Friday, October 30, 2009
MANIFESTO DOS 39
Saturday, July 14, 2007
ARTE E VIDA
MANIFESTO DOS 39
António Pedro Ribeiro
"Desejar a arte como uma Helena a que se tivesse direito". "Para poderem viver, os gregos criaram os deuses. O mesmo instinto que exige arte para a vida, que exige a arte que é o encanto que nos impele a continuar a viver", escreveu o poeta e filósofo Nietzsche ("O Crepúsculo dos Ídolos").
É a arte que justifica a vida, mas não a arte ao serviço do poder, das OPAS do Berardo, não a arte transformada em mercadoria. Falamos da arte enquanto criação, do artista enquanto mago, enquanto visionário, enquanto poeta. "A música é a tua amiga única", cantou Jim Morrison. A arte implica uma ruptura com o capitalismo, com o mercantilismo, com o racionalismo. "Só é poeta o homem que possui a faculdade de ver os seres espirituais que vivem e brincam em torno dele", acrescenta Nietzsche. O artista-criador tem visões, iluminações. Como vive na sociedade capitalista tem a tarefa dolorosa de ir contra a parede, de afastar a ideologia dominante que nos impinge as leis do mercado, do tédio, do governo, dos partidos, do poder, do salve-se quem puder. O artista tem de andar à deriva, de caminhar sem direcção determinada, como dizem os situacionistas. Esse caminho tem um preço: a solidão. Mas como escreveu Nietzsche, "os grandes homens estão condenados à solidão". E Léo Ferré acrescenta: "o artista aprende a sua profissão no inferno".
A linguagem do poeta-mago nada pode ter a ver com a eficácia, com a com a competição, com a competividade mas sim com a liberdade absoluta, com a "liberdade cor de homem", de que falam os surrealistas. Viver é criar.
NÃO DORMI PUTO
Não dormi puto. Estou cheio de speed. Ouço vozes. Falo com as pessoas mesmo que estas não estejam presentes. Mas não estou com alucinações. Ontem vi a Glória. amei-a, forniquei-a, levei-a comigo até ao inferno. Já não sou o homem à mesa. Sou muito mais do que isso. Sou o sangue que inaugura. O cavaleiro que demanda o Graal.
Agora os meus olhos vêem claramente. As letras. Sou um enviado dos céus. Trago a criação e a loucura. São 8:30. Os outros dormem. Eu trabalho. Vou escrevendo estas merdas enquanto ouço os Doors. O Jim deve andar satisfeito comigo. Não dormi puto. Estou aqui. Este é o novo dia. O dia em que os anjos vêm ter comigo. O dia em que o dinheiro vai acabar. O dia em que vou fazer a revolução. Este é o dia. Já ninguém me pára. A Câmara da Póvoa vai ser ocupada pelo PSSL. António Pedro Ribeiro vai ser, de novo, candidato à Presidência da República.
Agora os meus olhos vêem claramente. As letras. Sou um enviado dos céus. Trago a criação e a loucura. São 8:30. Os outros dormem. Eu trabalho. Vou escrevendo estas merdas enquanto ouço os Doors. O Jim deve andar satisfeito comigo. Não dormi puto. Estou aqui. Este é o novo dia. O dia em que os anjos vêm ter comigo. O dia em que o dinheiro vai acabar. O dia em que vou fazer a revolução. Este é o dia. Já ninguém me pára. A Câmara da Póvoa vai ser ocupada pelo PSSL. António Pedro Ribeiro vai ser, de novo, candidato à Presidência da República.
Thursday, October 29, 2009
TODO O AMOR
Todo o amor do mundo
todo o amor que os bancos e as bolsas e o capital
nos negam
todo o amor que morre na intriga
na inveja e na ganância
todo o amor que os políticos e os financeiros
e os economistas nos negam
todo o amor que morre na família
no trabalho, na rua
todo o amor do mundo
todo o amor da mulher e da criança
todo o amor que não se vende
que não se compra
que não se enterra na merda
todo o amor
de todos os lugares
de todos os séculos
todo o amor
de todas as almas
de todos os corações
todo o amor
de todos os que resistem
e reinventam o amor
em que cada dia que passa.
Vilar do Pinheiro, 11.7.2009
A VIDA É DE GRAÇA
A vida foi-me dada gratuitamente
pelos meus pais
não tenho de pagá-la
não me conformo a ser governado
por bolsas, bancos, estatísticas e contabilistas
que nada me dizem
nem sequer tenho conta no banco.
