Saturday, March 29, 2008
Deslocado no espaço e no tempo. É assim que eu vejo António Pedro Ribeiro, talvez o caso mais sério da sub-cultura vilacondense e o seu mais digno representante. O Pedro sonha com revoluções movidas pelos ideais mais puros ( Che Guevara e Sandino ), e é simpatizante assumido da Insurreição Zapatista. Vê no movimento surrealista de Breton e nos poemas malditos de Rimbaud, Baudelaire e Verlaine o sustento que lhe alimenta a alma, quando muitos sequer os compreendem ou olham com desconfiança.
O Pedro é um cuspidor de palavras. Das suas palavras plenas de raiva que ecoam como bofetadas. Porque este não é o tempo do Pedro... nem o espaço. Vila do Conde é demasiado pequena para a sua poesia e Pedro sabe-o mas não desiste, porque desistir é morrer de tédio.
"Estou apaixonado pelo primeiro-ministro
Quero vê-lo num bacanal
Com todos os ministros
E todos os ministérios
A arfar de prazer
A enrabar o défice, o orçamento
O IVA, a inflação, a recessão
Ágil e empreendedor
Como um super-homem"
in Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro
Edição Objecto Cardíaco
Eu ontem vi Pedro a actuar no pequeno e simpático bar Velvet, numa performance pouco comum e acompanhado por dois excelentes guitarristas (Rui Costa e Henrique Monteiro) que reforçaram as suas palavras com distorções sujas, por vezes melancólicas, um pouco ao estilo arty nova-iorquino das grandes performances em fábricas abandonadas. E eu gostei! Gostei... muito.
Todos deviam andar bêbados por qualquer coisa, afirmou Baudelaire... e assim é António Pedro Ribeiro, bêbado da sua Arte.
SIX in VILA DO CONDE QUASI DIÁRIO.
Tuesday, March 18, 2008
LUIZ PACHECO
"Evocar Luiz Pacheco é dizer não à vidinha deprimente de todos os dias que faz vencidos, vendidos e convertidos ao império do tédio, do dinheiro, do consumo e do mercado. Evocar Luiz Pacheco é denunciar as capelinhas e as honrarias literárias. É celebrar a liberdade, o espírito livre, que se coloca à margem, que caga nos políticos postiços, nos moralistas de esquerda e de direita. É dizer que é possível dizer não à norma e às convenções, à merda instituída através da via libertina e libertária de Sade ou de Henry Miller. É acreditar que a provocação e a subverção constantes revelam o homem autêntico, generoso, puro. É celebrar o grande escritor, a literatura que se confunde com a vida. É dizer que a vida não é a vidinha, que há espaço dentro do homem onde a liberdade é livre."
Monday, March 17, 2008
ULTRA-SOCIÁVEIS
Sunday, March 16, 2008
AS CONVERSAS DO MUNDO
Wednesday, March 12, 2008
Thursday, March 6, 2008
Sunday, March 2, 2008
O DINHEIRO A MIRAGEM AS FORMAS DE NÃO CAIR. CADA PALAVRA É UM ABISMO VERTICAL. O HORIZONTE NUNCA VENCE.
Somos responsáveis polos nossos actos
O dinheiro é apenas um ser inerte, uma construção humana.
Nós usamos e usamos o dinheiro
O dinheiro é apenas uma miragem
O dinheiro não existe
Nós é que somos capazes da luz capazes do ar capazes do vento
capazes de arder no silêncio dos dias
e na multiplicação das horas pode uma rosa cair no interior da sombra
e fazer-nos acreditar na culpabilidade das cousas
mas toda crença provém de um antiquíssimo medo herdado de geração em geração
desde o princípio dos tempos.
não. o dinheiro não existe. o dinheiro não é o inimigo.
somos pássaros a atravessarmos as rotas escuras na combustão da Terra.
precisamos é deste instante. o futuro é agora. o futuro é um instante em silêncio.
o futuro nunca é um talvez.
precisamos é de mãos sobre os sonhos, mãos sobre a vida.
Somos o fundo das formas e no fundo existimos,
e, desconhecendo esse fundo, vamos de encontro às sombras para nos fundirmos com elas,
órbitas sempre escuras nas imagens do Mundo.
mas o nosso corpo é sem limites
o nosso rosto é sem olhos
temos alma e não temos alma, não temos Deus e construímos o Deus.
mas para que construirmos nada?
o dinheiro é uma escusa. somos nós. o vento, as palavras.
nós somos toda resposta possível. o dinheiro não é o inimigo.
toda escusa virá acompanhada de culpa sobre as cousas, sobre as outras, sobre os outros, sobre nós.
mas nós somos a resposta.
nós somos a resposta.
XAVIER VÁSQUEZ FREIRE
Somos responsáveis polos nossos actos
O dinheiro é apenas um ser inerte, uma construção humana.
Nós usamos e usamos o dinheiro
O dinheiro é apenas uma miragem
O dinheiro não existe
Nós é que somos capazes da luz capazes do ar capazes do vento
capazes de arder no silêncio dos dias
e na multiplicação das horas pode uma rosa cair no interior da sombra
e fazer-nos acreditar na culpabilidade das cousas
mas toda crença provém de um antiquíssimo medo herdado de geração em geração
desde o princípio dos tempos.
não. o dinheiro não existe. o dinheiro não é o inimigo.
somos pássaros a atravessarmos as rotas escuras na combustão da Terra.
precisamos é deste instante. o futuro é agora. o futuro é um instante em silêncio.
o futuro nunca é um talvez.
precisamos é de mãos sobre os sonhos, mãos sobre a vida.
Somos o fundo das formas e no fundo existimos,
e, desconhecendo esse fundo, vamos de encontro às sombras para nos fundirmos com elas,
órbitas sempre escuras nas imagens do Mundo.
mas o nosso corpo é sem limites
o nosso rosto é sem olhos
temos alma e não temos alma, não temos Deus e construímos o Deus.
mas para que construirmos nada?
o dinheiro é uma escusa. somos nós. o vento, as palavras.
nós somos toda resposta possível. o dinheiro não é o inimigo.
toda escusa virá acompanhada de culpa sobre as cousas, sobre as outras, sobre os outros, sobre nós.
mas nós somos a resposta.
nós somos a resposta.
XAVIER VÁSQUEZ FREIRE
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