Monday, April 27, 2009

DIÁRIO


O homem da concórdia lê "A Bola". Outro homem lê um romance. Olha, afinal não sou o único que vem ao café com literatura. Essa coisa da leitura, sabes. QUem não lê é que não sabe o que perde. Tenho pena de quem não sabe ler. O Che fazia sempre questão de ensinar as pessoas a ler e a escrever no meio da guerrilha. A economia continua a cair. Das outras pessoas não tenho pena. Não lêem, não sabem. Não lêem, não criam. O empregado diz que vai pregar a outra freguesia. O sr. Arnaldo faleceu. O Paços vai virar a eliminatória frente ao Nacional. Entra uma gaja bonita. Senta-se à minha frente. Estamos no caos, embora tudo pareça ordenadinho. Esta escrita caótica faz todo o sentido. Já a tinha experimentado na "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro". Já só tenho dois euros no bolso. O Porto ganha em Coimbra. Continuo a guerrilha. Hoje vou às Musas e depois ao Pinguim. As musas vão tratar-me bem, vão cuidar de mim de modo a que eu chegue cheio de pedal ao Pinguim. No Pinguim espera-me uma plateia que não vejo há meses. A gaja come a torrada. A escrita é torrencial, vertiginosa, como já disseram. A folha está rasgada por causa da astronomia. Olho para as horas. São quase horas. O Everton eliminou o Manchester united. Já cá faltava. O outro empregado faz-se á boazona do quiosque. Isto só não vai para o poema. É preciso matar com as palavras. O governo de Israel é racista e fascista. O presidente do Irão tem razão, apesar de também não ser grande coisa. Na cimeira até houve porrada. Chega o Zé do Boné. O analista analisa a cimeira. Acho que perdi o poema da outra cimeira e do Tratado de Lisboa. Talvez ainda o consiga sacar do blogue. A gaja parte. O outro empregado varre e atira-se à boazona do quiosque. QUe fixe! Está sempre a dar-me material para a escrita. A leitura é fundamental para a escrita. Se não lês dificilmente consegues escrever bem. Afinal, todos os empregados se fazem à boazona do quiosque. Uns são mais subtis do que outros, é claro. E eu continuo a escrever para me sentir bem e para o caralho que seja. É uma escrita diarística mas caótica. Tem a sua piada. Não há dúvida. Mas não é bem isto que quero escrever. Eu quero escrever algo de sublime, algo que exalte o espírito, a divindade no homem. Os poetas deveriam ser pagos a peso de ouro como os futebolistas. Não sei em que é que o Ronaldo contribui mais para a felicidade da Humanidade do que eu. Marca uns golos, faz umas fintas e eu escrevo versos e outras merdas. Há alturas em que os meus versos e as minhas merdas empolgam mais as gajas e os gajos do que as fintas dele. Numa escala mais pequena, admito. Não sou Homero, nem Shakespeare, nem Pessoa, nem Nietzsche. Mas o "Zaratustra" do Nietzsche inicialmente só chegou a sete pessoas. O meu último livro, "Queimai o Dinheiro", já teve 15 compradores. Os poemas de Pessoa só foram conhecidos em larga escala anos depois da sua morte. Não me estou a comparar a ele, é claro. Estou apenas a analisar factos. As bolsas caem outra vez. O empregado fala das injustiças imensas do país. Este pessoal fala e só me dá matéria para escrever. A bondade chegou ao "Orfeuzinho". E eu tenho de ir embora.

6 comments:

Claudia Sousa Dias said...

as musas tratarão bem de ti


;-)



beijos


csd

Claudia Sousa Dias said...

olá boa noite!!!
De facto fico abismada com os teus poemas que nao consigo ler por causa das grandes mamas que colocas neste blog. Não sou contra as mamas porque ate acho que dão uma certa sensualidade a "coisa" mas o pessoal perde o fio a meada com um par de mamas tao grandes, até parece que vão saltar pelo ecrã fora..lol...
abraços Andrea

Claudia Sousa Dias said...

elas criticam as mamas, mas gostam de ti, deixa lá...

lol...


:-)


CSD

A. Pedro Ribeiro said...

ainda bem.

A. Pedro Ribeiro said...

Andrea,
tenta abstrair-te das mamas.

Claudia Sousa Dias said...

ahahahah....!!!!!

CSD