Saturday, March 31, 2007

ODE A JIM MORRISON


ODE A JIM MORRISON

Jim. Tu és a palavra certa. A pedra exacta. E eu devo mandar foder tudo. Como tu, aos 27, em Paris. E é só rock n’ roll e a gente gosta. E é só cacau e a gente gasta.
Merda para as convenções e para os patrões! Merda para o equilíbrio, para a normalidade, para a rotina. Liberdade! Liberdade, cor de mulher. Jim. Rimbaud. Rock is not dead. Até podem fazer macaquices na electrónica, provocar-me, ameaçar-me, internarem-me num hospício, porem a polícia atrás de mim. Eu não cedo. Eu não vou morrer. Eu vou abusar sempre, António. Em busca do ritmo, da tribo, do palco. Eu nunca vou acabar. Eu sou o caos e a harmonia. A luz e as trevas. O rock e o roll.
Eu sou a merda que faço, a merda que me fazem. A estrela e o eclipse. A morte e a celebração. A ausência e a presença. O whisky e a cerveja. A união.
Eu sou a noite que alucina, o dia que principia. Eu sou este rapaz que traz a guerra e a paz…que faz a merda e o ouro…que parte o corpo e o copo…que leva o soco e dá a cara…que se mascara de santo…que sobe no canto…
Venho de anjos loucos, de reis malditos…maldição em directo…fama…alma…palco…imagem…televisão…
E depois acabar como um mendigo, como um Cristo ébrio aos pontapés pela rua…atrás da lua, enamorado dela…ninfa do mar nas rochas…iluminações…velas…tochas…andores…amores…flores…cores…coros celestiais…por mim dentro.

Vilar do Pinheiro, Setembro de 2006. A. Pedro Ribeiro.

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