Sunday, November 29, 2009

SONHO

Sonho. Desperto. Sonho de novo com traições e caídas em desgraça. Eu próprio sou acusado de traição aos meus ideais. Depois acordo sobressaltado com o aparelho, nos braços da menina. São 6:30 da manhã. Não está ninguém no facebook. Está frio. Ouço New Order. Tenho de escrever mais e mais para chegar onde quero. O António disse-me para ir com calma. É sempre o mesmo sonho das traições, da subida aos céus e da queda em desgraça. Deve ter uma explicação. Antes sonhar do que alucinar. Quer dizer, dentro de certa perspectiva. Está frio. A minha mãe faz anos.

Wednesday, November 25, 2009

GLÓRIA

Minha rainha. Guia-me. Dá-me forças. estou a ficar sem pedal. Leva-me até ao fim. Glória. Glória. O mundo a nossos pés. Amo-te. Procuro-te na noite. Entre as putas da rua e as rainhas da cidade. Glória. Quero-te tanto. Que não te aguento. Vou até ao fim entre as tuas pernas. A cona. O sangue. A glória. Eis o que me interessa. Poeta maldito que vem das trevas. Pernas abertas. Meu amor. Meu amor. Foda. Foda. Vamos até ao fim como o Jim. Amanhã vamos às putas.

MINHA RAINHA


Acabo de vir do Púcaros. Já estoirei metade do cacau que trouxe do Campo Alegre. Tinha umas dívidas. Mas sinto-me excepcionalmente bem. Mesmo em cima. Ao som dos Led Zeppelin. Toda a força anímica. Vou continuar por aqui agora. Vou continuar por aqui até ao fim. O Artur Queiroz não me publicou o texto. Fica a pr´´oxima. Continuamos a puxar pelo Graal e pelo Quinto Império. Continuamos a curtir a noite. Poderíamos ter ido às putas mas não fomos. Paciência. Vamos continuar a gozar com esta merda toda. O que importa é o imaginário, o que importa é a alma. Não é o dinheiro. Não é a matéria. O que importa é a LIBERDADE. A puta da liberdade. É isso que nos mantém vivos, inteiros, divinos. Vamos prosseguir viagem. Vamos até ao fim. Vamos estoirar com esta merda toda. Que se fodam os polícias! Vamos partir os vidros dos carros de madrugada. Anda apanhar-me, ó Macedo Vieira! Anda chupar-me, ó Macedo Vieira! Não tenho medo de ti nem dos teus chefes. Não tenho chefes e quero que os chefes se fodam. Vamos incendiar o dinheiro tudo do mundo. Vamos incendiar-lhes os bancos, as bolsas e a puta que os pariu. Já nada tememos. Só andamos por aqui. A escrever de madrugada. Ao som dos Led Zeppelin. Não suportamos o caramelo que anda sempre a fazer-se às meninas. Já gostamos da mesma há 17 anos. E ela continua na Madeira. Pode ser que agora venha ter comigo. Comprar roupa nos shoppings. É de ti que gosto, Gotucha. É de ti que gosto, Goreti. Não fujas de mim agora. EStamos juntos. Juntos no Graal. Juntos por Portugal. Nada nos irá afastar agora. És a rainha dos meus sonhos. És o que há de mais puro. És a minha rainha até ao fim dos tempos.

