Friday, September 5, 2008

DIÁRIO


Há quem diga que eu sou um grande poeta, uma espécie de mestre. Há outros que dizem que da minha obra só se aproveitam alguns textos, que escrevo desabafos, que só escrevo sobre mim próprio. A verdade é que sinto grande dificuldade em seleccionar os meus textos.
Por outro lado, sinto uma imensa solidão. Hoje podia estar com a Gotucha. Mas ela não quis. A verdade é que quando passo uns dias sem a Gotucha se gera um vazio. Tenho amigos e amigas, claro, mas não estou com eles todos os dias nem sinto necessidade disso. O que me salva é que tenho livros para ler. Apaixonei-me por Oscar Wilde, pelas suas reflexões, pela sua concepção de arte que vai beber a Sócrates e a Platão- o amor da sabedoria, a sabedoria do amor. Uma vez mais, as minhas convicções mudam. Já não renego uma certa aristocracia. Ela até está na minha origem de classe. Não é preciso ir até ao marquês de Sade. Em alguns marqueses, condes e barões- descendo de um- vejo um certo desprendimento, um culto do espírito e das artes que nada tem a ver com o apego ao dinheirinho que vejo na pequena burguesia e no proletariado. Um marquês ou um barão podem ser revolucionários. De qualquer forma, mantenho-me anarquista individualista.

3 comments:

Claudia Sousa Dias said...

E manténs-te muito bem...se estivéssemos na grécia,eras facilmente um compamheiro de convívion de Sócrates num banquete em casa de Aspásia...

Eu teria mais dificuldade...

Não me enquadraria nem no papel de esposa nem no de cortesã...

seria complicado ser independente para uma mulher em pleno século de Péricles...acho que teria de ir para Lesbos juntar-me a Safo...

CSD

CSD

A. Pedro Ribeiro said...

Pois, Cláudia, mas se te juntas a Safo já não te posso pedir em casamento...pode ser que se invente uma nova Atenas com direitos iguais para as mulheres.

Claudia Sousa Dias said...

(lol...!)

Quem sabe?!

:-)))


CSD