O DINHEIRO A MIRAGEM AS FORMAS DE NÃO CAIR. CADA PALAVRA É UM ABISMO VERTICAL. O HORIZONTE NUNCA VENCE.
Somos responsáveis polos nossos actos
O dinheiro é apenas um ser inerte, uma construção humana.
Nós usamos e usamos o dinheiro
O dinheiro é apenas uma miragem
O dinheiro não existe
Nós é que somos capazes da luz capazes do ar capazes do vento
capazes de arder no silêncio dos dias
e na multiplicação das horas pode uma rosa cair no interior da sombra
e fazer-nos acreditar na culpabilidade das cousas
mas toda crença provém de um antiquíssimo medo herdado de geração em geração
desde o princípio dos tempos.
não. o dinheiro não existe. o dinheiro não é o inimigo.
somos pássaros a atravessarmos as rotas escuras na combustão da Terra.
precisamos é deste instante. o futuro é agora. o futuro é um instante em silêncio.
o futuro nunca é um talvez.
precisamos é de mãos sobre os sonhos, mãos sobre a vida.
Somos o fundo das formas e no fundo existimos,
e, desconhecendo esse fundo, vamos de encontro às sombras para nos fundirmos com elas,
órbitas sempre escuras nas imagens do Mundo.
mas o nosso corpo é sem limites
o nosso rosto é sem olhos
temos alma e não temos alma, não temos Deus e construímos o Deus.
mas para que construirmos nada?
o dinheiro é uma escusa. somos nós. o vento, as palavras.
nós somos toda resposta possível. o dinheiro não é o inimigo.
toda escusa virá acompanhada de culpa sobre as cousas, sobre as outras, sobre os outros, sobre nós.
mas nós somos a resposta.
nós somos a resposta.
XAVIER VÁSQUEZ FREIRE
Sunday, March 2, 2008
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1 comment:
gosto muito.
bjo
até à próxima noite de poesia.
CSD
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