Monday, November 22, 2010
ATRAVESSO VIDAS
Atravesso vidas. A mente abre-se. Tudo parece perfeito. Nítido. Nasço outra vez. Estou aqui porque nasci. E isso é tudo. É o suficiente. Que quereis mais? Sou eu. Nasci. É isto a vida. Simplesmente a vida. Não o que trabalhais todos os dias. Mas o instante que é. O instante que agarro agora. Porra! Nada mais. Nasço. Sou a criança. O eterno retorno. Os galos cantam o Nirvana.
O Jim Morrison era alguém que estava para lá. Levou uma vida excessiva mas quase ninguém fala de que como ele era na intimidade ou que conversas tinha com os amigos do bar. Por vezes, sinto-me muito próximo dele. Acho que agora o compreendo claramente. As minhas alucinações são nietzscheanas, morrisonianas. Não tenho que seguir um partido ou uma ideologia como no passado. Tenho de ser o homem total. O homem que regressa a si mesmo e à mulher.
Ainda há pouca luz. Tenho de ocupar o cérebro. Mais uma noite em que fico sem dormir. Sem a merda do medicamento não consigo dormir. O cérebro alimenta-se continuamente. Bebe-me. Tenho de fazer um esforço para não passar para o lado de lá.
Escrevo. Sou aquele que regressa. Passei as provações, os demónios. Agora vejo a luz. Estou próximo dos santos. A mulher deu-me a mão e o amor. E agora estou mais homem, mais senhor. Acredito nos meus mestres. Nietzsche, Morrison, Miller e outros. Estou pronto a dar-me ao mundo.
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