárie a que estamos a chegar. É preciso que o homem se erga, que atinja o super-homem. Dono de si mesmo, criador, sem Estados nem chefes, acima dos mercados e da economia. Livre. Absolutamente livre. Senhor sem escravos.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-21113663366138011622011-10-30T17:43:00.000-07:002011-10-30T17:45:48.336-07:00O POETA FALA AOS ANJOS<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioVy4wD6NaSUJh5-25JYuiQgNhmguaB6FboGutDUnYaI86myYy9ViWOZh0wC7HkZIJpztiDwwKbj3aCoU3Cnse_mf2IjhfOIW-Xxw6TNVvXvaWi57vtzLxwyKEyEOxMuRCuJeCGPwdIGo/s1600/1318688644519434844_1_054679e9.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 110px; height: 80px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioVy4wD6NaSUJh5-25JYuiQgNhmguaB6FboGutDUnYaI86myYy9ViWOZh0wC7HkZIJpztiDwwKbj3aCoU3Cnse_mf2IjhfOIW-Xxw6TNVvXvaWi57vtzLxwyKEyEOxMuRCuJeCGPwdIGo/s320/1318688644519434844_1_054679e9.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5669451053162702882" /></a><br />O Poeta Fala aos Anjos<br /> <br />"As mulheres têm um poder de que nem sempre têm consciência. O poder de criar vida, o poder de dar o amor. Sim, agora compreendo. Não pode haver contradição entre o amor e a revolução. Amamos as mulheres. Dissemos, escrevemos aquelas palavras, aqueles palavrões, só para as provocar, para as despertar."<br /><br />António Pedro Ribeiro - O Poeta Fala aos Anjos<br /><br /><br />Publicada por manuel em 12/14/2009 <br /><br />http://doarcodavelha.blogspot.comA. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-49915138402981180722011-10-28T13:50:00.000-07:002011-10-28T14:10:57.790-07:00É sempre melhor estar aqui no Piolho, na cidade, do que na aldeia. Sempre há movimento, trocam-se ideias, alguns lêem. Além disso, vêem-se umas gajas. No dia 12 vou apresentar aqui o "Café Paraíso". O Adriano está contente. As gajas passam á minha frente. A escrita já não está cavalgante como há pouco. Talvez, como alguém disse, eu tenha algo a ver com Pessoa. Ele ia duas vezes por semana ao escritório, eu não vou nenhuma. Vou pedir uma pensão de invalidez. Preciso de ter algum dinheiro. Ou então vou dizer poemas para as escolas. Sou, de facto, o poeta e o personagem dos meus escritos. Ao escrever sobre mim estou a escrever sobre os grandes dramas da humanidade. Sou o homem. Ele próprio. Questiono a vida, o seu sentido. Escrevo versos. Percorro os dias. Se estiver solto, sou capaz de ter conversas muito interessantes. De dizer o que há muito não é dito. Continuo a acreditar na transformação do homem e do mundo. Pelo menos, de alguns homens. Mas já não acredito na militância clássica. Se for cabeça-de-lista a alguma coisa, certamente serei diferente, sairei das campanhas da rotina, soltar-me-ei, dialogarei com o povo. Esperai de mim o incêndio, não a calmaria. A calmaria tenho-a agora, enquanto precisar dela. Como Sá-Carneiro, como Pessoa, escrevo à mesa do Piolho. Qualquer dia vão fazer-se excursões ao Piolho só para me verem escrever. Sei lá. Penso que a fama está a chegar. Sou uma espécie de santo, como diziam de Nietzsche. As gajas continuam a passear-se à minha frente.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-82254716656021142322011-10-24T13:46:00.000-07:002011-10-24T13:47:48.123-07:00O POETA É UM INCENDIÁRIODo nosso camarada António Pedro Ribeiro, poeta, colocamos este grito de revolta…<br /><br />«Os poetas, alguns poetas, são incendiários. São capazes de pegar fogo ao mundo. Quer através da palavra escrita, quer através da palavra dita. Aliás, na antiga Grécia, havia poetas que eram requisitados para animar as tropas para a guerra. O poeta, não o poeta lírico, não o poeta da corte, tem uma grande responsabilidade entre mãos. Pela palavra pode incendiar os que o lê...em ou os que o ouvem, pode provocar a guerra ou a revolução. Não o esqueçamos. Além de médium, de mago, pode ser o incendiário. Há exemplos na História. A forma como certos poetas, certos bardos, acabam por influenciar muita gente. Não é nada de desprezível. <br /><br />Sobretudo nos tempos que vivemos, nos tempos de quase caos e barbárie. Não é necessário estar sempre a dizer: "Vem aí a revolução! Vamos todos para a rua!" Basta dizê-lo duas ou três vezes. O poeta dito maldito tem, de facto, uma missão, se calhar mais eficaz do que a dos partidos ou de outras organizações, a de acordar as pessoas, sobretudo os jovens. "We want the world and we want it now!” gritou Jim Morrison. "Merda para Deus!", como proclamou Rimbaud. "Nem Deus nem amos", berram os anarquistas. O poeta não está à venda, está cá para incendiar. O país e o mundo já ardem e o poeta deve atear ainda mais o incêndio. "Vamos pegar fogo à noite", ainda os Doors. Ao pegar fogo também a si próprio, ao incendiar-se, o poeta deve igualmente cantar a mulher, deve provocá-la, trazê-la para o fogo. O que não é fácil, porque se bem que a mulher seja selvagem, natural, ela também procura a segurança, o conforto, o sustento, o lar, a protecção de si e das crias. Mas o poeta, tal como Dionisos, deve ser capaz de arrastar consigo as bacantes. Deve amá-las. Não é como os outros. Provoca. Incendeia. Traz a luz. Rouba o fogo e a arte aos deuses, como Prometeu. O poeta é um incendiário.»<br /><br />http://lutapopularonline.blogspot.comA. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-69266281689594213282011-10-22T03:46:00.000-07:002011-10-22T04:04:23.202-07:00A CONTAMINAÇÃO<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPThp5Fed_tIZCCtFYrz_6zjMPV20gVI5pUbBZvP7iWfGYXOrRcbqrZRiRvyBgTKU0zz1AqRzXkDNpbjY9QKLXU5cwiExwrXt5PN8NjAXPZFacozvJDyeOg8tf-diJ4wUahOfqZUUnkN0/s1600/Druuna_-_Serpieri.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 264px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPThp5Fed_tIZCCtFYrz_6zjMPV20gVI5pUbBZvP7iWfGYXOrRcbqrZRiRvyBgTKU0zz1AqRzXkDNpbjY9QKLXU5cwiExwrXt5PN8NjAXPZFacozvJDyeOg8tf-diJ4wUahOfqZUUnkN0/s320/Druuna_-_Serpieri.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5666270705388617554" /></a><br />Escrever. Simplesmente escrever. A magia dos dedos e da caneta. O derramar das letras na folha. Suavemente, sem stress, a mente serena. Ser apenas isto, nada mais do que isto, não precisar de personagens nem de histórias. O texto pelo texto, a escrita pela escrita. Deixar-me ir, ser quem sou, sem grande esforço. As pessoas falam, lêem jornais, permanecem. A Gotucha foi arranjar as unhas.