O REI ARTUR


O REI ARTHUR E OS CAVALEIROS DA TÁVOLA REDONDA
O Mago Merlin

Há muitos e muitos anos, as ilhas Britânicas eram uma terra conhecida como Logres, rebatizada para Bretanha, em virtude da chegada dos romanos. Como era comum no seu império, Roma começou o processo de colonização da ilha, a lei e a ordem instalaram-se em sua nova colônia. Junto com o progresso, vieram também a religião cristã e seus inevitáveis conflitos com os povos pagãos, cujas crenças acreditavam nos espíritos da terra.
Com a queda do império cerca de 400 anos depois, os romanos abandonaram a ilha, deixando à margem uma ampla vantagem para piratas europeus dominarem o território. Embora líderes se opusessem aos invasores, seu poder de revide não era suficiente. Feudos foram criados, e o povo sentia cada vez mais uma necessidade de alguém, um rei que pudesse unificar as ilhas e trazer novamente a prosperidade e à paz. No meio de todos estes conflitos surgia um jovem de nome Uther, que começava a reunir forças contra o rei Vortigen, que manipulava saxões e dinamarqueses ao seu favor em troca da exploração da terra. Sua fama se espalhou e os feudos aos poucos iam juntando-se a seu reinado, e a Bretanha dava sinais de prosperidade futuramente.
Dentre os que não acatavam autoridade real estava o Duque de Tintagil, da Cornualha. Uther Pendragon fez-lhe uma proposta de paz, e o duque veio até o seu castelo para acertar os detalhes desse acordo. Levou consigo sua mulher, Igraine, que era muito bonita. Tão bonita que o rei se apaixonou por ela.
Antes que as negociações chegassem a um bom termo, o Duque de Tintagil notou a paixão de Uther por Igraine e, temendo enfrentar os cavaleiros do rei pela honra de sua mulher, resolveu partir com ela e seus homens, quando o rei soube de sua partida, se enfureceu e o chamou de volta sob ameaça de que na negativa, deflagraria a guerra. Com a resistência do Duque o rei ficou ainda mais irado e travou uma batalha feroz em que muitos morreram de ambos os lados.
Uther era auxiliado por um conselho de reis e cavaleiros, mas Merlin era o principal de todos eles e o ajudava em muitas ocasiões, inclusive a aproximar-se daquela que seria sua futura esposa, a Duquesa Igraine, do condado da Cornualha. Uther matou o duque com a ajuda de Merlin, para que não caísse em seus ombros a culpa do crime, com a promessa de que quando se deitasse com a duquesa, ela conceberia um filho que deveria ser entregue a ele assim que nascesse para que ele o criasse e educasse.
Não foi difícil ao rei jurar a Merlin que assim seria feito, pois seu amor por Ingraine era imenso.
Embora tudo florescesse como um novo amanhecer para as ilhas, logo após o menino nascer e receber o nome de Arthur, Merlin o chamou e o fez cumprir a promessa.
O mago foi direto em sua colocação: sabia que o fim de Uther estava próximo, e temia pela vida do jovem Arthur. Tomado por grande dor, Uther concordou em que Merlin escondesse seu filho, para que pudesse reclamar o trono quando fosse chegada a hora. Não tardou até que Uther fosse acometido de uma febre que lhe ceifara a vida. Seus homens passaram a duelar entre si, e os saxões, contemplando o novo caos que se instalava, trouxeram seus exércitos, e conquistaram mais e mais postos. Arthur fora entregue sob os cuidados de Sir Hector, um nobre cavaleiro e tomado como filho adotivo.
O tempo passou e cerca de dezoito anos depois, surge Merlin dos vales profundos da região de Gales, fazendo um caminho reto até Londres. Ao chegar, mandou uma mensagem ao arcebispo da Cantuária, que um novo rei estava para surgir, e ele seria ainda mais glorioso que Uther sequer imaginaria ser. Dias de paz se aproximavam e todos os nobres deveriam comparecer à catedral no dia do nascimento de Cristo para saber quem ele seria. E o prestígio de Merlin era tamanho que ninguém, pagão ou cristão era louco o suficiente para desfazer de suas palavras. No dia marcado, todos se encontravam dentro da catedral quando ao sair encontraram uma espada incrustada numa pedra com os seguintes dizeres:
