Thursday, June 16, 2011

NO CAFÉ DA SÓNIA


Regresso a Braga, ao café da Sónia. Tenho em mim a maldade. Na sexta destilava ódio, virei-me contra a Gotucha. Estive a um passo de pontapear o bebé no carrinho na Avenida. Não posso continuar assim. Sou um mau rapaz. Não me sai da cabeça o António. O Mick Jagger está vivo. O rock n' roll também. Agora sim, começo a ter uma reputação. É natural que falem de mim na rua, nos cafés, nos bares, nas minhas costas. A actuação no Campo Alegre afinal foi um sucesso, apesar das velhas. Começo a ter um nome. Não posso tomar certas atitudes em público. "Growing up in Public", como dizia o Lou Reed. Loucuras em palco. Tudo bem. Mas não me atires o ódio, Gotucha. Começo a não suportar a pop bem-comportadinha. Só gosto da Lady Gaga e da Lady Baba. Sou dadá. Quero a Lady Baba. A Lady Baba absolutamente selvagem. Apetece-me apalpar as boazonas na rua, chupar-lhes as mamas. Sem me tornar femeeiro como o Strauss-Kahn. Ando com excesso de testoterona. Quero a Lady Baba. Sou dadá. Quero a Lady Baba. Há quem me acuse de misogenia. Penso que isso não sou. A verdade é que mudei muito nos últimos 21 anos. Era um santo. Agora não sou. Ou então sou um santo de outra maneira. Como Nietzsche. Também é certo que quando estou empenhado na revolução não distingo os homens das mulheres. Mas continuo a ir aos site porno visitar a Minka e a Lisa Lipps. Sou um aventureiro, como diz a Helena Isabel, mesmo que às vezes seja excessivamente prudente. Se não fosse essa prudência, onde estaria agora? Agora permaneço aqui nas piscinas, no café da Sónia, quase às moscas. Faltam 10 dias para receber o cacau. Que vou fazer? Dormir até lá? Os gajos falam de futebol, para variar. Quero uma mulher fora da televisão. Quero uma mulher que me ame e não me deixe. Quero uma mulher para passar o Verão. Quero uma mulher até mais não.
Os cafés às moscas. A Sónia a jogar. As gajas da TV a provocar, a porem-me doido. Ser quem sou, o que já fui. Tantas horas. Andar atrás da Glória. E ela vem, certas noites, certos dias. Não mais. Ir à procura. EStar na demanda. Entregar as armas para depois voltar ao combate. Ser o louco que dança. Ser o ser que provoca. Agitação, propaganda. Estás a ficar careca atrás, menino. EScrita automática. És quem és, nada mais.

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