<br />Só me dou com algumas pessoas. Nem sequer tenho conversa para aquelas que só falam de futebol, cuscovilhices, família. Sou capaz de expressar pensamentos mais elevados e, por isso, as minhas amigas falam comigo, nem que seja pelo facebook. Sim, sou capaz de dizer que nos tentam roubar a juventude e a infância. Digo também que estamos às portas da barbárie mas que alguns seres humanos podem ter asas, podem atingir o mundo do espírito. Talvez daí nasça um mundo superior. Talvez de entre aqueles que passam pela experiência da depressão ou de outras perturbações mentais surjam companheiras, companheiros. Porque esses conhecem o inferno na terra. Porque esses estão amaldiçoados pela existência entediante e sem sentido que nos tentam impor. Por isso, estarão mais sensíveis às minhas palavras. Esses e todos aqueles que não se deixam levar pela contaminação capitalista.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-91941088568068450612011-10-21T07:15:00.000-07:002011-10-21T07:16:08.183-07:00ÍNDIGOOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa <br /><br />Crianças índigo - é uma teoria que afirma que, supostamente, uma nova geração de crianças com habilidades especiais estejam nascendo e que estariam trazendo uma "Nova Era" para a Humanidade. Essas crianças, segundo a teoria, teriam habilidades sociais mais refinadas, maior sensibilidade, desenvolvimento profundo de questões ético-morais e portariam personalidades peculiares que possibilitariam facilmente sua identificação em meio a outra crianças.<br /><br />Embora farta literatura tenha sido publicada nos ultimos anos, não há comprovação científica sobre o fenômeno, bem como o sistema de classificação "crianças índigo" e "crianças cristais" é rejeitado por conselhos de pediatria e especialistas em educação infantil. [1]<br /><br />As crianças indigo são também comumente associadas a Geração Y. [2]<br /><br />Índice<br />1 Definição<br />2 História<br />3 Características<br />4 Tipos de Crianças Índigo<br />5 Crianças índigo e Doutrina Espírita<br />6 Crianças índigo em Portugal<br />7 Crianças índigo no Brasil<br />8 Síndrome de Asperger<br />9 Ver também<br />10 Notas<br />11 Ligações externas<br /> <br /><br />[editar] DefiniçãoChamam-se crianças índigo a certos seres que, supostamente ao nascer, trouxeram características que os diferenciam das crianças normais, tais como a intuição, a espontaneidade, a resistência à moralidade estrita e restritiva, e uma grande imaginação, avolumando-se frequentemente também entre tais capacidades, os dons paranormais, embora estes dons não sejam usualmente do conhecimento da própria criança. As crianças índigo podem ser vistas como uma espécie de milenarismo, em que se acredita que tais seres mudarão o mundo trazendo-o até um estado mais espiritual e menos estritamente moralizado.<br /><br />Há que notar que uma boa quantidade das crianças índigo são classificadas de hiperactivas ou disgnosticadas com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, o que explicaria em boa parte o crescente interesse de pais e educadores por este assunto.<br /><br />[editar] HistóriaEm 1982 a parapsicóloga Nancy Ann Tappe elaborou um sistema para classificar os seres humanos de acordo com a suposta cor da sua aura espiritual, lançando a obra "Compreenda a sua Vida através da Cor" onde fez um estudo sobre "as cores da vida". Segundo a autora, cada pessoa possui uma certa cor na sua aura em função da sua personalidade e interesses.<br /><br />No caso das crianças índigo, a aura deles tende a mostrar as cores anil ou azul, as quais reflectem uma espiritualidade mais desenvolvida.<br /><br />A autora afirmou ter detectado pelo seu método que as auras de cor índigo começaram a surgir com mais frequência na década de 1980, mostrando uma tendência a proliferar, o que parece justificar o seu papel de transformação da sociedade nas primeiras décadas do século XXI.<br /><br />[editar] CaracterísticasAs crianças índigo apresentariam uma série de atributos sensoriais recorrentes, como a hipersensibilidade auditiva ou a hipersensibilidade tátil. De igual modo, apresentariam um padrão de comportamento peculiar, destacando-se:<br /><br />Chegam ao mundo com sentimento de realeza e a curto tempo se comportam como tal;<br />Têm a sensação de ter uma tarefa específica no mundo, e se surpreendem quando os outros não a partilham;<br />Têm problemas de valorização pessoal e a curto prazo dizem a seus pais quem são;<br />Custa-lhes aceitar a autoridade que não oferece explicação nem alternativa;<br />Sentem-se frustrados com os sistemas ritualistas que não requerem um pensamento criativo;<br />A curto tempo encontram formas melhores de fazer as coisas, tanto em casa como na escola;<br />Parecem ser anti-sociais, a menos que se encontrem com pessoas como eles;<br />Não reagem pela disciplina da culpa;<br />Questionam frequentemente os dogmas religiosos, não os aceitando naturalmente como tradição familiar;<br />Não são tímidos para manifestar as suas necessidades.<br />[editar] Tipos de Crianças ÍndigoSegundo os investigadores desta temática, podem ser identificados quatro tipos de crianças índigo:<br /><br />Humanistas - muito sociais, conversam com toda a gente e fazem amizades com muita facilidade. São desastrados e hiperativos. Não conseguem brincar só com um brinquedo, gostam de espalhá-los pelo quarto, embora às vezes não peguem na maioria. Distraem-se com muita facilidade. Por exemplo: se começam a arrumar o quarto e encontram um livro, nunca mais se lembram de acabar as arrumações. Como profissões, escolherão ser médicos, advogados, professores, vendedores, executivos e políticos. Trabalharão para servir as massas e, claro, atuarão sempre ativamente.<br />Conceptuais - estão muito mais voltados para projetos do que para pessoas. Assumem uma postura controladora. Se os pais não estiverem pelos ajustes e não permitirem esse controlo, eles vão à luta. Tem tendência para outras inclinações, sobretudo drogas quando da puberdade, caso se sintam rejeitados ou incompreendidos. Daí a redobrada atenção por parte de pais e educadores em relação aos seus padrões de comportamento. No futuro poderão ser engenheiros, arquitetos, pilotos, projetistas, astronautas e oficiais militares.<br />Artistas - são criativos em qualquer área a que se dediquem, podendo, inclusive, vir a ser investigadores, músicos ou atores altamente conceituados. Entre os 4 a 10 anos poderão vir a interessar-se por até 15 diferentes áreas do conhecimento (ou instrumentos musicais, por exemplo), largando uma e iniciando outra. Quando atingirem a puberdade, aí sim, escolherão uma área definitivamente. Poderão ser futuros professores e artistas.