"Aquele que arrancar da pedra essa espada será o legítimo rei de toda a Bretanha".
E eis que muitos tentaram e nenhum deles conseguiu. Indagavam entre si quem seria capaz de fazê-lo. Merlin sugeriu um torneio, a ser realizado no ano novo, para facilitar a procura. Logo a notícia se espalhou e cavaleiros de todas as localidades convergiam até Londres, na esperança de ser aquele que conseguiria realizar a façanha. Sir Hector também viera para o torneio, e trouxera Arthur, que servia de escudeiro para Kay, seu irmão adotivo. Com o torneio prestes a começar, Kay notara uma falha imperdoável: na pressa de competir, esquecera sua espada na estalagem onde estavam. Pediu a Arthur que fosse buscá-la sem demora, mas qual a surpresa do jovem e encontrar o local fechado, sem ninguém para abri-lo. No caminho de volta, Arthur encontrou a espada enterrada na pedra, e na pressa de ajudar Kay, não pensou muito: desceu do cavalo, puxou a espada sem muito esforço e, sem ter tempo para ler o que estava escrito na pedra, voltou rapidamente o torneio.
Kay, ao ter a espada em mãos logo a reconheceu, e um tumulto formou-se. Ninguém acreditava que Arthur, um menino, conseguiria fazer tamanha façanha. Voltando ao local, depositaram a espada novamente em seu lugar e todos tentaram, mais uma vez, um a um. Somente Arthur foi capaz de fazê-lo, mais uma vez, e quantas vezes foram necessárias até que o povo o aclamasse rei, e os demais, vendo que não poderiam governar com a antipatia do povo, reconheceram como Rei de toda a Bretanha.
Para governá-la, era preciso unificá-la. Arthur, reino após reino, ia juntando aliados, derrotando inimigos e trazendo paz e esperança. Uma ordem formou-se no dia de seu casamento – A Ordem da Távola Redonda – reunindo os melhores cavaleiros de todo o reino. Juntos eles aumentavam ainda mais a popularidade e o senso de justiça do Rei Arthur. Não tardou para que a Bretanha atingisse sua meta de unificação, e o rei só não ousou adentrar mar adentro e conquistar outras terras, pois temeu por traição.
Manter a paz era mais difícil do que conquistá-la, principalmente com conspiradores dentro do reino. Um de seus opositores era a sua Morgana, sua meia-irmã. Ela, e mais o ócio a que os cavaleiros se submeteram após a unificação das ilhas levou-os a um ostracismo tamanho, no qual intrigas da corte – o amor de Lancelot pela Rainha Guinevere, o desaparecimento de Merlin – contribuíram, para que em algum tempo, cada um tentasse rebuscar uma glória que não existia mais. A busca pelo Santo Graal – o cálice que Cristo usou em sua última ceia – foi uma tentativa nobre pelos fins, mas jamais pelos meios. Incontáveis cavaleiros perderam suas vidas nesta busca, e assim que Galahad, filho de Lancelot conseguiu arrebatá-lo, o reinado de Arthur e a ordem da Távola não passavam de simples fantasmas. A decadência tomou conta da terra que um dia se chamou Logres.
Em batalha com seu filho Mordred, Arthur foi mortalmente ferido, e então, de forma tão majestosa como aparecera, desapareceu dos olhos humanos numa barca em direção à Avalon, uma terra mágica de onde lhe fora confiada Excalibur, a mais poderosa de todas as espadas.
Em seu lábio, uma promessa. A de voltar quando sua terra necessitasse.
Não foi o fim da lenda. Mas o começo.
E no túmulo que ele foi supostamente enterrado lê-se o epitáfio:
Aqui jaz Arthur, rei que foi - rei que será.

