Wednesday, September 17, 2008

NERO


Os bancos fecham. O capitalismo está a arder. Não deixo de estar contente. Bebo a isso. A minha revolução é caótica, morrisoniana. Não tenho de ser racional. Dinamitemos a bolsa!- os velhos slogans estão de volta. De qualquer modo, não tenho nada a perder. Não sou obrigado a gramar com o capitalismo todos os dias. Há que fazer a guerrilha. Mostrar o desprezo pelo dinheiro e pelo mercado. Há que ser um terrorista poético.


Agora chove lá fora. As ideias do bem e do mal guerreiam no meu cérebro. Tenho medo de me deixar levar pelas ideias demoníacas. Pareço um Nero. Roma arde. Já não sei quem ateou o fogo. Agarro-me aos poemas e canto. As pessoas correm desesperadas, tentando por-se a salvo. É o caos. Roma em chamas. O fogo consome tudo. E eu danço com a minha amada. É a imagem que vem. Tenho medo.

2 comments:

Claudia Sousa Dias said...

Dos teus melhores textos, Nero...

Ass:

Agripina

:-)

A. Pedro Ribeiro said...

ah, Agripina...