<br />Interdimensionais - entre os seus 1 e 2 anos os pais não podem tentar ensinar-lhes nada, pois eles responderão que já sabem e que podem fazer sozinhos. Normalmente, porque são maiores que os outros tipos de índigos, mostram-se mais corajosos ainda e por isso não se enquadram nos outros padrões.<br />Desta forma, os estudiosos do assunto acreditam que estas crianças seriam as responsáveis pela introdução de novas filosofias ou espiritualidade no mundo.<br /><br />[editar] Crianças índigo e Doutrina EspíritaO tema, apesar de originalmente atravessar décadas, ganhou um novo estimulo nos ultimos anos sendo divulgado pela Doutrina Espírita.<br /><br />Particularmente depois que o médium e orador espírita Divaldo Franco teve uma de suas palestras sobre o tema transcrita e ampliada [3][4] transformada em livro bilíngue pelas mãos da neurocientista brasileira Vanessa Anseloni,[3] radicada nos EUA e antiga defensora da integração entre os dois temas[5] o conceito passou a ser visto com simpatia por muitos espíritas.[6]<br /><br />Para eles, as crianças índigo seriam espíritos exilados de outros mundos. Como não fossem capazes de acompanhar o "progresso moral" de tais planetas, eles teriam sido encaminhados para mundos inferiores, como a Terra, com a meta de auxiliar sua evolução. Os defensores dessa ideia tratam-na como um desenvolvimento do tema migrações espirituais, presente em obras populares no meio espírita brasileiro, como A Caminho da Luz e Exilados de Capela, e referido por Allan Kardec em A Gênese.[7]<br /><br />Por outro lado, há grupos espíritas que são contrários à associação entre o tema crianças índigo e o espiritismo.[6] Defendem que as obras A Caminho da Luz[8] e A Gênese[9] não abordam o termo crianças índigo, tampouco trazem referências às características físicas e psicológicas que costumam ser atribuídas a elas.<br /><br />Eles repudiam[6] a publicação e tradução de livros relacionados ao tema por editoras que possuem foco de mercado no público espírita, como a Petit,[10] bem como os palestrantes espíritas que utilizam esta temática.[6]<br /><br />Alguns pesquisadores [11] dizem ser muito difícil haver uma civilização mais evoluída no sistema solar de uma estrela Plêiade como Alcyone, conforme afirma Divaldo[7] pois estas teriam apenas cerca de 100 milhões de anos, enquanto a Terra teria demorado quase um bilhão de anos apenas para esfriar e aparecerem os primeiros organismos unicelulares e quase mais quatro bilhões para o surgimento do "Homo sapiens". Além de contestar a suposta influência gravitacional de Alcione na Terra.<br /><br />Divaldo Franco não reconhece [12] influência mediúnica em suas elaborações sobre o tema. Por se tratar de um palestrante que também se notabilizou como médium, esse fato pode servir como fonte de descrédito, diante de certos setores espíritas, para as ideias que defende sobre crianças índigo.<br /><br />O boletim "Mensagem" discute sobre a origem do termo crianças índigo e sua utilização no movimento espírita[13].<br /><br />[editar] Crianças índigo em PortugalEm Portugal existe a Fundação Casa Índigo, criada em 2004 por Tereza Guerra e Alain Aubry, registada como IPSS pelo Ministério da Educação em 2008 é um projecto destinado ao estudo, esclarecimento e desenvolvimento de actividades de apoio a crianças e jovens de todo o tipo e características, incluindo crianças com energias índigo, cristal, crianças dotadas, sobredotadas, super psíquicas, entre muitas outras designações e jovens que se identifiquem com todas estas vibrações do Novo Tempo.<br /><br />As Actividades da Casa Índigo são únicas e destinam-se a crianças, jovens e adultos índigo, cristal, violeta, sobredotados, super-psíquicos ou outros, de todas as idades e condições.<br /><br />Vivemos num mundo de mudanças permanentes e cada vez mais sentimos dificuldades de adaptação face ao institucionalizado, ao determinado, à autoridade que a sociedade, a família e a escola tentam impor e que têm implicações profundas no futuro do indivíduo! A criança e o jovem, cada vez mais, revela intolerância e incapacidade de aceitação e revolta.<br /><br />Neste contexto muitas crianças consideradas especiais são rotuladas, frequentemente, como rebeldes e, por vezes, são consideradas hiperactivas, impulsivas, com déficit de atenção e outros distúrbios comportamentais, que em nada as ajuda no normal crescimento e desenvolvimento, sendo frequentemente medicadas o que lhes provoca ainda maior desequilíbrio físico, psicológico e moral.<br /><br />Estes comportamentos desajustados em crianças especiais desaparecem naturalmente quando são compreendidas e acompanhadas através de actividades criativas, artísticas, harmoniosas, musicais, lúdicas, consciênciais e até espirituais.<br /><br />Tereza Guerra publicou em Setembro de 2004 o primeiro livro em Portugal sobre "Crianças Índigo", o qual é em Dezembro de 2007, reeditado pela editora Sinais de Fogo com o título “Crianças Índigo e Cristal” com mais informações sobre as crianças da Nova Era e novidades acerca das actividades e projectos desenvolvidos pela Fundação Casa Índigo.<br /><br />Co-fundadora com Alain Aubry da Fundação Casa Índigo, Tereza Guerra desenvolve um projecto de apoio a crianças índigo e jovens índigo, esclarecendo pais, educadores, professores, psicólogos, médicos, terapeutas e todos aqueles que estão em contacto com crianças e jovens.<br /><br />A Fundação Casa Índigo tem organizado conferências, palestras, workshops, seminários, exibição de filmes sobre o tema Crianças Índigo: tais como Índigo e Índigo Evolution. Estes eventos têm-se realizado com a colaboração de várias Instituições Educativas, Universidades, Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, Centros Culturais ou na Área da Psicologia e Saúde.<br /><br />[editar] Crianças índigo no Brasil[editar] Síndrome de AspergerA chamada síndrome de Asperger, transtorno de Asperger ou desordem de Asperger, é uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo. Muitas das características definidas para a chamada "criança índigo", são próximas das características de diagnóstico da Síndrome de Asperger, sendo que existe a possibilidade de uma criança com a Síndrome de Asperger não estar a receber o tratamento correto por ter sido enquadrada na teoria da criança índigo[carece de fontes?]