Friday, December 28, 2007

GOTUCHA

Faz hoje 15 anos que nos conhecemos.

Thursday, December 27, 2007

UM POETA A MIJAR NO REAL FEYTORIA


"UM POETA A MIJAR" NO REAL FEYTORIA

O livro "Um Poeta a Mijar" (Corpos Editora) de A. Pedro Ribeiro foi lançado no passado dia 21 no bar Real Feytoria no Porto. O evento contou com a presença do autor e incluiu uma performance poético-musical, intitulada "Voyeur", do editor da Corpos, Ex-Ricardo de Pinho Teixeira, acompanhado pelos músicos Cristina Bacelar, Ironic Salazar e Pedro Romualdo.
"Um Poeta a Mijar" sucede a "Saloon" (Edições Mortas, Março de 2007), "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro" (Objecto Cardíaco, 2006), "Sexo, Noitadas e Rock n' Roll" (Pirata), "Á Mesa do Homem Só. Estórias" (Silêncio da Gaveta, 2001) e "Gritos. Murmúrios" (com Rui Soares, Grémio Lusíada, Braga, 1988). "Um Poeta a Mijar" situa-se entre o Dada, o surrealismo e o beatnick, entre o místico e o maldito, entre a solidão e o quotidiano, entre o sexo e a noite, entre o palco e a loucura. "Um Poeta a Mijar" é o poeta, algo punk, algo niilista, que mija nas instituições e no estabelecido, na Igreja e no Estado, que já deixou de acreditar nos faróis, nas sociedades ideais e alternativas, nos partidos, na moral. É também o rocker que deambula pela cidade, pelos bares, pelos cafés e que sobe ao palco em busca do Graal, de Jim Morrison, de Dionisos, de Nietzsche, do Espírito Livre. Inclui poemas como "Futebol-Dada", "Borboletas", "Mamas 2", "A Ilíada no Velvet", "A Loucura", "Dá-me Uma Mulher", "Lúcifer", "Ode a Jim Morrison", "Dyonisos The King", "The King is Not Dead", "Satã Comeu a Cortesã", "Papa-Dada", "Entre a Merda e o Ouro", "Maldoror, Meu Amor", "Prior de Sion" e "Sapataria Tony".
A. Pedro Ribeiro ou António Pedro Ribeiro nasceu no Porto em Maio de 1968. Viveu em Braga, Trofa e Porto e actualmente reside em Vilar do Pinheiro (Vila do Conde). É fundador da revista literária "Aguasfurtadas" e vocalista das bandas Mana Calórica e Las Tequillas. Diz regularmente poesia há 20 anos, tendo actuado em Agosto de 2006 no Festival de Paredes de Coura ao lado de Adolfo Luxúria Canibal (Mão Morta) e em Setembro de 2007 no Festival de Poesia do Condado em Salvaterra do Minho. Em 2004 e 2005 alguns orgãos de comunicação social noticiaram uma candidatura sua à Presidência da República pela Frente Guevarista Libertária e pelo Partido Surrealista Situacionista Libertário.

Monday, December 24, 2007

MANIFESTO ANTI-DANTAS


O meu feliz Natal existiria se meia dúzia de inconformistas se juntassem, saudando o nascer de novo, nem que fosse para a emissão de uma sonora gargalhada ao ritmo do tal manifesto anti-Dantas:

Uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d’indigentes, d’indignos e de cegos!


É uma resma de charlatães e de vendidos, e só pode parir abaixo de zero!


Abaixo a geração!Morra o Dantas, morra! PIM!


Uma geração com um Dantas a cavalo é um burro impotente!


Uma geração com um Dantas ao leme é uma canoa em seco!


O Dantas é um cigano!

O Dantas é meio cigano!



O Dantas saberá gramática, saberá sintaxe, saberá medicina, saberá fazer ceias para cardeais, saberá tudo menos escrever que é a única coisa que ele faz!


O Dantas pesca tanto de poesia que até faz sonetos com ligas de duquesas!


O Dantas é um habilidoso!


O Dantas veste-se mal!


O Dantas usa ceroulas de malha!


Não é preciso ir pró Rossio para se ser pantomineiro, basta ser-se pantomineiro!


Não é preciso disfarçar-se para se ser salteador, basta escrever como o Dantas!


Basta não ter escrúpulos nem morais, nem artísticos, nem humanos!


Basta andar com as modas, com as políticas e com as opiniões!


Basta usar o tal sorrisinho, basta ser muito delicado, e usar coco e olhos meigos!



O Dantas nasceu para provar que nem todos os que escrevem sabem escrever!




