Friday, September 19, 2008

EOSM

E os bancos? Bem… não vamos nem falar sobre eles. Basta dizer que num futuro distante, quem sabe, as pessoas olhem para o passado e para as antigas intituições financeiras que eram chamadas de bancos e tenham tanta aversão (e porque não dizer, asco) à idéia de que um dia as pessoas depositaram suas vidas nas mãos de tais entidades, da mesma forma que as pessoas de hoje acham um absurdo que um dia tenha existido um Santo Tribunal Inquisitorial que controlasse o que as pessoas deviam ou não acreditar.

Aliás, o próprio conceito de dinheiro é o mais puro nonsense. Senão vejamos: existe um minério amarelo no planeta chamado Terra (o terceiro planeta que orbita uma estrelinha de quinta categoria, na periferia da Via Láctea. Digamos que se o centro da galáxia fosse Nova York, o nosso sol seria a Ilha de Páscoa). Como é difícil de encontrar esse mineral amarelo, os macacos-pelados que habitam a Terra passam a procurar por ele como loucos pelo simples fato de ser bonito. Porém, este mineral (que é um tipo de metal) não serve para nada, não se pode fazer nada de muito útil com ele. Mas mesmo assim os macacos-pelados o adoram. Ele é amarelo, e brilha… e brilha, e é amarelo, e brilha… e… bom, já deu para entender!

Ai, os macacos-pelados, num surto de loucura, passam a falar que o tal metal é “valioso” (os outros macacos, com pêlos, acham que água e bananas são bem mais valiosas. É, gosto não se discute!), e passam a dizer que uma certa quantidade de metal amarelo que brilha vale duas galinhas. Uma quantidade maior, um boi, dois bois, seis cabras, uma casa, uma esposa, o silencio de outro macaco-pelado que sabe demais e por ai vai. Mas como os macacos-pelados acham que o tal metal é tão valioso assim, outros macacos-pelados que tem preguiça de ir até onde existe o metal, resolvem roubar o metal dos outros que tem. Logo, para não correr o risco de andar por ai com um monte metal amarelo brilhante, os macacos-pelados inventam uma coisa chamada dinheiro. O dinheiro seria como o metal amarelo brilhante, mas não é. Assim, quem tivesse uma quantidade do tal dinheiro, teoricamente teria um equivalente daquilo em metal amarelo brilhante. Primeiro foram as moedas.

Até ai tudo bem, porque elas podiam ser feitas de metal amarelo brilhante. Mas ai os macacos inventaram o “papel moeda”: um pedaço de papel colorido, escrito com um valor equivalente em metal amarelo brilhante. Seria mais ou menos como um “este papel vale 1, 2 ou 10 porções de metal amarelo brilhante”. Entretanto, a essa altura da história, os macacos-pelados já não viam o tal metal amarelo brilhante há muito tempo. Mas ai eles foram mais criativos! Pegaram um pedaço de papel onde podiam escrever um certo valor equivalente a quantidade do, agora sumido, metal amarelo brilhante e os entregavam a outros macacos-pelados que acreditavam que aquele papel que o outro tinha rabiscado alguns numeros valia alguma coisa. Mas ai os nossos macacos se superaram! Eles pegaram um pedaço de plástico e disseram que ele teria o valor de várias porções de metal amarelo brilhante. Porém, metal amarelo que é bom, ninguém vê já faz um bom tempo. Mas isso não impede que os macacos-pelados continuem acreditando que toda essa maluquice que eles inventaram faz algum sentido! Ou seja, o tal metal amarelo brilhante e o dinheiro só valem alguma coisa porque toda a comunidade mundial dos macacos-pelados, em um grande delírio coletivo, dizem que eles valem alguma coisa de fato. E o pior é que dizem que os outros macacos, os peludos, é que são irracionais! Bom, vocês pegaram a idéia do que queremos dizer? Assim esperamos.

Talvez seja por isso que, maluquice por maluquice, as figuras dos piratas sempre nos pareceram atraentes (macacos-pelados boiando em conchas de madeira e roubando metal amarelo brilhante de outros macacos-pelados que achavam que era digno morrer para defender o metal amarelo brilhante que na maioria das vezes nem era deles, e que as vezes nem era mesmo metal amarelo brilhante).

EOSM

1 comment:

Claudia Sousa Dias said...

genial.


a fazer lembrar desmond morris in"O Macaco Nu".


CSD