. É preciso ter atenção nas características de diagnóstico da Síndrome de Asperger, que são:<br /><br />Interesses específicos e restritos ou preocupações com um tema em detrimento de outras atividades;<br />Rituais ou comportamentos repetitivos;<br />Peculiaridades na fala e na linguagem;<br />Padrões de pensamento lógico/técnico extensivo;<br />Comportamento socialmente e emocionalmente impróprio e problemas de interação interpessoal;<br />Problemas com comunicação;<br />Habilidade de desenhar para compensar a dificuldade de se expressar verbalmente;<br />Transtornos motores, movimentos desajeitados e descoordenados.<br />Segundo alguns estudos, apresentam imaginação e criatividade fantasiosa mais reduzida do que uma criatividade com bases em fatos.<br />Frequentemente, por um Q.I. verbal significativamente mais elevado que o não-verbalA. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-12415410730576430092011-10-19T07:14:00.000-07:002011-10-19T07:30:18.777-07:00TÚLIPAO antigo "Túlipa" tem agora uma gaja boa. Aos 18/19/20 anos, João vinha para aqui beber e confraternizar com os amigos. Era um ponto de encontro para a juventude dos finais dos anos 80 aqui nas Enguardas. Havia a discussão sobre bandas, filmes, política, mulheres, alguma literatura. Havia o Berto e o Quinó. E já aparecia por aqui o Jaime Lousa. Uma vez João disse-lhe que ele tinha uns bigodes à Nietzsche e ele acedeu. O pai de João preenchia os boletins do Totobola e fazia cálculos matemáticos no café em frente, o "Convívio". Agora isto parece um bar selecto e as mamas da dona saltam-lhe da "t-shirt". Ela varre e João é inofensivo. Bons tempos esses do "Túlipa". Era, de facto, a descoberta da noite e da vida. Havia também a Natércia e o pessoal da Rádio Clube do Minho: o Alexandre, o Luís, o Paulo, o Nuno. Grandes farras. "Acordai, filhos da puta!", gritávamos às 3 da manhã em Santa Tecla. Os primeiros concertos. As primeiras bebedeiras de caixão à cova. A descoberta dos Bauhaus e dos Joy Division. A escrita para a "Página da Juventude" do "Correio do Minho". Os primeiros poemas publicados no "Correio" e no "DN Jovem". O Jorge e o Rui, ainda.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-50446130751398004262011-10-16T15:23:00.000-07:002011-10-16T15:28:52.351-07:00REI<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQi7fFZ7Cns4Hbaa71_OSF1EkSUhmwg3z_8OPSGDZ7jEFLhMgXi1yVlfMu3BthJ52z2SKjCQuPtze0phqbZZ0cyqw1D1QaDpvol30oLCvYSFmKhnMzClbr4ElWELZd8RyZtsGaGURl3Iw/s1600/11.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 214px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQi7fFZ7Cns4Hbaa71_OSF1EkSUhmwg3z_8OPSGDZ7jEFLhMgXi1yVlfMu3BthJ52z2SKjCQuPtze0phqbZZ0cyqw1D1QaDpvol30oLCvYSFmKhnMzClbr4ElWELZd8RyZtsGaGURl3Iw/s320/11.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5664220583166723634" /></a><br />Rei<br />senhor<br />em Madalena<br />em Jesus<br />na bondade<br />no amor<br />mas também<br />soberbo<br />magnífico<br />agradeço as luzes<br />o homem nada é<br />sem o conhecimento<br />sem a leitura<br />sem os números<br />de Pitágoras<br />somos bárbaros<br />cães<br />lobos do próximo<br /><br />Rei<br />senhor<br />como há milénios<br />nos reinos idos<br />soberano<br />desprendido<br />como no palco<br />na palavra<br />no canto<br />brilho<br />hoje<br />sou.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-60727820478705732972011-10-14T11:24:00.000-07:002011-10-14T11:43:19.015-07:00POESIA INCENDIÁRIA<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwQaQH5qcbTqp6HnDeBK2i9iVW9HH9uAthzaCSgwfKWApzJAR74y8Na1674cj9R6zGtawmeeP7I-rMC4NFaoEyU9dF_E_Dm2YcuRrsfLBXmR4R77mKRoKn0gJEuFrlrM2r2Je_4AZaprQ/s1600/catarina.bmp"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 182px; height: 136px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwQaQH5qcbTqp6HnDeBK2i9iVW9HH9uAthzaCSgwfKWApzJAR74y8Na1674cj9R6zGtawmeeP7I-rMC4NFaoEyU9dF_E_Dm2YcuRrsfLBXmR4R77mKRoKn0gJEuFrlrM2r2Je_4AZaprQ/s320/catarina.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5663420291621290850" /></a><br />poesia incendiária<br />poesia incendiária<br />é o que escrevo<br />não suporto<br />a Fátima Lopes<br />nem a máquina da verdade<br />não aceito<br />que o Passos<br />me roube a vida<br />nem ele nem os palhaços<br />da UE, da Merkel, do FMI<br /><br />poesia incendiária<br />assusta-vos<br />mete-vos medo<br />fechai-vos na casinha<br />levai a vizinha<br />e o ouro dela<br />e tu cala-te, Fatiminha,<br />estou farto<br />de perguntas imbecis<br />meteis essas merdas<br />nos cérebros das pessoas<br />levais-las na conversinha<br />até pareceis inocentes<br />ide arder com o Obama<br />para Wall Street<br />sois todos amiguinhos<br />jogais tão bem o jogo<br />até começo a simpatizar<br />com os ladrões de bancos<br />e com os que rebentam<br />as caixas multibanco<br />pode ser que chova<br />algum para mim<br /><br />vá, Fátima<br />vá, Bárbara,<br />entretei-nos com os gordos<br />continuai na "Casa dos Segredos"<br />enquanto eu<br />vou incendiando por aqui<br />acautela-te, ó Passos,<br />nada tenho a perder<br />já andei pelos partidos<br />já vi o que tinha a ver<br />e vós continuai<br />a dar as boas-tardes<br />a entregar as vossas vidas<br />isto vai começar a arder<br />nada está seguro<br />sou o poeta do caos<br />provoco<br />gozo<br />ameaço<br />já tenho a fama do arruaceiro<br />em várias cidades<br />a polícia sabe<br />começo realmente<br />a subir aos céus<br />o ouro é meu,<br />ó máquina da verdade<br />da Fatiminha<br />ó gordos da Babá<br />ó macacos e macacas<br />do "Big Brother"<br />dói, não dói?<br />Queima!<br />É a poesia incendiária<br />a poesia incendiária<br />vai tomar conta do mundo.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-53951000552847450722011-10-14T02:50:00.000-07:002011-10-14T04:17:07.299-07:00DOS FILMES<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_ebjp6A-TELPdsQifoN6w_M-Mf67aYZRSrYy7fj4YAnbdS0pG2c64da1xxeczO1pfZYVu3LSKAY_ffSSvtsgQb6bLOcoB_DDMx50dOUsEx0MD4W62yLj2oFOkghOj1sE-DjzZUuLRi5Q/s1600/Bey_hakim.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 180px; height: 199px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_ebjp6A-TELPdsQifoN6w_M-Mf67aYZRSrYy7fj4YAnbdS0pG2c64da1xxeczO1pfZYVu3LSKAY_ffSSvtsgQb6bLOcoB_DDMx50dOUsEx0MD4W62yLj2oFOkghOj1sE-DjzZUuLRi5Q/s320/Bey_hakim.