ODantas é um autómato que deita para fora o que a gente já sabe o que vai sair… Mas é preciso deitar dinheiro!


O Dantas é um soneto dele próprio!


O Dantas em génio nem chega a pólvora seca e em talento é pim-pam-pum.


Se o Dantas é português eu quero ser espanhol!


O Dantas é a vergonha da intelectualidade portuguesa!


O Dantas é a meta da decadência mental!


E ainda há quem não core quando diz admirar o Dantas!


E ainda há quem lhe estenda a mão!


E quem lhe lave a roupa!


E quem tenha dó do Dantas!


E ainda há quem duvide que o Dantas não vale nada, e que não sabe nada, e que nem é inteligente, nem decente, nem zero!



E fique sabendo o Dantas que se um dia houver justiça em Portugal todo o mundo saberá que o autor de Os Lusíadas é o Dantas que num rasgo memorável de modéstia só consentiu a glória do seu pseudónimo Camões.


E fique sabendo o Dantas que se todos fossem como eu, haveria tais munições de manguitos que levariam dois séculos a gastar.


Mas julgais que nisto se resume literatura portuguesa?


Não Mil vezes não!


Portugal que com todos estes senhores conseguiu a classificação do país mais atrasado da Europa e de todo o Mundo!


O país mais selvagem de todas as Áfricas!

O exílio dos degradados e dos indiferentes!

A África reclusa dos europeus!

O entulho das desvantagens e dos sobejos!


Portugal inteiro há-de abrir os olhos um dia - se é que a sua cegueira não é incurável e então gritará comigo, a meu lado, a necessidade que Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado!


Morra o Dantas, morra! PIM!


José de Almada Negreiros


Poeta d’Orpheu


Futurista


E Tudo

ANJOS


"Os filhos do verdadeiro Deus começaram a notar as filhas dos homens, que elas eram bem-parecidas, e foram tomar para si esposas, a saber, todas as que escolheram."
(Génesis, 6:2)

Os anjos assumiram corpos carnais e vieram à Terra para ter relações sexuais com belas mulheres. A quem mais conseguiu Satanás fazer rebelar-se contra Deus?

CÂNTICO A NIETZSCHE


CÂNTICO A NIETZSCHE

Não peças!
Nunca mais peças!
Não fales. Canta! Dança!
Ri-te na cara dos imbecis
na cara dos bancos
das multinacionais
dos senhores do dinheiro
ri-te na cara de todos
os que te votam ao desprezo
ri-te loucamente demoradamente
dança! Canta! Voa!
Meu mago doido, meu poeta!

Ri-te cinicamente sarcasticamente
na cara dos patetas
dos Estados
dos governos
dos moedeiros
ri-te longamente satanicamente
na cara de Deus
na cara do dinheiro
esborracha-lhes a cara no chão
ri-te até que caiam
até que fiquem sem nada
ri-te até ao fim
e deixa-os tremer
ri-te
e deixa-os gemer de medo, sida, frio
fá-los sentir completamente na merda
fá-los sentir
o que os teus companheiros e tu próprio
já passaram
ri-te loucamente demoradamente
e dança
dança na cara deles
dança loucamente
dança até ao fim
e fá-los cair
meu rei, meu único rei,
my king, my only king,
meu mago doido, meu poeta.

Vilar do Pinheiro/Braga, 22/23.12.2007.

Thursday, December 20, 2007

ALEXANDRE O'NEILL

Fala


Fala a sério e fala no gozo
Fá-la pela calada e fala claro
Fala deveras saboroso
Fala barato e fala caro
Fala ao ouvido fala ao coração
Falinhas mansas ou palavrão
Fala à miúda mas fá-la bem
Fala ao teu pai mas ouve a tua mãe
Fala francês fala béu béu
Fala fininho e fala grosso
Desentulha a garganta levanta o pescoço

Fala como se falar fosse andar
Fala com elegância muito e devagar.

Alexandre O'Neill

in http://porosidade-eterea.blogspot.com

Tuesday, December 18, 2007

VENHO AO CAFÉ-4


Venho ao café
os carros deslizam à chuva
o vizinho saúda-me energicamente
a noite cai

Venho ao café
as pessoas conversam
a criança ri
o rádio passa música

Venho ao café
e não sou feliz.

