Monday, April 2, 2007

NO QUARTO CRESCENTE

Viagem em Quarto Duplo

António Pedro Ribeiro/Rui Sousa

José Azevedo Nóbrega é o pseudónimo literário de Francisco Gonçalves, autor dos livros de poesia "A-Mei-O-Tempo" (Edições Apalavrados, 2005), "A Boca na Mão" (2003) e "Agueirinho" (Edições Silêncio da Gaveta, 2000), que tem prevista para 2007 a edição de "Viagem em Quarto Duplo". Azevedo Nóbrega nasceu há 49 anos em Vila Marim (Vila Real) mas há nove anos que está radicado na Póvoa de Varzim.
O poeta está na génese das célebres "segundas-feiras de poesia” do Café Pinguim, no Porto, ao lado de Joaquim Castro Caldas. Para Azevedo Nóbrega, o "Pinguim" teve uma importância enorme, pois gerou "um movimento de pessoas que veio dar um impulso a uma nova maneira de dizer poesia. Para o autor, a poesia não exige necessariamente a solidão, "mas a solidão pode levar à poesia. Quando a estrada é luminosa o sonho pode concretizar-se. A poesia tem muito de sonho, de realidade, mas sobretudo de imaginação", acrescentou. Fica também sempre a memória da infância: "à medida que vou envelhecendo vou tendo uma memória cada vez mais acesa do crepitar das ideias infantis, da ligação à terra. Há um certo saudosismo", explicou. O poeta mostra-se particularmente revoltado com a destruição da natureza. "Estamos numa sociedade de consumo, dos detritos e do desperdício. Esta imundície choca-me. É o próprio planeta que se revolta, que vomita vulcões, tempestades, tsunamis, furacões. É a Terra a revoltar-se contra a indignidade com que o Homem a trata. Está tudo ligado desde o buraco do ozono, ao efeito de estufa, aos incêndios florestais, aos altos preços do petróleo até aos lobbies farmacêuticos", esclareceu.O livro que está prestes a sair, "Viagem Em Quarto Duplo" é, segundo o poeta, mais marcado pela simplicidade. "O processo de escrita implica um trabalho mais burilado e exigente. Ainda estou a anos-luz de atingir o estado de graça. O talento precisa de ser trabalhado", confessou. É um livro sequencial, contínuo, que conta uma estória, através do Douro e das viagens reais de comboio entre Vila Real, Régua, Pocinho, Moncorvo e Duas Igrejas que se cruzam com viagens de avião. Para José de Azevedo Nóbrega, a poesia corresponde à plenitude, ao belo, ao encantamento, mesmo quando se utilizam palavras ou expressões violentas

in www.vozdapovoa.com

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