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5663305301198942210" /></a><br />Contudo, para lá da depressão, João tinha fases de mania. O pensamemento acelerava, a palavra libertava-se, era capaz de falar durante horas sobre vários assuntos, julgava-se capaz de mil e uma coisas. Contrariamente ao que dizem muitos psiquiatras e psicólogos, a fase da mania não é necessariamente nociva. João escreveu grandes poemas como "Bailarino", "Big Trip, Big Sleep", "A Arder", nesse estado. E quando dizia poemas nos bares, como no Púcaros ou no Pinguim, transfigurava-se. Mas, apesar de ter sido jornalista e de ter tido outros empregos, o poeta nunca se adaptou verdadeiramente à vida do trabalho. Sempre teve dificuldade em ter horários, em aceitar os chefes, excepto o Artur Queiroz. No fundo, não obstante gostar de ser jornalista, nunca entendeu muito bem essa lógica de ter de troca trabalho por dinheiro. João tinha feito o percurso da dádiva, da antiga liberdade. Outra vez Morrison, Nietzsche, também Henry Miller. Para o poeta, a vida valia por si mesma, só fazia sentido enquanto descoberta, enquanto procura de um ideal de beleza, de um conhecimento. As suas iluminações, delírios e alucinações iam de encontro a isso. O artista sentia-se um médium, sentia-se até Deus a rebolar no jardim e a decidir da vida e da morte das pessoas. Fica possesso, ora incarna o ódio ou o amor. Quando é amor une os céus, ressuscita as pessoas. Quando é ódio põe tudo a arder, como Nero em Roma. É também Hamlet de Shakespeare. Quando o pai morreu, ouvia a sua voz. Ouvia várias vozes. Exércitos que o perseguiam, exércitos que o protegiam. Vinha sempre a ideia de revolução, da tomada de Lisboa, de mensagens que lhe chegavam. Havia fogo, mortes, no entanto, no fim era a redenção, o amor triunfava. O poeta torna-se profeta, um revolucionário místico. Contudo, depois as vozes voltavam, João atirava-se para o chão, pensava que tinha a casa cercada, que tinha sido traído, que tinha perdido a guerra. Depois voltava para o psiquiatra. Foi assim, várias vezes. <br />Em 2001, estava com a Paula em Braga, era Páscoa, assistiram à Procissão do Enterro do Senhor. João viu Jesus na cruz e não aguentou. Viu um revolucionário no tasco a pregar a revolução, graffitis subversivos na parede. Paula não entende e chama-o. Mas ele vê-se rodeado de anões e duendes que o acusam de traição. O poeta vive isso tudo, não imagina. Paula levou-o para casa mas as vozes não deixavam de o apoquentar. Durante vários dias.<br />Em Agosto de 2006, foi ao Festival de Paredes de Coura dizer poesia, ao lado de Adolfo Luxúria Canibal e de Isaque Ferreira. A sua actuação no Centro Cultural talvez tenha sido a melhor da sua vida. Disse Jim Morrison e a "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro". Falou da infância, de Deus e da mãe. Falou do puto puro que tinha sido e dos vícios que tinha adquiridio duma forma arrebatada, extática. O público veio abaixo, ria, entrava em diálogo, ovacionou. Depois, nessa noite, foi ver os Cramps e os Bauhaus com a Ana. No meio da multidão, voltou a ouvir vozes, pensava que chamavam pelo seu nome, que falavam de si. Alguns naturalmente até o comentariam mas nunca poderia ser tanta gente. Estavam 500 no Centro Cultural, no recinto do Festival estariam 30 000. E ele não era o Peter Murphy. Ana falava com João, tentava-o despertar mas este estava para lá. Entre os deuses. No Tennesse. Quando chegou a casa desfez-me em lágrimas, julgava que tinha insultado a mãe em público. Uns dias depois, após uma boleia de uma amiga, foi da Póvoa a Vila do Conde a pé e desatou a partir os vidros dos carros de maior cilindrada. Julgava-se em Paris a fazer a revolução. Alguém viu, foi interceptado por um polícia à paisana e conduzido à esquadra. O caso foi arquivido. Já antes tinha apedrejado a Junta de Freguesia e várias montras. Voltou a fazê-lo. Acredita numa revolução como a grega.<br />Em 2003, foi acusado de deitar abaixo a estátua do major Mota na rua da Junqueira na Póvoa de Varzim. O major foi presidente da Câmara na época do salazarismo e Comandante da Legião Portuguesa. João, dias antes da inauguração da estátua, distribuiu panfletos à população em defesa do 25 de Abril e contra o fascismo, tudo em nome de uma Frente Guevarista Libertária. Três meses depois, a estátua caiu. O poeta e a Frente foram acusados. Saiu nos jornais locais e nacionais. Meses depois, João foi interrogado pela Polícia Judiciária. Não havia provas. Há quem diga que foi o camião do lixo que deitou a estátua abaixo. Uns anos a seguir, uns putos voltam a partir a estátua.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-74191364507438828752011-10-12T07:14:00.000-07:002011-10-12T07:18:50.134-07:00THE KING IS NOT DEAD<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2VF_StfZzSpKFDuRhNvaCvYqhiTTI0JEITa9EYyAz6YOFnUJcPoXSXeRc5po6jeZcvY9zSfsCBftIQREvoaUb-Oezu3TXpxhx08sErjq1rSNAgbss6WNxbM2SVpaNqGV1mbmyp_5KFMo/s1600/deus.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 233px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2VF_StfZzSpKFDuRhNvaCvYqhiTTI0JEITa9EYyAz6YOFnUJcPoXSXeRc5po6jeZcvY9zSfsCBftIQREvoaUb-Oezu3TXpxhx08sErjq1rSNAgbss6WNxbM2SVpaNqGV1mbmyp_5KFMo/s320/deus.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5662609962593581282" /></a><br />Rei<br />rei outra vez<br />desafio-os<br />rebento-me a mim<br />rebento os outros<br />revolucionário sou eu<br />não me venhais com estórias<br />vim pegar fogo ao mundo<br />vim purificá-lo<br />sou um filho da puta<br />um verdadeiro filho da puta<br />quais Mão Morta, quais quê?<br />Uns meninos de cora<br />the king is coming<br />the king is not dead.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-44603481597292832052011-10-06T03:16:00.000-07:002011-10-06T03:17:53.982-07:00À MESA DO HOMEM SÓ POR CLÁUDIA SOUSA DIASà mesa do homem só. estórias., A. Pedro Ribeiro<br />20 February 2009<br />CLÁUDIA SOUSA DIAS<br /><br /><br />Paixão, delírio, desvario e perda. São os principais ingredientes deste pequeno grande livro de poesia de A. Pedro Ribeiro que, nesta fase, dava os primeiros passos nas lides da escrita poética. Os textos datam da segunda metade da década de 1990 e início dos anos 2000. É notório o talento que escapa por entre as frases de uma escrita errante. Uma escrita essencialmente emotiva, elaborada a partir do cenário do quotidiano dos cafés das cidades do Porto e de Braga.<br /><br />Uma das facetas mais angustiantes da obra por se tratar de uma temática recorrente, em diversos trabalhos de A. Pedro Ribeiro, é o da necessidade da fuga, de evasão e perseguição da miragem de um paraíso perdido, através da procura de refúgio no álcool, o alívio momentâneo no sexo. No primeiro caso, as alucinações despoletadas pela bebida aproximam-no da poesia provocadora de Morrison, enquanto que, no segundo, colocam-no muito próximo do panteão dos poetas do erotismo norte-americano como é o caso de Miller ou Bukovski.