Não nasci para isto
não sirvo para isto
largai-me, ó democratas do rebanho
largai-me, ó burocratas do partido!
O meu partido é o partido da vida
não aguento mais os vossos discursos
não aguento mais as vossas falinhas mansas
ficai na vossa
ficai na fossa
que eu fico na minha
Não sou colectável
não sou rentável
não sou mercadoria
largai-me, ó merceeiros
largai-me, ó trapaceiros
largai-me, ó economistas
estou farto das vossas teorias, dos vossos
gráficos e das vossas curvas
podeis ir todos dar uma curva!
Estou farto desta merda!
A vida só pode ser gratuita
quero gozá-la livremente
quero curtir a minha gaja
não tenho que vos pedir licença
não tenho de vos adular
não tenho que vos pagar a ponta de um corno
não pago!
Recuso pagar a minha vida
rejeito a mera sobrevivência
não tenho de trabalhar para ninguém
a vida é de borla
como quando nasci
porque raio não hei-de querer a gaja
que está à minha frente?
Porque raio não posso amá-la?
Há alguma lei que o impeça?
Tuesday, October 27, 2009
QUEIMAI O DINHEIRO
A Biblioteca Municipal José Régio vai acolher, na próxima sexta-feira, a apresentação do livro “Queimai o Dinheiro! “.
A obra da autoria de António Pedro Ribeiro, vai ser apresentada por valter hugo mãe e alguns dos poemas serão lidos pelo próprio poeta, natural do Porto mas a residir em Vilar do Pinheiro no concelho de Vila do Conde.
Além de “Queimai o Dinheiro!”, António Pedro Ribeiro é autor de outras quatro obras e já participou em várias revistas e colectâneas.
“Queimai o Dinheiro!” é uma mescla de poesias e prosas que falam do dinheiro elevado a deus supremo, do homem reduzido às operações da bolsa e do mercado mas também do amor e da liberdade como últimos redutos da subversão.
A apresentação do livro está agendada para as 21h30.
www.radiolinear.com
A obra da autoria de António Pedro Ribeiro, vai ser apresentada por valter hugo mãe e alguns dos poemas serão lidos pelo próprio poeta, natural do Porto mas a residir em Vilar do Pinheiro no concelho de Vila do Conde.
Além de “Queimai o Dinheiro!”, António Pedro Ribeiro é autor de outras quatro obras e já participou em várias revistas e colectâneas.
“Queimai o Dinheiro!” é uma mescla de poesias e prosas que falam do dinheiro elevado a deus supremo, do homem reduzido às operações da bolsa e do mercado mas também do amor e da liberdade como últimos redutos da subversão.
A apresentação do livro está agendada para as 21h30.
www.radiolinear.com
Tuesday, October 20, 2009
CARTAS DE HENRY MILLER A ANAIS NIN
Não serve a palavra para ser guardada em tábuas de pedra nem para ser aprisionada dentro da capa de um livro. A palavra é luz e a verdade torna-se carne. É incorruptível. A procura da imortalidade através da arte mais não é do que o reconhecimento dos poderes da morte. (...) O maior livro que algum dia se escreveu mal consegue dar realidade a um fragmento mínimo da real emoção do artista.
Os mesmos obstáculos que se põem à escrita são os que se põem à vida. A razão porque é mau usar a vontade é a mesma porque não se deve forçar a escrita. A harmonia que permite o acto livre é a mesma que dá ao escrever a fluidez e a liberdade.
É a condição habitual do escritor: dá corda a si próprio e deixa-se ir por aí fora.
(O artista) deveria manter sempre o seu génio em funcionamento. Não deveria, nos intervalos, transformar-se em idiota, como acontece com muitos de nós.
A última coisa que passa pela cabeça dos artistas é interrogarem-se sobre a razão daquilo que fazem: Porque é que escrevo? Haverá uma necessidade profunda de o escrever? Servirá para alguma coisa, trará algum proveito? Trará alguma alegria?
Friday, October 16, 2009
JESUS
As multidões seguiam Jesus de cidade em cidade durante o seu ministério, e, uma ou duas vezes, os Evangelhos relatam que o povo desejava fazer dele o seu rei. Mas a ação que levou à sua prisão imediata pelas autoridades em Jerusalém foi a derrubada das mesas dos mercadores no Templo de Jerusalém durante o festival da Páscoa judaica. Todos os anos, judeus de todas as partes do Império dirigiam-se a essa cidade para fazer ofertas no Templo. A atitude que Jesus tomou, espalhando moedas do Império por todo o chão do Templo, foi um ataque radical ao sistema religioso formado pelos sacerdotes e aos saduceus, a elite que colaborava com as autoridades romanas para manter a tranqüilidade e a ordem na província.