SILVIA TREVISANI

Monday, November 23, 2009

MORTE AO CAPITALISMO, ÀS BOLSAS E AO MERCADO!

Morte ao capitalismo, às bolsas e ao mercado! O Deus-dinheiro comanda as nossas vidas, dá cabo das nossas relações, destrói a vida. O Deus-dinheiro, aliado às bolsas e ao mercado, promove a morte, a competição, o passar por cima do parceiro do lado, o salve-se quem puder. A linguagem do Deus-dinheiro é a linguagem dos economistas, dos gráficos, dos orçamentos, das percentagens. A linguagem do Deus-dinheiro reduz o homem a mercadoria, a número, a vegetal. Urge acabar com o capitalismo antes que o Deus-dinheiro nos destrua a todos.

Friday, November 20, 2009

O DIA TRIUNFAL


O DIA TRIUNFAL

António Pedro Ribeiro


Estou em Braga e este é um dia triunfal, um dos mais felizes da minha vida. Tenho apenas uns trocos mas sou feliz. Abençoado por Zaratustra e pelos pássaros da manhã. Sou a criança sábia. Estou a regressar á infância. Não tenho de fazer pactos com a social-democracia nem com os Sócrates deste mundo. Não tenho de me ajoelhar diante do grande capital ou dos senhores do dinheiro. Sou um homem livre. Escrevo o que quero. Assumo o que quero. Sou o que quero. Nem sequer preciso de Deus, caro padre Mário. Basta-me o Jesus que expulsou os vendilhões do templo. Expulsar os vendilhões do templo, é isso que temos de fazer agora. Expulsar os senhores do dinheiro, do poder e da vida. Expulsá-los da vida. Eis a nossa missão na Terra. Demandar o Graal, o sagrado feminino, o amor das mulheres. Não devemos nada a ninguém. Entraremos na casa das pessoas como Jesus e Sócrates. Sem dinheiro. Somos deuses. Comportamo-nos como reis no mundo do dinheiro, da intriga, da mercearia. Não podemos ser iguais aos outros. Nascemos de graça, na graça do divino. Nascemos e vivemos na dádiva, no coração, no espírito. Somos absolutamente livres. Amamos a eternidade do instante. Por isso, às vezes somos doidos, completamente fora. Não temos limites. Não somos formatados pela tradição ou pelo medo. Dançamos na corda-bamba de Nietzsche. Provocamos como Debord, como os surrealistas, como os dadaístas. Gozamos com o quotidiano imbecil dos outros porque queremos provocá-los, trazer-lhes a luz. E é a luz que vemos neste momento. A luz que queremos trazer aos outros, aos que ainda não estão completamente mortos para a vida. É a vida que queremos, não a vidinha das trocas, do mercado e do tédio. Sentimo-nos iluminados mas não somos mais do que os outros. Apenas diferentes. E exigimos sermos respeitados como tal. Somos do mundo. Deste mundo e não do outro. Profundamente deste mundo. "Humanos, Demasiado Humanos". Desde a infãncia que pensamos mais do que os outros, que questionamos mais do que os outros, que observamos a realidade mais do que os outros. Nascemos com um dom. Já atravessamos muitos desertos, muitas idades de dor mas agora estamos curados. Estamos de volta á Idade do Ouro dos anos 80 e 90. Mas mais sábios, mais purificados, mais livres. Estamos prontos para enfrentar a cidade. Chegàmos à idade de passar a mensagem. Este é o poema. O poema em prosa que há muito queríamos escrever. O poema bendito e maldito. O início do novo livro. O livro que pretende mudar a face da Terra. O livro que se dirige ao mundo. O livro que escrevo com o meu próprio sangue.

Thursday, November 19, 2009

MENINA LINDA


MENINA LINDA

Menina linda
Que estás ao balcão
Menina linda
Que varres o chão
Menina linda
Que vens
Sorris
E mostras a pele
Menina de mel
Por quem suspiras
No moinho de pedra
No castelo da Escócia?

Quando olho para ti
Vejo o mar
Vejo o amor
Menina-amor
Menina-flor

PROFETA DA REBELDIA


Escrevo. São seis da madrugada. Não consigo dormir. Escrevo o que vem do coração. Sou Jesus. Sou Morrison. Sou Nietzsche. Amo a Humanidade. A Humanidade despojada de Poder e de Dinheiro. O meu único poder é o poder da palavra. Ultimamente tenho feito os outros rir. Se calhar, tenho de virar o disco. Cantar o caos e o amor. Este será um grande dia. Se não adormecer entretanto percorrerei as ruas de Braga manhã cedo. Percorrerei as ruas de Braga em busca de glória. Percorrerei as ruas de Braga e amarei o humano dos homens e das mulheres. O humano que resta nos corações dos homens e das mulheres. E levarei comigo o padre Mário. O livro do padre Mário, o "Novo Livro do Apocalipse ou da Revelação" faz-me renascer como o "Plexus" de Henry Miller. Já não sou o mesmo. Tenho mesmo uma missão na Terra. Escreverei livros e levarei a mensagem seja onde for. "Queimai o Dinheiro" já é um sinal, "Da Merda até Deus" será outro. Mas tenho de publicar as minhas prosas. Neste tom profético que já tem sido publicado na "Voz da Póvoa". Acredito no Homem, sou forçado a acreditar no Homem como Che Guevara acreditava. Não tenho nada a perder. Este é o caminho que tenho de seguir. Não há aqui dogmas, não há meias-palavras, não há cedências ao capitalismo ou ao Grande Irmão. Eu, António Pedro Ribeiro, 41 anos, renasço esta madrugada. Abençoado pela luz do padre Mário Oliveira. Abençoado pelo palco e pelos aplausos. Fascinado pela demanda do Graal, que é a mulher, que é Madalena. Eu, António Pedro Ribeiro, 41 anos, declaro-me revolucionário, filho das flores e do Maio de 68. Amante da Paz e da Liberdade. Poeta do caos e do amor. Profeta da rebeldia.