<br /><br />As provocações sucedem-se em poemas como<br /><br />“Ressaca”<br /><br />Na ressaca<br />das noites ébrias<br />liberto pássaros<br />absorvo conversas<br /><br />Tudo parece<br />absurdo convencional<br />diante do meu fogo<br />diante da embriaguez<br />permanente.<br /><br /><br />É notório o sentimento de insatisfação constante, fruto do espartilho do tédio, da monotonia, do desespero impresso pela patine da rotina dos dias sempre iguais que impelem a procura de mundos diferentes, onde a solução mais imediata é aquela que parece ser o portal de saída, de fuga, o álcool – abre a cortina para o paraíso construído na imaginação a partir da alteridade da consciência e do desequilíbrio sináptico que transparece no apelo a Dionysos em “Ébrio 29”.<br /><br />“…ao raiar da aurora<br />avistaremos a terra prometida<br />desfilaremos entre os anjos<br />sobre o tapete celestial…”<br /><br />Do mesmo impulso de fuga à deprimente e feia realidade do quotidiano, nasce o sonho da Beleza e do Prazer, onde se apela ao excesso, trazido aparentemente pelo arquétipo representado deus ou pela figura alegórica da Embriaguez, embora, na realidade, o desejo mais primário, mais fundamental é, precisamente, o Desejo, trazido pela mão de Aphrodite, arquétipo incarnado pela Musa, a quem é dedicado o livro…<br /><br />“Valete de Espadas”<br /><br />pétalas murchas<br />cálices desleixados<br />(…)<br /><br />o sangue não corre<br />a alma não morre<br />entediada<br /><br />tantas horas<br />longas demoras<br />no meu quarto<br />a espera<br />ansiosa<br /><br />a vida lá fora<br />as conversas<br />…tu…<br />…já não vens…<br />…hoje…<br /><br />Prosseguem a angústia e a asfixia, que agarram a alma, numa espiral de auto-destruição como um pântano de areias movediças em<br /><br />“Távola”<br /><br />(…) Amor sobre um penedo de saudade<br />rebento suicida<br />outras eras<br />idades<br /><br />A catarse<br />o ciúme<br />ao rubro<br />o crime<br />o filme<br /><br />estórias ao espelho<br />à mesa a tua imagem<br />do homem só acesa.<br /><br />Um poema com duas opções de leitura, a multiplicar as interpretações e a aumentar exponencialmente a riqueza polissémica do texto que dá o título ao livro.<br /><br />Em vário textos de à mesa do homem só. estórias a linguagem utilizada, aparentemente desconexa, é a projecção de caóticos sonhos povoados de erotismo, que reflectem uma poética tipicamente onírica, marcada por uma profusão de imagens que se sobrepõem e reproduzindo um caos interior, caracterizado por um vórtice de contradições à vista desarmada.<br />Poemas como “Anjo em Chamas”, dedicado a Jim Morrison, ou “Cristo Ébrio” deliciam pela absoluta subversão face ao convencional, à norma, às regras, a toda e qualquer proibição ou dogma, características que fazem do poeta A. Pedro Ribeiro um verdadeiro filho de Maio de ’68 . São dois poemas povoados de um erotismo imbuído no sagrado, a exaltar o hyerogamos, ou acasalamento sagrado, a lembrar antigos rituais Gregos ou Babilónios.<br /><br />“Cristo Ébrio”<br /><br />Regresso<br />serpentes masturbam-se na areia<br />estradas aquáticas<br /><br />golpes de espuma celebram<br />o orgasmo de Neptuno.<br /><br />Procuro o beijo<br />o anel sagrado<br />sou serpente ébria (…)<br /><br />serpente ébria<br />danço canto<br />enfeitiço…<br /><br />Este poema e o seguinte sugerem um ritual dionisíaco, marcado pelo ritmo caótico, desenfreado de um voraz bailado de Ménades, como se pode ver no poema<br /><br />“Um poeta em fogo”<br /><br />Distingo ao longe<br />um cenário onírico<br />adornado<br />de cores perversas<br /><br />(…)<br /><br />Vulcões vomitam cometas<br />flores desabrocham<br />em arco-íris embriagadas.<br /><br />Cascatas inflamadas<br />trepam a catedral.<br /><br />Caânticos dionisícos<br />em redor da fogueira<br />corpos enlaçados<br />em delírio carnal.<br />(…)<br /><br /><br />Em toda a obra se assiste ao triunfo da Loucura sobre a Razão que está especialmente manifesto em “Representação”.<br /><br />Mas em “Devaneios” começam a notar-se alguns ecos de Baudelaire e da sua obra As Flores do Mal<br /><br />“Devaneios”<br /><br />Toma-me a alma<br />Conduz-me ao fim da noite<br />(…)<br />Encharca de whisky o meu cadáver vivo”<br />(…)<br /><br />Vem pintor surrealista<br />acende na tela<br />a sombra imensa do martírio<br />conduz-me a noite sem fim”<br /><br />O último dos poemas de à mesa do homem só…, com o qual o autor presta homenagem aos sem-abrigo, exprime a total e completa insubmissão à norma e a necessidade de afirmação e de ser aceite na plenitude da diferença, que comporta a sua forma de estar no mundo, com todos os desvios:<br /><br />“Queimam as horas mal-dormidas sobre um banco de jardim.<br />No cérebro estalam vulcões, montanhas. A viagem recomeça, rumo ao cume.<br /><br />Dentro do sonho existem lugares verdes (…)<br />Quiseram prender-me. Atirar-me para o hospício.<br />Mas eu não estava lúcido. E os inquisidores fugiram de mim.”<br /><br />Uma escrita onírica sim, porque pictórica, onde as imagens se sucedem, se fundem formando o caos aparente, onde se concentra o vórtice de emoções e sensações impossíveis, incomportáveis na morna quietude de quotidiano…<br /><br />À mesa do café está o último reduto que abriga alguém que encarna a rebeldia de quem prega no deserto, no meio de víboras e escorpiões.<br /><br />Um livro no qual, segundo o Autor,<br /><br />“tudo acaba, tudo começa à mesa do homem só que escreve, descreve, constrói cenários, delineia paisagens. O resto são estímulos, sinais exteriores, perspectivas de contacto, imagens.”<br /><br />Clamamos, portanto, por uma reedição.<br /><br />Urgente.<br /><br />por Cláudia Sousa Dias<br /><br />à mesa do homem só. estórias<br />A. Pedro Ribeiro<br />Silencio da Gaveta<br />2001A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-75163047747960995472011-09-24T15:05:00.000-07:002011-09-24T15:19:30.643-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiO8Laid_w-tYDU5GDvoy8GUUp0uakU0iQ0goGKI32s0JMvRjm6y1JGaI8zoH3euZm1XX4n_pFy4nu0G2hEH5IrDgtaGOa4L88NJZkMK4S0aGWpW7BBLOh5JfKXNep83feUHOviAmVe-aU/s1600/D.gif"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 248px; height: 298px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiO8Laid_w-tYDU5GDvoy8GUUp0uakU0iQ0goGKI32s0JMvRjm6y1JGaI8zoH3euZm1XX4n_pFy4nu0G2hEH5IrDgtaGOa4L88NJZkMK4S0aGWpW7BBLOh5JfKXNep83feUHOviAmVe-aU/s320/D.gif" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5656054303092586818" /></a><br />As persianas descem<br />as pessoas recolhem a casa<br />à tranquilidade do lar<br />fogem da noite<br />do fogo<br />do precipício<br />já não vivem<br />estão velhas<br />perderam a juventude<br />a celebração<br />a descoberta<br /><br />e eu aqui<br />a ler Stefan Zweig<br />"O Combate com o Demónio"<br />ardo<br />vivo por dentro<br />comungo com o sublime<br /><br />já estive na noite<br />até ser dia<br />agora repouso<br />não estou velho<br />nem perdi a magia.