Wednesday, October 14, 2009
IRMANDADE DAS MULHERES
Uma a uma, mulheres como você estão despertando para a realização da beleza inerente da irmandade dotada em nós desde o nascimento. Abraçamos a verdade inegável de que tudo na Terra nasce do feminino. Nós estamos nos dedicando a esta verdade assim poderemos ajudar a dar nascimento aos sonhos da humanidade.
Como uma mulher disse:" Por favor, por favor, mulher, levante-se perante mim em toda sua glória para que eu possa me levantar perante você em toda minha glória." Este era o sincero, apelo apaixonado de uma pessoa idosa que compreende a ligação profunda entre a irmandade e a inteligênciasábia do princípio feminino, que vê a outra mulher como partes iguais do todo.
A Irmandade de Todas as Mulheres na Terra ama e estima você incondicionalmente . Incentiva você para a completa autoestima de seus valores presentes e talentos e para expressar sua sabedoria pessoal e a visão.
A Irmandade de Todas as Mulheres na Terra importa-se profundamente que você honre a si mesma. Como as mulheres saem de nossa desconfiança e separação de um outro, nós achamos que apesar da diversidade de cada aspecto de nossas vidas, em um nível profundo de sinceridade nós compartilhamos nossas maiores necessidades e interesses.
Nós achamos que nenhuma mulher quer viver em um mundo de violência de abuso. Nenhuma mulher quer um lugar inseguro, inseguro para suas crianças, e crianças das suas crianças.
Nenhuma mulher quer que o ar seja inrespirável, a água seja impossível de beber, a Terra seja impossível de viver. As mulheres querem ser ouvidas e respeitadas quando dizem " NÃO" às coisas que comprometem nossa integridade. As mulheres querem andar em equilíbrio e igualdade com nossas contrapartes masculinas.
Todas as mulheres querem sentir-se inteiras e saudáveis e capazes de rir com alegria a cada dia de nossas vidas. Por que nós sonharíamos por algo menos? Por que nós não iriamos querer expressar o saber mais profundo de dentro de nós? Por que não é natural que nós desejemos fazer a vida mais fácil e mais encantadora para os outros? Por que nós não iriamos querer autorizar a criar, com nossa grande imaginação, um céu aqui na Terra?
Nós todas nos originamos da mesma Fonte Criativa: nossa incrível, fértil e amorosa mãe. Está dentro de nós, e se nós não compartilharmos seu coração e sua visão, quem compartilhará? Se não agora, quando?
Da mais alta montanha ao mais baixo estado de desespero, nós podemos ajudar uma à outra recordando que nós estamos aqui e que nós nos importamos profundamente. Conectando com cada uma, nós incentivamos a consciência da verdadeira ligação que nós temos uma com a outra, e toda a vida em toda parte irá se beneficiar disto. É mágica. Bem vinda a Irmandade de Todas as Mulheres na Terra.
No espírito da verdade, Em nome do amor, Suas irmãs e amigas,
Uma Mulher
O SAGRADO FEMININO
A CULPA FEMININA NA CRIAÇÃO
“Jesus disse-lhes: E se lhes disserem de onde vieram, digam-lhes: Viemos
da luz, do lugar onde a luz surgiu por si."
Evangelho de Tomé
Autor: José Laércio do Egito
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Nosso propósito básico nessa palestra é mostrar que a mulher foi execrada há milênios pelos manipuladores das Escrituras Sagradas. Queremos mostrar que existe um protagonista, um vilão, que embora oculto aos olhos das pessoas, mesmo assim, ele deixa laços em todos os tempos e lugares visando, se não impedir, pelo menos, dificultar o desenvolvimento espiritual da humanidade. Um dos meios foi desvirtuar a Trindade através da eliminação da polaridade feminina. Queremos revelar que não foi a mulher quem deu chance à entrada do mal no contexto da criação, pois na verdade ela não tem culpa alguma.
