Wednesday, January 20, 2010

ZARATUSTRA


Acabo de ler o "Assim Falava Zaratustra" pela quarta vez. A minha mente e o meu espírito dão voltas. Uma vez mais. Percorro eternidades. Espero a Alexandra. Sinto-me mais sábio, mais senhor. Um homem mais completo. Porque é da construção do homem de que fala Nietzsche. Do homem que não está no mercado. Do homem que, como Platão, considera o comércio e a acumulação de bens e de dinheiro actividades desprezíveis. Aliás, para o filósofo grego essas actividades estavam reservadas às classes inferiores, seja lá o que se entende por isso. O homem, o verdadeiro homem, o homem nobre está, de facto, para além do que vem nas notícias. O homem é um mundo. O homem é capaz de amar e de odiar, de criar e de destruir. Mas a ideologia e a praxis capitalista, combinadas com a tradição judaico-cristã, conduzem-no ao servilismo, à intriga, à inveja, fazem dele o homem pequeno, a gentalha, o macaco que mercadeja dinheiro, poder, influências. Nós estamos aqui para enriquecer o homem, para aumentar a vida, como diz Henry Miller, para tirar o homem do mercado, para fazê-lo rir e voar. Ri-vos, homens superiores, com desprezo na cara do mercado e do capital! Aprendei a rir! Ri-vos, com desprezo, na cara dos financeiros, dos senhores da bolsa e dos pregadores da morte! Sede homens autênticos, construí a vida, afastai-vos da morte da finança e do cálculo contabilístico! Amai a vida, preparai os vossos filhos. Amai as mulheres.

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