Monday, February 1, 2010

TÉDIO, ABORRECIMENTO


Tédio, aborrecimento
eis o que me dais!
Desço à cidade, à populaça
e não ouço nada de novo
sempre as mesmas palavras ocas
negócio, mercado, lucro,
trabalho, família
eis as vossas preocupações
eis o que sois
nem uma só palavra
de elevação
até os poetas estão castrados
que pobreza esta!
Onde está o Homem?
Onde está o homem livre
que cria e ri?

Viveis do tédio
viveis da morte
vegetais
não, não sou vosso
sou de graça
sou da Graça
digo o que me apetece
o que me dá na real gana
não me envenenais
com as vossas missas
não me atingis
com as vossas pestes
não sou vosso
não obedeço
não desfaleço
afasto-me da praça
da populaça
sou maldito
acredito
numa outra vida
num outro homem
acredito na liberdade.

2 comments:

João Pereira said...

"Amo os que não procuram por detrás das estrelas uma razão para morrer e oferecer-se em sacrifício, mas que se sacrificam pela terra, para que ela um dia pertença ao super homem"

A. Pedro Ribeiro said...

é isso, amigo.