Mas, como consciência manifesta, aquela força negativa tende a ocultar a sua própria natureza e por isso é que em todos os momentos da história humana ela sempre está procurando apagar os caminhos que possam levar a pessoa ao conhecimento da verdade, ou seja, à “gnosis” e assim torná-la conhecida e devidamente colocada no lugar de origem do mal. Pela “gnosis” (gnosis = conhecimento) a pessoa toma ciência dos meios de atuação daquela força, da maneira de ser dela, e assim, pelo conhecimento a respeito dela, da sua natureza, tornar mais fácil a pessoa evitar os seus laços tentadores.
Um dos meios usados pela força negativa para esconder o processo da criação foi apagar a existência de um Poder Superior transcendente ao Universo, visando trazer o Cosmo para um nível em que ela pudesse se situar como deus e ao mesmo tempo esconder a verdade. Um dos seus propósitos foi tirar da Trindade a polaridade feminina, pois isto equivale a esconder o lugar onde aquela força negativa estivera no processo da creação, e para isso dificultar o entendimento sobre a existência de uma polaridade dentro da Trindade. Por isso aquela força procurou apagar o lado feminino[1] da criação. Apagando este lado da criação, havendo somente o lado masculino, e aquela força sendo da polaridade feminina, torna-se mais disfarçável, mais oculta a sua responsabilidade.
Neste Ciclo de Civilização no planeta Terra, onde primeiro se fez sentir essa manobra de ocultamento do lado feminino foi na religião hebraica através de Jeová. Em todas as “manifestações” de Jeová aos patriarcas em nenhum momento foi dada ênfase à mulher, nenhuma profetisa, ou matriarca, é mencionada, contrastando isso com todas as grandes religiões de todas as épocas.
Os hebreus retiraram o lado feminino da criação. Mesmo havendo eles vivido no Egito por muito tempo, e consequentemente havendo tido contacto direto com todas as religiões egípcias que tinham em suas trindades o lado feminino, mesmo assim a religião hebraica não incorporou a Deidade Feminina. Todas as cosmogonias, todas as doutrinas que não são oriundas do Velho Testamento admitem a Deidade Feminina, tanto as religiões nativas e primitivas quanto as mais metafisicamente elevadas.
Pela força de um arquétipo feminino, já nos primeiros séculos, os cristãos começaram a endeusar Maria Santíssima. Essa tendência tornou-se tão intensa que ocasionou quase uma insurreição popular durante o Concilio de Éfeso, ocasião em que o tema “Maria Mãe Santíssima” estava sendo debatido. Na realidade aquele movimento nada mais era do que uma tendência à reabilitação da “Deusa Mãe” através de Maria, o lado feminino da Trindade, pois que na Trindade de Atanásio Pai e Filho eram masculino e o Espírito Santo neutro.
O Dogma da Imaculada Conceição, de certa forma, foi criado como uma forma encontrada pelo Cristianismo Ortodoxo para acalmar os ânimos dos cristãos que exigiam uma Divindade Feminina. Posteriormente esse panteão foi enriquecido com grande número de “santas”, contrastando com o Cristianismo ortodoxo primitiva que não mencionava qualquer mulher no lugar de Santa.
Até mesmo algumas escolas gnósticas cometeram esse mesmo engano. Vejamos em síntese o que aconteceu no seio do gnosticismo. Nos primeiros anos do Cristianismo mesmo alguns apóstolos ofereceram resistência em aceitar o apostolado feminino. Documentos encontrados em Nag Hamadi mostram que houve forte reação contra Maria Madalena, ao ponto de André e o próprio Pedro tentarem desacreditá-la quando ela afirmou estar recebendo ensinamentos diretamente de Jesus.
No Evangelho de Tomé consta: Simão Pedro disse aos discípulos - “Que Maria se afaste de nós, pois as mulheres não são dignas da Vida”.
No período antecedente ao I Concílio de Éfeso a maioria dos cristãos já tinha Maria como uma “Deusa”, possivelmente uma conseqüência da força do arquétipo feminino no contexto da criação.
O dogma da Imaculada Conceição, que não é exclusivo da igreja católico-romana, teve o propósito de evitar a crítica de ser considerada uma religião unipolar, machista, por não ter uma representação da polaridade feminina em seu panteão. Uma deidade feminina como era aceito pela totalidade das grandes religiões de todas as épocas e que atendia a um forte ímpeto da natureza humana.
Na realidade não existe uma mulher assim como um homens na Trindade e sim potencialidades polarizadas.