Wednesday, November 18, 2009

IGUAIS AOS DEUSES




IGUAIS AOS DEUSES

António Pedro Ribeiro


Acordo de madrugada. Penso que sou um rei em cima do palco. As mulheres acham-me piada e riem-se para mim. Ontem só bebi cinco cervejas. Tenho bebido muitas mais noutras noites. Pensava que depois de ter ido ao Campo Alegre as mulheres bonitas me viriam dar beijos na boca. Afinal, não. É a mesma rotina de sempre. É como um gajo em frente ao computador a teclar. Terei algo que os outros não têm. Ando na demanda do Graal, procuro os moinhos de Quixote. A anarquia vem ter comigo. Estou mesmo muito bem disposto. Poderia ter conversas espirituosas com muita gente. Fá-los-ia rir. Pelo menos não ando para aí a partir os vidros dos carros. O que até nem era má ideia. Anjo em chamas. Por onde andas? Por aí, atrás da minha loucura. Os meus berros são de louco. Cambaleio pelo palco. Faz-me falta o Henrique. Ando a ouvir as canções todas das Las Tequillas no youtube. Diz a palavra. Quero ir para o palco. O meu reino por um palco. A plateia aborrece-se, entendia-me. Sempre as pessoas normais a fazer as coisas normais. Sempre as pessoas a dizer avé-maria ao chefe, ao Sócrates, ao Cavaco. Sempre atrás do dinheiro e do estatuto social. Sempre fechadas na família. Sempre a fingir que estão bem. Sempre a criticar o parceiro do lado. Não! Não é isso que quero. Afastei-me dessa via. Não sou mesquinho, não sou merceeiro. Estou do lado da liberdade. Do lado do criador. Do bailarino. Vim para aqui de graça para criar. Assim devo continuar. Assim é o Artista. Provoco os outros. Faço-os rir. Para isso vim ao mundo. Nada a fazer. A vida não é só comer, beber e sacar dinheiro. Estamos aqui para algo de muito mais alto, de mais sublime. Estamos aqui para sermos iguais aos deuses.

in http://quintasdeleitura.blogspot.com
fotografia de Pat

Tuesday, November 17, 2009

TODO O AMOR


Todo o amor do mundo
todo o amor que os bancos e as bolsas e o capital
nos negam
todo o amor que morre na intriga,
na inveja e na ganância
todo o amor que os políticos e os financeiros
e os economistas nos negam
todo o amor que morre na família
no trabalho, na rua
todo o amor do mundo
todo o amor da mulher
e da criança
todo o amor que não se vende
que não se compra
que não se enterra na merda
todo o amor
de todos os lugares
de todos os séculos
todo o amor
de todas as almas
de todos os corações
todo o amor
de todos os que resistem
e reinventam o amor
em cada dia que passa.

Friday, November 13, 2009

Custa a levantar-me. A menina bonita está sempre na arrecadação. Fui ao meu amigo barbeiro desfazer a barba. SEmpre que vou ao meu amigo barbeiro sinto-me melhor. Falamos das coisas do mundo. Tenho de fazer os deveres de alemão. Estou entusiasmado com a leitura do padre Mário. Quase que acredito no Jesus dele.

Thursday, November 12, 2009


Amo-te de olhar para ti à mesa
amo-te de olhar para ti quando ris
quando falas
quando mascas chiclete
e olhas para a criança
amo-te só de olhar para ti
mas não sabes
estás no teu mundo
na família
nunca falarei contigo
mas tu falas
róis as unhas
olhas para a TV
és linda
sorris
tens o teu mundo
tão longe do meu
dá-me uma palavra
uma só palavra
toda a alegria do mundo
está em ti.

