Tuesday, April 17, 2007

AO PRIMEIRO






02. Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro . A. Pedro Ribeiro


Manifestos do Partido Surrealista Situacionista Libertárion.º na colecção: 2data de edição: Fevereiro de 2006ISBN: 972–8983–05-0n.º de págs: 56pvp. 8,075€ + iva = 8,50€
No passado ano de 2005 A. Pedro Ribeiro (Porto, 1968) manifestou-se contra tudo e contra todos, chegando a alardiar uma candidatura à Presidência da República para abanar consciências e reclamar lugar para a liberdade mais absoluta. Estabelecendo uma relação com a poesia equivalente à do militar com seu arsenal e estratégias, o autor faz da palavra uma arma inesgotável e vê no capitalismo o inimigo público número um. Politicamente incorrecto, A. Pedro Ribeiro com o seu manifesto incondicional é ainda um artista, conferindo aos textos um espaço de acção que a arte solidifica e ratifica. Realidade ou encenação, A. Pedro Ribeiro é tanto personagem dos seus escritos quanto a sociedade contemporânea que retrata. Para doer ou divergir, esta é a expressão de ruptura de quem, há meses atrás (Julho de 2005), publicou o seguinte «Manifesto dos 37»:«Aos 37 anos, José Mário Branco escreveu o “FMI”. Aos 37 anos, apetece-me dizer com os situacionistas que “nada queremos de um mundo no qual a garantia de não morrer de fome se troca pelo risco de morrer de tédio” (Raoul Vaneigem, A Arte de Viver para a Geração Nova).Apetece-me dizer com André Breton que “a ideia de revolução é a melhor e mais eficaz salvaguarda do individuo” (“La Révolution Surrealiste”, nº4). Apetece-me estar com a subversão. Com a crítica radical à ditadura do consumível, da mercadoria, do quantitativo, do défice. Apetece-me estar do lado da liberdade, da liberdade absoluta contra a ilusão da liberdade de compra e venda, da sobrevivência, da “sobrevida” que substitui a vida, do quotidiano insuportável, do tédio.Apetece-me estar com os poetas malditos. Com Rimbaud, com Baudelaire, com Nietzsche, com Sade, com Lautréamont a infernizar tudo quanto é direitinho, conforme às normas, castração.Apetece-me estar contra todas as formas de autoridade, opressão e dominação.Apetece-me estar do lado da rebelião.Apetece-me dizer que já pouco acredito nos partidos, mesmo nos de esquerda. Que lutar por lugares dentro da democracia burguesa é aceitar como irreversível a democracia burguesa e, portanto, afastar totalmente do horizonte a revolução, mesmo que se continue a falar na construção da sociedade socialista. E não há transições pacíficas para o socialismo. Como escreve António José Forte (António José Forte, Uma Faca nos Dentes):”Que diálogo pode haver entre o condenado à morte e o carrasco que o conduz ao patíbulo?”.Apetece-me dizer que acredito na poesia e no amor como formas sub-versivas. Que acredito em actos provocatórios, em agitações espontâneas que ridicularizem o instituído, no terrorismo poético. Que a criatividade é o último reduto da rebelião.»

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