As religiões em cujo panteão em que é mencionado o nome de uma virgem esta não é nenhuma mulher, é uma pura abstração, o Nóumeno. ••.
Vemos com esta palestra a razão pela qual a mulher é colocada num plano de inferioridade na maioria das religiões ocidentais têm como base o Judaísmo exotérico.
A força negativa sendo de polaridade negativa e responsável pela penetração do mal no contexto da criação do mundo, como forma de camuflar-se induziu a que fosse retirado o lado feminino da criação. A partir do Concilio de Éfeso a Igreja colocou Maria como “Mãe de Deus”, porém novamente ela foi retirada quando houve o cisma na Igreja Católica originando-se as religiões protestantes.
Naquele trabalho de camuflagem, feito por inspiração através dos séculos, excluindo o lado feminino na Trindade, nas religiões oriundas do Cristianismo Ortodoxo e mesmo do Judaísmo anteriormente, a culpa pela “desobediência” foi atribuída à Eva e não a um dos componentes da Tríade Superior como na realidade correu.
A responsável pela “queda” do ser humano atribuída injustamente à Eva deu margem a um desvio doutrinário, especialmente de conduta dos cristãos o que levou Pelágio a efetivar protestos e contestações o que acabou ocasionando os Sínodos de Jerusalém e de Lydda e o Concilio de Cartago no ano 416 em que Pelágio foi condenado por heresia. Mesmo depois daquele concílio o reflexo da questão ainda se fez intenso no Concilio Plenário de toda a África ocasionado no ano 418.
Autor: José Laércio do Egito - F.R.C.
email: thot@hotlink.com.br
Tuesday, October 13, 2009
A NOITE MORRE
A NOITE MORRE
A noite morre
Aos poucos
No café das conversas
Um aquecedor protege-me do frio
E os homens que bebem pedem rissóis
Ao som de música minimal repetitiva
A noite morre
À minha mesa
Enquanto o estalajadeiro conta os trocos
Que caem da máquina do tabaco
Que o Governo quer abolir
A noite morre
Mas ainda há gente que ri
Gente que se cruza e encontra e desencontra
E freaks a entoar cânticos futebolísticos
Ah! E depois sou eu que sou esquizofrénico
Sou eu o doido
Fechado no manicómio
No meu condomínio fechado
E a noite morre na cidade.
(poema de A. Pedro Ribeiro)
in http://quintasdeleitura.blogspot.com
A noite morre
Aos poucos
No café das conversas
Um aquecedor protege-me do frio
E os homens que bebem pedem rissóis
Ao som de música minimal repetitiva
A noite morre
À minha mesa
Enquanto o estalajadeiro conta os trocos
Que caem da máquina do tabaco
Que o Governo quer abolir
A noite morre
Mas ainda há gente que ri
Gente que se cruza e encontra e desencontra
E freaks a entoar cânticos futebolísticos
Ah! E depois sou eu que sou esquizofrénico
Sou eu o doido
Fechado no manicómio
No meu condomínio fechado
E a noite morre na cidade.
(poema de A. Pedro Ribeiro)
in http://quintasdeleitura.blogspot.com
Saturday, October 10, 2009
AINDA DO HOMEM À MESA
(AINDA) DO HOMEM À MESA
Para a Gotucha
O homem à mesa
regressa à mesa
tem um artigo de opinião
publicado no jornal
cuidado, minhas senhoras!
O homem á mesa
é anti-capitalista
o homem à mesa
nada tem a perder
parece inofensivo
com os seus livros,
os seus papéis
mas o homem à mesa
tem relações com os zapatistas
o homem à mesa
só vem fazer tempo
à mesa
o homem à mesa
tem outras missões
outras tarefas
que não cabem à mesa
mas o homem à mesa
não deixa de ser
o homem à mesa
tem umas linhas para escrever
uns textos para ler
umas gajas para micar
o homem à mesa
fala pouco sem cerveja
dizem que é simpático
bondoso até
mas tem um semblante triste
o homem à mesa
às vezes tem ataques de loucura
não se escandalize, D. Rosa
o homem à mesa
não é o que aparenta
não é só serenidade
não é só sinceridade
não é só ternura
o homem à mesa
é um passado
já o diz a Gotucha.
Friday, October 9, 2009
Saúde Mental
Todos os anos 15 por cento dos portugueses desenvolvem uma doença psiquiátrica
09.10.2009 - 11h49 Lusa
Todos os anos, 15 por cento dos portugueses desenvolvem uma doença mental. Muitos deles têm de ser tratados nos centros de saúde por falta de capacidade de resposta dos serviços especializados, segundo o coordenador nacional para a saúde mental.