COMO NIETZSCHE


Hoje faço como Nietzsche
saio de casa cedo
dou uns passeios matinais
páro nos cafés
leio e escrevo
percorro a cidade
é esta a vida do filósofo e do poeta
de vez em quando encontra uns conhecidos
troca umas palavras
vai até ao liceu onde estudou
está em obras
observa os bracarenses que entram
de "Correio do Minho" na mão
lembra-se da mãe
que também é daqui
não ouve o telemóvel
com o ruído dos clientes
são 11:30
levo a vida que Nietzsche levava
~escrevo textos proféticos
e poemas
tenho livros nas livrarias
há quem os compre
não me posso queixar
estou perto do cume
falta-me escrever um grande livro
um livro que fique para a História
já tenho umas prosas soltas
estou como Nietzsche
escrevo, leio
dou uns passeios matinais
sou um espírito livre
e a mais não sou obrigado.


Braga, "Brasileira", 9.11.2009

Tuesday, November 3, 2009

ADOLFO SIMÕES MULLER

Malditos poetas | Adolfo Simões Müller

Malditos poetas, que disseram tudo
e tudo tão bem dito!

Malditos poetas, que me deixam mudo,
sem um ai, uma súplica ou um grito!

Raios os partam, cada qual maldito!

Malditos, que roçaram no seu voo,
com asas de veludo
o infinito!

Malditos poetas: Eu os abençoo…

Adolfo Simões Müller

Monday, November 2, 2009

SÓ BEBER


Só beber
nem sequer escrever
limitar-me a estar ao balcão
a observar o patrão
e as garrafas expostas
as gajas lá fora
a falar das merdas de sempre
o bigodes a bocejar
em frente á TV
anda para aqui, querida,
sentar-te no meu colo
leva-me para tua casa
onde estás só
podemos até curtir
depois da glória
o mundo parece parado
ontem numa noite
ganhei o que muitos
não ganham num mês
essa é que é essa
só beber
nem sequer escrever
vou até ao fim
ninguém me acompanha
sou o rei
o messias
desta terra
escrevo, bebo
e tu és boa
dizes "até logo!"
e és boa
o homem cheio de tédio
ao balcão
e eu aqui
é só beber
nem sequer escrevo
é só levar o copo à boca
é esse o meu desporto
não faço maratonas
nem ginástica
é só levar o copo
á boca
que se foda!
Já faço muito
já fiz muito ontem
e até já posso dizer
que sou uma estrela
pelo menos por uns dias
depois se verá.

DA CARLINHA-CARLA OM

zzzzzz merda segunda feira ... ! que dia mais estranho ... de qualquer forma so trabalho de vez em quando o antonio pedro ribeiro do partido surrealista é anti trabalho divergimos, já por mim acho que o trabalho desenvolve a criatividade ... claro uma comunidade de poetas e artistas para o pedrocas com muitas bejecas e muito vino maduro tinto à mistura :) ! vá lá passem no voodoo e acabem de ler o conto, espero que tenham curtido pelo menos a mim, deu me muito prazer escrevê-lo ... hoje flutuo numa realiadde intensa viva o outono tanta folha no chão ... fica exótico o meu irmao gosta das cores do outono ... nada de depresses com a chuva que cai torrencialmente como ontem ... o dia dos mortos ... não sou católica apesar de ter sido baptizada uma escolha minha posterior nao compactuo com uma religiâo narcotizante ... no vaticano toda a gente vive bem demais luxo e ostentação ainda me tentam convencer de que é um refugio espiritual ... pois pois querem é grandes banquetes à custa do povo que dorme ... um amigo acha que o povo não quer ser educado ... acho que os musicos deviam invadir as ruas de outdoors provocatórios há tanto para resolver ... intervir action ! responsabilidades naturais de fazer esta merda toda progredir ...

boa semana!!! e sff deiam notícias .... quanto a mim ´já estou em estágio para blasted mechanism que vêem duma dimensão cósmica ... a criatividade e a imaginação deles remetem nos para realidades paralelas ...!!! vai ser brutal !

beijinho
fiquem bem (talvez um atentado no vaticano não ia mal ... acabar com aquela gente toda .. tou a brincar mas às vezes penso nisso ... sou a favor da recuperação do ser humano com visitas familiares se a familia os quiser ver ...nogeira !)

carla em alucinação !!!