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-76806051611225458382011-09-24T14:48:00.000-07:002011-09-24T14:54:50.955-07:00QUINTAL<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7AOhLrz9cMgNJBXuZEbSNLggxtajgboDjOpEvxdk3wsBBN9pKfzSkI53rhh7WqWmNR6_CVHb0TxMYHnJY8yhKlZlplWbJddahETCA96xTMy2LDAkSpTuTcjA-2URQDmyMbRm8wpu-EUk/s1600/mijar.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 81px; height: 115px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7AOhLrz9cMgNJBXuZEbSNLggxtajgboDjOpEvxdk3wsBBN9pKfzSkI53rhh7WqWmNR6_CVHb0TxMYHnJY8yhKlZlplWbJddahETCA96xTMy2LDAkSpTuTcjA-2URQDmyMbRm8wpu-EUk/s320/mijar.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5656047946403281282" /></a><br />Os gatos comem<br />o sino toca<br />os pássaros cantam<br /><br />no prédio, ao fundo,<br />as mulheres<br />estendem a roupa<br /><br />já tive alucinações<br />neste quintal<br />atirava-me para o chão<br />rebolava<br />a mente possessa<br /><br />mas agora<br />os gatos comem<br />estou em paz<br />nada me perturba.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-9037936622049487002011-09-18T18:26:00.000-07:002011-09-18T18:28:29.364-07:00RUA NOVA DE SANTA CRUZ<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7P-zi0nshnsXb63XsRA4zRW0WSyM6p-osvgI1UGQ9JRuxm6pwg0WAqxSxch8t450QMPeU8weunIesbYylCaf2Xldqb2Oj9yzLL3kjL4s92SlawCNAEML0vzdusWeYtM7vHIyY_tjeCWU/s1600/profeta.gif"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 150px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7P-zi0nshnsXb63XsRA4zRW0WSyM6p-osvgI1UGQ9JRuxm6pwg0WAqxSxch8t450QMPeU8weunIesbYylCaf2Xldqb2Oj9yzLL3kjL4s92SlawCNAEML0vzdusWeYtM7vHIyY_tjeCWU/s320/profeta.gif" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5653876488872255490" /></a><br />É madrugada. Acordo na casa da Rua Nova de Santa Cruz, em Braga. A Vita olha para mim e pede-me pão. O Joaquim Castro Caldas partiu há três anos. A "Portuguesia" leva-me longe. Tenho sido mais reconhecido como diseur do que como poeta. Mas, apesar de tudo, o "Poeta a Mijar" continua em alta. Tudo seria diferente, se hoje percorresse as ruas de Braga em triunfo. Estou aqui para algo de maior, não somente para me afirmar enquanto artista. Estou a travar batalhas épicas contra mim próprio. Algo ou alguém me transmite o que escrevo. Procuro o cálice. Venho de reinos desconhecidos. Armavam-me cavaleiro. Eu era o preferido da rainha. Lancelote, o cavaleiro branco. Na Rua Nova de Santa Cruz. A mente abre-se. Quero explosões, flores. Desço às minhas profundezas. Canto. O meu canto chega aos anjos. Sou aquele que dá.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-68360135500087698062011-09-04T14:09:00.000-07:002011-09-04T14:11:25.045-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuCzdteQxhselduD_wG47xLPdrjQJjb7NQmubCjZac9oBNaaUKWMzIjOQLVFwBMDet1X_PI5O5DVsQXGUWsN2lTC_wFv2csjAtp4idn7M9OCqwHp7ruZBCfHNgIEKmLNXLNb8l4ibWPKI/s1600/campo.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 107px; height: 160px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuCzdteQxhselduD_wG47xLPdrjQJjb7NQmubCjZac9oBNaaUKWMzIjOQLVFwBMDet1X_PI5O5DVsQXGUWsN2lTC_wFv2csjAtp4idn7M9OCqwHp7ruZBCfHNgIEKmLNXLNb8l4ibWPKI/s320/campo.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5648615052195741026" /></a>
<br />Para lá de Deus
<br />o além-Deus
<br />criador e criatura
<br />passeio-me pelo mundo
<br />
<br />nunca mais ninguém
<br />me indicará o caminho
<br />nunca mais ninguém
<br />me dirá quem sou.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-11736429066624310172011-08-11T03:46:00.000-07:002011-08-11T03:51:54.316-07:00GRANDES HOMENS<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaq0_FCsXzRbeUgvS-PuvCwVgpsPfZvA5jbVNxDh6-fnpWnXs4Widrv6WS9VDDo6Ng13n5QmoyvLRkNPwopjU89fEqdMFrWjJtTE8aZwGwBEBtYZMII0TdOKHRATESgXSI3qzrFAFgGng/s1600/untitled.bmp"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 238px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaq0_FCsXzRbeUgvS-PuvCwVgpsPfZvA5jbVNxDh6-fnpWnXs4Widrv6WS9VDDo6Ng13n5QmoyvLRkNPwopjU89fEqdMFrWjJtTE8aZwGwBEBtYZMII0TdOKHRATESgXSI3qzrFAFgGng/s320/untitled.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5639549369558900674" /></a>
<br />Grandes homens
<br />estão em mim
<br />vindos do passado
<br />grandes homens
<br />erguem fogueiras
<br />trazem mulheres lindas
<br />de agora
<br />grandes homens
<br />dançam para mim
<br />mostram-me os livros
<br />contam-me os segredos
<br />grandes homens
<br />trazem mulheres
<br />com gelados
<br />e eu aqui observo
<br />guardo o instante
<br />grandes homens
<br />na avenida
<br />a cavalo.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-52867810526902211692011-08-10T04:11:00.001-07:002011-08-10T04:11:43.803-07:00ESTOU"Estou à espera de um guia que me leve pela mão" (Ian Curtis). Estou à espera de um guia que me conduza ao Graal. Ao reino da fraternidade e da abundância. Não mais esta terra inóspita. "Consegues imaginar o que será de nós, ilimitados e libertos, desesperadamente necessitados da mão de um estranho num mundo desesperado?" (Jim Morrison). Consegues imaginar-nos, ilimitados e libertos? Tens de pensar, de acreditar no reino da luz. Segue-me. Vamos ter com Zaratustra à montanha. Esquece a cidade, esquece o mercado. Vamos ver o profeta maldito. Este é o caminho que conduz a nós mesmos. Este é o caminho do solitário, do cavaleiro da demanda. É o único que tens. Já te afastaste do reino da economia e dos mercados. Talvez encontres Jesus pelo caminho. Mas Jesus não é mais do que Zaratustra. Sente o amor, companheiro. Sente o amor, aqui nas alturas. A eternidade que amo. Ilimitados e libertos, como cantou o Jim. O outro profeta. Estou a escrever o livro. Estou a escrever o livro da celebração e da vida. Não há volta a dar-lhe. Bebo o Graal com Jesus, Morrison e Zaratustra. No alto da montanha. (...) Do alto da montanha contemplo o mundo. És minha, ó eternidade! Vou escrever o livro, o grande livro que muitos lerão. Ó leão, ó menino! Desceste às profundezas de ti mesmo e agora é-te difícil regressar ao mundo da norma e do trabalho. Odeias o mundo da norma e do trabalho! Vieste para algo de diferente, algo de superior. Vieste para quebrar as cadeias. Vieste para libertar os cativos. Vieste trazer a mensagem.