“Há um número tão grande de pessoas com estas perturbações que é impossível os serviços especializados assegurarem a responsabilidade de todas essas situações”, disse Caldas de Almeida em entrevista à Lusa, a propósito do Dia Mundial da Saúde Mental, que se assinala sábado.
Por outro lado, adiantou, há pessoas que têm um acesso mais fácil aos cuidados de saúde primários ou que, que pelas características específicas daqueles serviços, encontram respostas que “são até melhores do que a nível dos serviços especializados”.
Este ano, o Dia Mundial da Saúde Mental é subordinado ao tema “Saúde mental nos cuidados primários: Melhoria do tratamento e promoção da saúde mental”. “É bom que os cuidados de saúde primários tenham uma intervenção significativa no campo da saúde mental e que haja uma articulação efectiva”, defendeu o coordenador do Programa Nacional da Saúde Mental.
Questionado sobre a prevalência das doenças psiquiátricas na população portuguesa, o responsável adiantou que não existe actualmente qualquer estudo epidemiológico sobre o assunto, situação que estará ultrapassada em breve. Segundo Caldas de Almeida, foi iniciado um estudo que dará resultados “dentro de poucos meses”.
“Com os dados que nós temos de estudos mais parcelares e da extrapolação feita a partir de países com características semelhantes, nós sabemos que há seguramente 15 por cento da população portuguesa geral que, em cada ano, tem uma doença mental de qualquer tipo”, sublinhou. A depressão é uma das patologias de maior prevalência em Portugal, mas há outras situações, como os quadros de ansiedade, abusos de álcool, problemas das crianças e adolescentes, entre outras, acrescentou.
Fazendo um balanço da aplicação do Plano Nacional de Saúde Mental, o responsável adiantou que ainda há muito por fazer, mas lembrou que é “um plano até 2016”. “Não estou totalmente satisfeito, porque as carências são muitas, mas acho que no espaço de mais de um ano foram dados passos muito importantes”, sublinhou.
Um dos aspectos mais importantes do plano, segundo o responsável, é “completar a rede de serviços locais de saúde mental com serviços de boa qualidade e com uma capacidade, cada vez maior, de oferecer programas modernos, sobretudo para os doentes mentais graves”. “Já estão aprovados projectos e cativadas verbas para a criação destes serviços locais”, avançou, enumerando alguns serviços que abriram desde o ano passado nos hospitais de Almada, Tomar, Torres Vedras e Caldas da Rainha.
Destacou ainda a importância dos cuidados continuados de saúde mental, com a criação de residências, centros de reabilitação e equipas de intervenção domiciliária. “Foi aprovada no início de Setembro pelo Governo a legislação que regulamenta as condições de funcionamento destas novas estruturas para as quais existe já um plano para ser implementado até 2016”, acrescentou.
Todos os anos 15 por cento dos portugueses desenvolvem uma doença psiquiátrica
09.10.2009 - 11h49 Lusa
Todos os anos, 15 por cento dos portugueses desenvolvem uma doença mental. Muitos deles têm de ser tratados nos centros de saúde por falta de capacidade de resposta dos serviços especializados, segundo o coordenador nacional para a saúde mental.
“Há um número tão grande de pessoas com estas perturbações que é impossível os serviços especializados assegurarem a responsabilidade de todas essas situações”, disse Caldas de Almeida em entrevista à Lusa, a propósito do Dia Mundial da Saúde Mental, que se assinala sábado.
Por outro lado, adiantou, há pessoas que têm um acesso mais fácil aos cuidados de saúde primários ou que, que pelas características específicas daqueles serviços, encontram respostas que “são até melhores do que a nível dos serviços especializados”.
Este ano, o Dia Mundial da Saúde Mental é subordinado ao tema “Saúde mental nos cuidados primários: Melhoria do tratamento e promoção da saúde mental”. “É bom que os cuidados de saúde primários tenham uma intervenção significativa no campo da saúde mental e que haja uma articulação efectiva”, defendeu o coordenador do Programa Nacional da Saúde Mental.
Questionado sobre a prevalência das doenças psiquiátricas na população portuguesa, o responsável adiantou que não existe actualmente qualquer estudo epidemiológico sobre o assunto, situação que estará ultrapassada em breve. Segundo Caldas de Almeida, foi iniciado um estudo que dará resultados “dentro de poucos meses”.