Wednesday, December 12, 2007

DOM QUIXOTE



Dos Líquidos

Devo dizer com orgulho que ja tive este poeta a dormir (e ressonar) na minha sala (sim, sala) depois de uma magnifica discussão politica, terminada com uma francesinha no Café novo, e que tivemos até de chamar a policia porque esta senhora que vos escreve esqueceu-se das chaves dentro de casa.
O A. Pedro dizia - calma, calma. Devia ser dos efeitos do molho picante das francesinhas...Este poema deu um grande salto, Pedro. Parabéns.


"Um Poeta a Mijar" é o título do novo livro de A. Pedro Ribeiro, publicado pela Corpos Editora. O livro vai ser lançado dia 21 de Dezembro, sexta, pelas 22, 30 horas no bar Real Feytoria, no Porto (à Ribeira). "Um Poeta a Mijar" situa-se entre o surrealismo, o dadá e o beatnick, entre a mulher e os bares, entre o palco e a loucura. "Um Poeta a Mijar" sucede a "Saloon" (Edições Mortas, 2007), "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro" (2006), "Sexo, Noitadas e Rock n' Roll" (2004), "Á Mesa do Homem Só. Estórias" (2001) e a "Gritos. Murmúrios" (1988).


BORBOLETAS


PEDRO RIBEIRO + FERNANDA PEREIRA


Borboletas na Internet disquete cassete sai e mete na Rosete que nos submete e promete ceias de Natal à entrada do centro comercial à saída do Telejornal cacetete tête-à-tête confidencial dá-me a tua morada a tua namorada o teu portal envia-me um postal uma queca no matagal uma mulher fatal e diz aos putos para parar com o cagaçal não me trates mal não me ponhas mole, ó Amaral.
Chiclete na net orgia na retrete revista coquete croquetes amor de trotinete atómica supersónica harmónica filarmónica filantrópica psicotrópica Mónica, volta aos meus braços aos meus cansaços aos meus bagaços aos meus palhaços em pedaços laços estilhaços calhamaços caracóis duquesa de Góis rouxinóis prato de rissóis cachecóis em Cascais aos casais jornais informais ais aias saias sais minerais saque no cais de embarque um traque no Iraque tic-tac xeque-mate Camarate serrote garrote pote pichote Senhora do Ó tende piedade do Tó que anda metido no pó Aniki-bobó às quartas-feiras dentro das eiras dentro das freiras dentro das frieiras na àgua das torneiras no universo dos Pereiras das colmeias e das onomatopeias ah já dá cá cara de amenduá meu xará vem cá saravá em Dakar junto ao mar
recomeçar dar as cartas cavalgar inventar assassinar penar pinar reinar alcatroar albatroz fêmea feroz fêmea atroz fêmea atrás fêmea com gás que leva e traz prazeres em ruínas suíças preguiças tesão que não sobe mulher que fode mulher que pede e escraviza e sodomiza Torre de Pisa rio Tamisa camisa falsa alça alce alface vegetal tribunal Cabral ao comité central ministros no bacanal com o teu soutien acampado na Lousã no comício do Louçã na casca da maçã a anciã masturba-se turva-se lava-se conserva-se foda-se! Latas de sardinhas minhas campainhas picuinhas lingrinhas xoninhas xanax pentax de alcoolemia cloreto de Eufémia mezinhas da Roménia Ofélia à janela Hamlet dentro dela omelete de cabidela cidadela sitiada aguarela sentinela ao relento rebento em movimento sedento sebento sardento sargento lá dentro whisky alento talento.

http://tratadodebotanica.blogspot.com

Fonte: http://tripnaarcada.blogspot.com/2007/12/obrigado-joana.html

in http://domquixote.blogtok.com

Saturday, December 1, 2007

TRIP NA ARCADA E PARTIDO SURREALISTA

Este blogue está quase paralisado. Recomenda-se http://tripnaarcada.blogspot.com ou http://partido-surrealista.blogspot.com.

LUZ


Luz! Luz! Faça-se luz!

Possuído por um deus
celebro festins interiores

Luz! luz! Faça-se luz!

Em busca de iluminações
atiro-me contra as paredes

Luz! Luz!

Pedaços de mim
esvoaçam sublimes

Luz! Luz!

Meu canto doido
para lá dos homens!

Luz! Luz!

Para lá das montanhas
para lá das cidades!

Luz! Luz!

À mesa do café
percorro eternidades

Luz! Luz!

Ao poeta das trevas
ao vagabundo das eras!

Luz! Luz!

Dá-me vinhos, licores
mostra-me a saída!

Luz! Luz!

Ilha dos amores,
minha rainha!

Luz! Luz!
Meu canto doido

e um deus
que dança
a meus pés.

A. Pedro Ribeiro, Motina/Clássico Real, 1.12.2007.