<br />
<br />A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-14469726266961323352011-07-27T04:54:00.000-07:002011-07-27T05:01:37.173-07:00ELA E OS IMBECIS<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoIFiRtSdCOEQ-7NMw-UbnrbereyVhWpXDi4n0OpGkFakXXiaGTbJ2rek2aFLkbiAC8nBQ8jY2zbWFDONrQ35qeiUPHk1pb2DuwV8If_H372s7CA-IKUIpJ7fijyBRD2MN5T_7GAE52ng/s1600/ilary.bmp"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 220px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoIFiRtSdCOEQ-7NMw-UbnrbereyVhWpXDi4n0OpGkFakXXiaGTbJ2rek2aFLkbiAC8nBQ8jY2zbWFDONrQ35qeiUPHk1pb2DuwV8If_H372s7CA-IKUIpJ7fijyBRD2MN5T_7GAE52ng/s320/ilary.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5634000924670603634" /></a><br />Os imbecis continuam a espetar-me<br />a merda nos cornos<br />e ela move-se<br />entra no escritório<br />masturba-se na casa de banho<br />os imbecis atiram-me vírus<br />e ela dança<br />balança as ancas<br />põe-me doido<br />os imbecis querem-me fraco<br />e ela ri<br />enche o café<br />conta os trocos<br />os imbecis apertam o cerco<br />e ela fala<br />tira o sumo<br />dá de mamar às crianças<br />os imbecis espalham o tédio<br />e ela vai ao pão<br />sai<br />dá-me um beijo na boca.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-67516937865804355292011-07-19T15:52:00.000-07:002011-07-19T15:54:47.005-07:00O POETA E JESUS<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTpDvSn7tw9ybTUTm4qt0Fhnrl7BE2lwYi8VNO_eMNuIRa5gizP3D-rA-41yuK-E7DKOClrAWLtjoHIrexTE0Z5TJaZcaevlzbaicNbyUqUfUxFmCXTc5QlCFnu-tZDVXDMokFvQjTc-s/s1600/dellarobbia1.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 289px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTpDvSn7tw9ybTUTm4qt0Fhnrl7BE2lwYi8VNO_eMNuIRa5gizP3D-rA-41yuK-E7DKOClrAWLtjoHIrexTE0Z5TJaZcaevlzbaicNbyUqUfUxFmCXTc5QlCFnu-tZDVXDMokFvQjTc-s/s320/dellarobbia1.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5631200694559757682" /></a><br />O POETA E JESUS<br /><br />É, de novo, madrugada. O poeta arde. Não sabe se é Jesus ou se está em Jesus. Não sabe se o que está a viver é o princípio de uma alucinação ou se é algo mais, capaz de unir os povos da Terra. Tal como Jesus, o poeta quer derrubar os banqueiros e os mercados mas hesita quanto ao uso da violência. Vê as montras partidas e os carros incendiados em Paris, Roma, Atenas e acredita que a revolução passa por aí. Também Jesus apelou ao fogo e à espada. Também Jesus era provocador e insolente. "No mundo tereis aflições, mas tende confiança! Eu venci o mundo", disse. Venceremos o mundo, derrubaremos o poder. Companheiros, companheiras. Aproxima-se a hora. Contudo, o poeta ainda tem dúvidas. Teme a barbárie pura. Deseja o amor entre os homens mas odeia os governantes, os mercadores, os banqueiros. Quer um mundo novo e um homem novo despidos da moeda e da mercearia.<br />É, de novo, madrugada. O poeta arde. Não sabe se é Jesus ou filho de Jesus. A mente e o coração expandem-se. O poeta sente que está a iniciar uma nova vida. Uma vida de entrega ao próximo e ao longínquo, sem caridadezinhas. O poeta sabe que, sendo naturalmente irresponsável, tem responsabilidades. Como Nietzsche, cria, dança em redor da sabedoria. As suas palavras vão chegar mais longe. Sabe-o. Os próximos dias poderão ser decisivos. O poeta chegou onde queria. Não haverá mais escritos menores, gratuitos. O poeta é de graça e é da graça. Canta, ri. O mundo está a seus pés, tal como as mais belas das mulheres. Se bem que seja necessária alguma prudência com as mulheres. Mas o poeta começa a conhecer as mulheres. Já não é o rapaz ingénuo dos 18 anos. As ideias vêm. O cérebro quase rebenta. O poeta quer construir um mundo novo. Acredita. É isso que o distingue dos outros. Hesita entre a paz e a espada. Sabe que a morte espreita. Mas vai continuar. É para isso que veio ao mundo. Acredita. É do mundo. Vai ao fundo do ser. Vive. É. Está a chegar a hora, companheiros, companheiras. Chegou o tempo de cerrar fileiras. O poeta sabe que a manhã virá. E com ela a luz. Mas também a vida da rotina. Talvez ainda não amanhã, domingo. Mas segunda-feira. O poeta escreve e os homens dormem. Já não é Natal. O poeta nasceu outra vez. Vai pregar na praça. Vai sujeitar-se ao desprezo dos homens e das mulheres. Mas vai chegar a muita gente. Dentro e fora dos livros. O poeta é aquele que quer ser. Pensa na amada. Pensa que o amor também pode vir através da espada. Os galos cantam. Pedro não o nega. Está a escrever verdadeiramente como os mestres. É aqui que queria chegar. Ou melhor, está é uma das etapas do processo. O poeta já quase não sente medo. Prossegue. Escreve madrugada fora. Está na casa da mãe e dos irmãos. Consulta o Evangelho de João. Vive. Chama o pai. Ele ouve-o. A voz do pai ecoa na sua mente. Está em paz. Há outra vida na mente. Uma vida sem economistas nem conta-corrente.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3205552174002219716.post-50823111237498822512011-07-12T07:41:00.000-07:002011-07-12T07:43:12.335-07:00MÍTICOS<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtC-sLgRtJzLtdX6tUmU3WpHucNkVVoL0uY4JzqRWfaY7mvDMvvm5NGwSiwxbSoEf4b_LgQ3She8zgAmYLtDKFRPp1ItXDKz4bQ9N0Lwg8a0XN4hGlPyQpRrizVJGYcsNHsYA5-9YD6_A/s1600/imagesCA4AXC0L.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 275px; height: 183px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtC-sLgRtJzLtdX6tUmU3WpHucNkVVoL0uY4JzqRWfaY7mvDMvvm5NGwSiwxbSoEf4b_LgQ3She8zgAmYLtDKFRPp1ItXDKz4bQ9N0Lwg8a0XN4hGlPyQpRrizVJGYcsNHsYA5-9YD6_A/s320/imagesCA4AXC0L.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5628476411821296146" /></a><br />Jim Morrison for ever. Serão lidos poemas escaldantes dedicados ao mítico vocalista da mítica banda Doors, pelo mítico António Pedro Ribeiro. Ninguém diz poesia como ele! Rui Pedro Silva, autor do livro "Contigo torno-me real" estará presente. <br /><br />Dina Silva, Poetria.A. Pedro Ribeirohttp://www.blogger.com/profile/13636575309996057607noreply@blogger.com0