“Com os dados que nós temos de estudos mais parcelares e da extrapolação feita a partir de países com características semelhantes, nós sabemos que há seguramente 15 por cento da população portuguesa geral que, em cada ano, tem uma doença mental de qualquer tipo”, sublinhou. A depressão é uma das patologias de maior prevalência em Portugal, mas há outras situações, como os quadros de ansiedade, abusos de álcool, problemas das crianças e adolescentes, entre outras, acrescentou.
Fazendo um balanço da aplicação do Plano Nacional de Saúde Mental, o responsável adiantou que ainda há muito por fazer, mas lembrou que é “um plano até 2016”. “Não estou totalmente satisfeito, porque as carências são muitas, mas acho que no espaço de mais de um ano foram dados passos muito importantes”, sublinhou.
Um dos aspectos mais importantes do plano, segundo o responsável, é “completar a rede de serviços locais de saúde mental com serviços de boa qualidade e com uma capacidade, cada vez maior, de oferecer programas modernos, sobretudo para os doentes mentais graves”. “Já estão aprovados projectos e cativadas verbas para a criação destes serviços locais”, avançou, enumerando alguns serviços que abriram desde o ano passado nos hospitais de Almada, Tomar, Torres Vedras e Caldas da Rainha.
Destacou ainda a importância dos cuidados continuados de saúde mental, com a criação de residências, centros de reabilitação e equipas de intervenção domiciliária. “Foi aprovada no início de Setembro pelo Governo a legislação que regulamenta as condições de funcionamento destas novas estruturas para as quais existe já um plano para ser implementado até 2016”, acrescentou.
Saturday, October 3, 2009
JOSÉ MIGUEL SILVA
Pago os meus impostos, separo
o lixo, já não vejo televisão
há cinco meses, todos os dias
rezo pelo menos duas horas
com um livro nos joelhos,
nunca falho uma visita à família,
utilizo sempre os transportes
públicos, raramente me esqueço
de deixar água fresca no prato
do gato, tento ser correcto
com os meus vizinhos e não cuspo
na sombra dos outros.
Já não me lembro se o médico
me disse ser esta receita a indicada
para salvar o mundo ou apenas
ser feliz. Seja como for,
não estou a ver resultado nenhum.
José Miguel Silva, in Ulisses Já Não Mora Aqui, &etc., Março de 2002, p.28.
retirado de http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com
o lixo, já não vejo televisão
há cinco meses, todos os dias
rezo pelo menos duas horas
com um livro nos joelhos,
nunca falho uma visita à família,
utilizo sempre os transportes
públicos, raramente me esqueço
de deixar água fresca no prato
do gato, tento ser correcto
com os meus vizinhos e não cuspo
na sombra dos outros.
Já não me lembro se o médico
me disse ser esta receita a indicada
para salvar o mundo ou apenas
ser feliz. Seja como for,
não estou a ver resultado nenhum.
José Miguel Silva, in Ulisses Já Não Mora Aqui, &etc., Março de 2002, p.28.
retirado de http://universosdesfeitos-insonia.blogspot.com
OLHO PARA AS LOIRAS
Olho para as loiras
a ver se a vida vem
olho para as loiras
e descarrego a caneta
olho para as loiras
e até gosto da minha letra
olho para as loiras
e quero que elas venham
olho para as loiras
e só quero trocar ideias
olho para as loiras
e o mundo não muda
olho para as loiras
e falo
à Joaquim Castro Caldas
olho para as loiras
e deixo-me ir na onda
olho para as loiras
e não saco nada.
Piolho, 2.10.2009
Thursday, October 1, 2009
SUPER-HOMEM
Escrevo ao ritmo do mundo
ao ritmo da Terra
estou em paz com os elementos
sou xamã
sou a voz dos deuses e dos espíritos
percorro mares e desertos
alcanço paisagens nunca alcançadas
Sou o canto das aves e das sereias
sou aquele que renasce e ressuscita
que esteve com Cristo, Merlin e Zaratustra
que bebeu o Santo Graal
sou o super-homem
o poeta que reinará
sobre a Terra
sou Quixote
a lutar contra os moinhos
sou Artur de Camelot
sou todos os vencidos
que hão-de vencer
sou a àgua dos rios
sou o poema que não acaba
a canção que não se cala
o ouro todo do mundo.
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